Em sua participação no dia 3 de setembro no ciclo de debates “A engenharia, o Estado e o País”, promovido pelo SEESP, em sua sede, na Capital, a candidata a senadora Ana Luiza Figueiredo Gomes (PSTU) iniciou sua fala saudando a iniciativa do sindicato de possibilitar a todos – “grandes e pequenos partidos” – apresentarem suas propostas à categoria. Segundo sua fala, os três principais candidatos (a Presidente) nestas eleições abarcam o financiamento de grandes empresas, “que não fazem doações, mas investimentos”. Ela concluiu: “Não sabemos quem vai ganhar, mas já sabemos quem vai governar.”
Na sua concepção, é preciso mudar a lógica atual, em que os maiores beneficiários são os grandes empresários, e governar para os trabalhadores, “a maioria da população que constroi a riqueza deste país”. Sob essa ótica e com mobilização, ela acredita que se alcançam as soluções para graves problemas enfrentados pelos paulistas em particular e brasileiros em geral. “Nossa frente de esquerda (PSOL-PSTU) propõe outro tipo de Estado e governo. Vivemos um novo momento político depois das jornadas de junho de 2013, cujo estopim foi a questão do transporte. A população, principalmente os jovens, foi às ruas reivindicar direitos. Retomamos o estímulo de que mudanças se dão quando mobilizações ocorrem com muita força.”
Entre as transformações almejadas, ela citou a necessidade de se garantir o acesso e a qualidade de direitos humanos fundamentais. “Na saúde, hoje, pessoas morrem nas filas dos hospitais, esperam um ano ou mais para realizar uma cirurgia, e isso tem piorado. Na educação, os jovens saem do ensino fundamental sem conhecimento, sem conseguir interpretar um texto, e ainda há milhões de analfabetos”. Quanto ao ensino superior, Ana Luiza frisou que a Universidade de São Paulo (USP) está sendo sucateada, com os profissionais sem direito a reajuste, há três meses em greve – movimento também em curso na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Com relação ao transporte, enfatizou: “O alto custo leva 1/3 da população a realizar seu percurso a pé. Ou come ou pega o ônibus, o trem, o metrô.” Sobre direito à moradia, apontou: “Há 6 milhões de habitações vazias no País e um déficit de 5 milhões. Vamos discutir quantos imóveis cada pessoa pode ter e a cobrança progressiva de seus impostos, para obter mais recursos e se assegurar o direito básico à moradia.” A candidata mencionou ainda o grave problema de abastecimento de água.
“O problema é como se utilizam os recursos públicos, que são desviados para o setor privado. Quarenta por cento do orçamento vai para pagamento de juros da dívida pública, que levantamentos apontam que já foi paga. Vamos fazer uma auditoria para esclarecer a população sobre isso.” Ademais, para se assegurar serviços de qualidade, em seu programa de governo consta a reestatização do patrimônio público. No que tange ao combate às opressões, Ana Luiza salientou a realização de campanha contra o machismo e a defesa de legislação relativa à criminalização da homofobia, bem como a luta contra o racismo. Para tanto, foi frisou a “aliança com os movimentos sociais”. E enfatizou: “Lutamos pelos votos para fortalecer as lutas que travamos, que são o que garante conquistas sociais.”
Ao final, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, entregou à candidata a publicação “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Novos desafios”, versão atual do projeto da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) que reúne as contribuições da categoria ao desenvolvimento nacional sustentável com distribuição de renda.
Soraya Misleh
Imprensa SEESP