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30/09/2010

Eletronuclear adia edital de licitação de Angra 3

Edital que abre a disputa entre construtoras brasileiras por contrato de R$ 1,5 bi foi adiado para o fim de outubro

       O aguardado edital de montagem de toda a parte elétrica e mecânica da usina nuclear Angra 3 (desde as tubulações até o reator, excluindo a parte de construção civil), que abrirá a disputa de empresas nacionais por contratos de R$ 1,5 bilhão, vai levar mais tempo do que o previsto para ser publicado.
       Programada inicialmente para setembro, a publicação agora é esperada para o fim de outubro ou início de novembro. A Eletronuclear alega estar sobrecarregada e diz que não haverá novos adiamentos.
       "Não temos motivação nenhuma para postergar. O motivo foi o alto volume de trabalho com processos licitatórios para a contratação de serviços de engenharia e suporte técnico", diz o superintendente de gerenciamento de empreendimentos da Eletronuclear, Luiz Messias.
       Ele adiantou que o edital, que está "praticamente pronto", prevê a contratação de dois pacotes. "Teremos um único processo licitatório para duas contratações (um pacote associado à parte nuclear e outro associado à parte convencional da planta)." Segundo Messias, as empresas ou consórcios poderão apresentar ofertas para os dois pacotes. O edital deverá prever que quem ganhar um não poderá ser contratado para o outro.
       Messias afirma que o adiamento da publicação do edital não vai atrasar o cronograma das obras. "Após a publicação do edital, teremos capacidade de concluir o processo licitatório em cerca de quatro meses. Depois de concluído, o processo deve passar por aprovação interna. Até maio de 2011 tudo deve estar sacramentado", diz.
       A mobilização da empresa contratada para a montagem deve começar em meados de 2011. A previsão é que Angra 3 entre operação no fim de 2015. Os serviços de montagem eletromecânica devem empregar 4 mil funcionários em Angra 3. As obras civis, já em andamento, estão sendo tocadas por mais de 1.800 empregados. O total de trabalhadores nas obras civis pode chegar a 4 mil nos momentos de pico.
       Para Messias, as empresas nacionais têm capacidade para participar da concorrência. A disputa é restrita a companhias brasileiras.
       "Todas essas grandes empresas têm bagagem. Houve um grupo de sete envolvidas na montagem de Angra 2, que obtiveram experiência", disse ao citar empresas como Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht e EBSE. "Essas empresas trabalham com a Petrobrás em outros empreendimentos com algum grau de sofisticação."

 

(Glauber Gonçalves, O Estado de S. Paulo)
www.fne.org.br

 

 

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