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11/08/2014

Resgatar o papel do Estado ao desenvolvimento


Primeiro candidato ao Governo paulista a participar do ciclo de debates A Engenharia, o Estado e o País, promovido pelo SEESP, Gilberto Maringoni, que disputa o cargo pela Frente de Esquerda PSOL-PSTU, apresentou suas ideias e propostas aos engenheiros em 8 de agosto, na sede do sindicato, na Capital. Além dele, já participaram da iniciativa os candidatos ao Senado José Serra, pelo PSDB e Coligação Mais Trabalho, que reúne 14 partidos políticos; e Carlos Alberto Santos, o Kaká (PV), respectivamente em 30 e 31 de julho. A todos, foi entregue ao final, pelo presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, a publicação “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Novos desafios”, atual versão do projeto lançado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que reúne as propostas da categoria ao desenvolvimento sustentável com distribuição de renda no País.

Estão confirmados ainda os candidatos ao Governo de São Paulo Gilberto Natalini (PV), Wagner José Gonçalves Faria (PCB) e Laércio Benko (PHS), nos dias 15, 18 e 19 deste mês, além dos concorrentes ao Senado Eduardo Suplicy (PT) e Marlene Machado (PTB), em 22 próximo e 8 de setembro. O ciclo acontece desde 1998. Neste ano, recebe os candidatos aos cargos majoritários, o que inclui também os que disputam a Presidência da República. Os debates podem ser acompanhados ao vivo aqui.

Destacando sentir-se no sindicato como em sua segunda casa, por prestar serviços à imprensa da entidade há 30 anos, Maringoni apontou ao início de sua fala o papel essencial do SEESP e da FNE ao recolocarem, a partir de 2006, com a apresentação do projeto “Cresce Brasil”, “no centro da política nacional a questão do desenvolvimento, após quase 20 anos de baixíssimo investimento”. Na sua ótica, o mérito da iniciativa é, “a partir da combinação de pequenos projetos, ter criado um grande projeto, procurado estruturar um programa com metas e prazos”. Ademais, conforme considera ele, coloca a questão essencial de se rediscutir o papel do Estado para assegurar o investimento a sua realização. Segundo enfatiza, esse tema “deve voltar à pauta”.

Maringoni observou que a privatização dos anos 1990 em setores como energia, telecomunicações, transporte e mesmo financeiro (com a venda do Banespa e Nossa Caixa), “retirou do Estado a capacidade de planejamento e indução do desenvolvimento”. Isso refletiu, destacou, “na perda de dinamismo econômico”. O candidato ao Governo paulista citou a mudança na composição de acionistas na Sabesp, que hoje tem 50,6% sob capital público e 49,74%, privado. A lógica desse último é aumentar a rentabilidade seria pano de fundo à crise hídrica verificada hoje em São Paulo. “Faltam investimentos. Seu lucro hoje é de R$ 1,932 bilhões e R$ 532 milhões destinam-se a dividendos aos sócios privados. A companhia precisa ser reestatizada para se resolver esse problema a médio e longo prazos.” Outro segmento afetado pela política neoliberal é o da agricultura. “São Paulo vive desorganização total do setor.” Na sua concepção, é necessário ter um Estado transparente a que se tenha de fato o desenvolvimento almejado, que implica “um processo de transformação social, com garantia de distribuição de renda e da propriedade”. Para tanto, concluiu, os engenheiros são fundamentais. “São os grandes projetistas do futuro do Brasil.”

 

  

Soraya Misleh
Imprensa SEESP 

 

 

 

 

 

 

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