Em sua participação no ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, promovido pelo SEESP, em sua sede, na Capital, no dia 15 de agosto, o candidato ao Governo paulista Gilberto Natalini (PV) destacou o compromisso de seu partido com a “causa ambiental”. Nessa linha, apresentou os dados de uma pesquisa: “Noventa e dois por cento dos paulistas estão preocupados com essa questão, 51% estão dispostos a fazer algo a respeito e 26% já o fizeram. Essa é uma enorme porta à sustentabilidade, a construir um novo paradigma de vida ao indivíduo e à sociedade como um todo.”
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Considerando que rever o modelo atual de desenvolvimento é “necessidade imperiosa à sobrevivência da raça humana”, Natalini citou situações que validariam sua avaliação: “estamos vendo ao redor do mundo as consequências cada dia mais drásticas das mudanças climáticas, com migração de exilados em função disso. A queima do combustível fóssil é causa do efeito estufa”. O candidato apontou, diante dessa realidade, dois desafios: manter o fornecimento de água potável a 7 bilhões de pessoas do planeta e assegurar e conseguir produzir energia limpa e barata via tecnologias. “O PV propõe, como centro de sua política, a correção desse rumo devastador.” Conforme ele, para tanto, a proposta é “discutir, buscar e praticar nova forma de desenvolvimento, com justiça social, respeito à natureza e à vida”.
Foto: Beatriz Arruda
Para Natalini, problemas com escassez de água no Estado se deve,
também, à "miopia do governo"
Em São Paulo, exemplo negativo é a situação de escassez vivenciada no Estado se deve não só a problemas climáticos, mas também à “miopia do governo” que não investiu. Seu programa de gestão inclui, segundo relatou, realizar obras de captação, aumentar reservatórios, combater o desperdício de água (da ordem de 30% em território paulista), bem como cuidar dos cursos dos rios e nascentes. “Metade do esgoto hoje em São Paulo é jogado in natura nos córregos. Reverter isso é prioridade máxima de governo.” Entre seus compromissos, ele enumerou ainda o replantio de matas ciliares, a educação ambiental e conscientização da população quanto ao uso racional da água e “fazer todo o possível para impedir as ocupações” em áreas de mananciais e de proteção ambiental. Natalini comentou também que, em mobilidade urbana, sua prioridade será ao transporte público por trilhos. No âmbito administrativo, a proposta é diminuir os cargos de confiança de 15 para 10 mil e as secretarias estaduais de 24 para 16. De acordo com sua exposição, a ideia é aumentar o volume de recursos do Tesouro para gastar mais em infraestrutura e serviços essenciais. Na área de saúde, por exemplo, seu compromisso é ampliar os gastos de 12% para 15% em quatro anos, totalizando R$ 5,6 bilhões. “Queremos aumentar o Programa Saúde da Família no Estado. Vamos chamar as Prefeituras para tanto.” Ainda sobre o tema, ele ressaltou que seu partido visa constituir "uma política pública de planejamento familiar de verdade", com educação sexual e conscientização sobre a importância da prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e gravidez indesejada. "Sou a favor da vida, mas contra criminalizar 1 milhão de mulheres que são colocadas na situação de fazer aborto."
Ao final, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, entregou ao candidato a publicação "Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento - Novos desafios", versão atual do projeto da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) que reúne as propostas da categoria ao desenvolvimento sustentável nacional com distribuição de renda.
Soraya Misleh
Imprensa SEESP