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15/10/2024

 

Apagão em São Paulo expõe equívoco da privatização de serviços essenciais

 

Em prol do interesse público, é urgente adotar medidas e rever esse modelo que já se provou desastroso. Aliado a isso, garantir cidades inteligentes, ou seja, que funcionem adequadamente.

 

Para além da premência em garantir cidades resilientes em meio a eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, o temporal que atingiu a Região Metropolitana de São Paulo na noite da última sexta-feira (11/10) e ceifou a vida de sete pessoas revela o que especialistas têm alertado há tempos: o equívoco da privatização de serviços essenciais, como energia.

 

Três dias depois, ao final da manhã de segunda-feira (14/10), aproximadamente 460 mil consumidores continuavam sem energia, a maioria na Capital. O temporal – acompanhado de vendaval de 107,6km na cidade de São Paulo, o mais forte registrado desde 1995 – derrubou 17 linhas de alta tensão, deixando às escuras 2,6 milhões de consumidores, sendo destes 2,1 milhões atendidos pela Enel no Estado.

 

Apagões têm se tornado frequentes nas áreas abrangidas por essa multinacional italiana, que somam 7,8 milhões de unidades consumidoras. Em novembro de 2023, 4 milhões foram afetadas e centenas de milhares ainda enfrentavam a falta de energia cinco dias depois. Em março último, outro blecaute na área central da Capital custou mais de 30 horas para que a luz fosse totalmente restabelecida.

 

A justificativa dada pela Enel se repete: a demora se deve à complexidade exigida para os reparos. Na verdade, é consequência do corte de pessoal em mais de 30% desde 2019 e da ausência de investimentos no sistema elétrico, como amplamente noticiado.

 

Não apenas a energia poderia ser restabelecida rapidamente, como também haveria condições de prevenir ocorrências de tal monta, caso se colocasse em ação plano de contingência, houvesse investimentos em engenharia de manutenção e adequação da rede.

 

O SEESP vem alertando sobre essas falhas não é de hoje e volta a chamar atenção para o equívoco da privatização de serviços essenciais. O debate agora é retomado diante da demora na restituição de energia nas áreas afetadas na Grande São Paulo.

 

Tendo assumido a concessão da antiga Eletropaulo em 2018 com vigência por dez anos, a precariedade no serviço prestado pela Enel vem elevando os questionamentos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que intimará a empresa a prestar esclarecimentos e adequar a distribuição, podendo inclusive vir a recomendar a caducidade da concessão junto ao Ministério de Minas e Energia, caso não haja solução imediata.

 

O assunto volta à baila a cada novo apagão, mas lamentavelmente o que se observa é que é deixado de lado ao acender das últimas luzes restantes.

 

Enquanto isso, a população sofre com problemas cada vez mais recorrentes e frequentes, fruto da piora da qualidade e desmonte como consequência das privatizações no setor elétrico.

 

Em prol do interesse público, é urgente rever esse modelo que já se provou desastroso. Aliado a isso, garantir o protagonismo da engenharia na tomada de decisões rumo a cidades inteligentes, ou seja, aquelas que funcionam adequadamente, assegurando bem-estar às suas populações.

 

Propostas nessa direção constam da nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), com adesão do SEESP. Levá-las em conta se torna premente, para não mais termos que conviver com escuridão e tragédias anunciadas.

 

 

Eng. Murilo Pinheiro

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Comentários  
# Engenheiro Mecânico Mackenzie 1987GERALDO MEDAGLIA 21-10-2024 12:06
complementando. .... seria oportuno agrupar em torno do sindicato de engenheiros para estar a frente das decisões para a cidade.
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# Engenheiro MecânicoGERALDO MEDAGLIA 21-10-2024 10:12
Prezado Eng. Murilo Pinheiro w comunidade da engenharia brasileira, sempre importante um posicionamento, A engenharia brasileira, pouco ouvida nas decisões importantes, tem muito a contribui na melhoria da Qualidade e Confiabilidade dos problemas estruturantes do pais. Na cidade de São Paulo, vivemos um APAGÃO de honestidade, responsabilidad es e técnicas - tecnologias apropriadas. Diante de problemas e soluções, principalmente nas questões de influencia ambiental, passam a opinar a devida formação e conhecimentos, dirigentes públicos incapazes de solucionar. O que falta, são competentes profissionais íntegros. Neste caso último da falta de energia elétrica causada por tempestades, é uma prova disto. Estes apagões se repetem há anos. As concessões na modalidade de parcerias público privados, são importantes ferramentas contratuais de Estado mínimo apoiado nas atividades do setor produtivo não público. fazer o certo e honestamente a questão. a Enel, está apoiada no desgoverno e no "propinoduto" que as agências reguladoras se transformaram. A promiscuidade advinda com a presença dos governos lulaptista, desvirtuou o modelo desenhado originalmente. Especificamente na maior cidade da américa latina, vivemos o erro da continuidade da fiação elétrica aérea pendurada em postes. Isto não se justifica mais. O modelo de Cidades Inteligentes, obriga técnicas e tecnologias aplicadas por engenheiros. Não por ignorantes nos assuntos. Vide que a PMSP, publicou o chamamento público 22/SGM/2020 para estudos de viabilidade da Infraestrutura de Dutos Subterrâneos. No primeiro momento, com foco nos cabeamentos dos semáforos gerenciados pela CET-SP. Varias alterações foram feitas no Termo de Referência e em 2022, as propostas foram encaminhadas. A empresa qualificada, apresentou proposta com o projeto denominado "ruas da Cidade", capaz de remodelar a concessão e promover a reforma das ruas da cidade, rua-a-rua, começando pelo enterramento dos cabos e muito mais. Neste projeto, partindo do conceito de Cidades Inteligentes, se propõem modernizar, inovar e disponibilizar uma nova infraestrutura de serviços públicos. infelizmente, estamos parados desde 2022, enquanto a Secretaria Executiva de Desestatização e Parcerias - SGM informa, repetidamente, dizendo: ..." Por fim, também cumprimentamos a ME - Medaglia Serviços de Engenharia de Sistemas pela entrega dos estudos finais que estão em análise pelos órgãos técnicos, jurídicos e administrativos desta PMSP". Concluindo, como podemos avançar, evoluir e melhorar se agentes públicos não fazem o certo? NOTA: na proposta "ruas da Cidade", endereçamos que, o modelo do projeto, passaria por consultas públicas e posteriormente, licitações para contratar 1) empresa ou consórcio de empresas de engenharia para fornecer a infraestrutura de serviços públicos; 2) empresa ou consórcio de empresas financeiras para gerenciar, controlar, emitir boleto, encaminhar, cobrar, receber e distribuir as receitas, para as demais empresas (fornecedora de energia e demais serviços, fornecedora das infraestruturas ) e governos - impostos (federal, estadual e municipal) , e; 3) Ajustar o contrato de concessão atual (apoiada em lei municipal), fazendo com que a Enel, ANEEL e governo federal, sejam responsáveis somente pelo fornecimento da energia elétrica desde a geradora até a(s) subestação(s).
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# Engenheiro Mecanico de Producao EPUSP-1965LUIZ CARLOS B GUSMAO 17-10-2024 19:11
Acho que estamos nos perdendo na politizacao de nossas responsabilidad es que deveriam conter quase que so atividades tecnicas e profissionais. Ao comecarmos a divagar sobre atividades humanas, deixamos de ser os profissionais tecnicos que podem resolver ate os problemas oriundos do confronto humanosXtecnolo gia, pois nossa formacao e para resolver as situacoes que os outros nao conseguem, pois uma solucao humana e totalmente diferente de uma solucao tecnica ou as vezes ate administrativa. Mas acho que na realidade isso nao interessa, pois pode facilitar a vida dos cidadaos!!! PS: a Enel e uma grande culpada, MAS NAO E A UNICA como querem direcionar, pois o governo federal possui a ANATEL que deve ser um cabide de empregos pois nao acompanha nem cobra nem intima nem multa esta fraca concessionaria. Mas ninguem fala do poder politico envolvido nesse meio nem os interesses por baixo dos panos de querer mudar alhos por bugalhos. Enquanto nao aparecerem pessoas que nao aparecam mas trabalhem para as solucoes, nao adianta culparem politicamente o prefeito e o governador, pois a solucao apresentada e sempre pior do que a que o povo escolheu. e a questao do "nosXeles" de sempre, sem solucao do problema.
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