Importância de programas e ações que levem em conta a diminuição da exposição de riscos ambientais aos colaboradores foi elucidada durante III EcoSP.
A importância desse tema foi lembrada durante o III EcoSP (Encontro de Meio Ambiente de São Paulo) pelo coordenador da segunda plenária desta quinta-feira (26), Celso Atienza. Vice-presidente do SEESP, ele enfatizou: “Fiz uma pesquisa junto à OIT (Organização Internacional do Trabalho) e 70% de todas as agressões ambientais têm origem no local de trabalho. Se não aprendermos a controlar isso, não teremos desenvolvimento sustentável.”
As duas palestrantes do painel ratificaram sua afirmação. Gisela Terra, gerente de controle ambiental da Casa da Moeda do Brasil, apontou as ações nessa empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda para alcançar as metas de redução de 10% das emissões de resíduos, bem como nos consumos de energia e água, destacando que um dos principais objetivos é diminuir a exposição dos cerca de 3 mil colaboradores a riscos ambientais. Com essa preocupação, desde 2007, instituiu-se na companhia o Departamento de Avaliação de Riscos Ambientais – o tema antes era incorporado a outras seções. Nessa divisão, Terra ressaltou que são desenvolvidos programas de gestão e produção mais limpa. O primeiro tem entre as finalidades precípuas intensificar a educação ambiental e eliminar passivos. A partir dessas iniciativas, a gerente da Casa da Moeda apresentou resultados consolidados obtidos em estudos de casos, os quais demonstraram a economia decorrente de uma boa gestão socioambiental.
Foto: Beatriz Arruda
Maria do Carmo Arenales, da Arenales Fauna & Flora, também enfatizou que as ações devem ter como foco o bem-estar do ser humano, além do animal. Abordando o tema “Vantagens ambientais do uso da homeopatia no tratamento de animais”, ela salientou que esse é um dos benefícios dessa utilização no âmbito da medicina veterinária. Isso porque ao tratar por exemplo o rebanho no campo com remédios homeopáticos, o resultado tem refletido diretamente em vantagens ao meio ambiente e à saúde do trabalhador. Este último deixa de ser exposto a contaminações como por carrapaticidas e no local são eliminados resíduos orgânicos oriundos desses. Com o manejo homeopático, afirmou, “conseguimos reduzir gradativamente a infestação ambiental e ter um controle integrado de parasitas”. Na prática, significa que, sem os venenos tradicionais, a própria natureza se encarrega de garantir o equilíbrio do meio. O ambiente, garantiu Arenales, volta a ser povoado por “aranhas e formigas que comem insetos, garças carrapateiras, besouros que adubam e umidificam o solo”. Não apenas o trabalhador do campo se beneficia, mas todos os cidadãos. Pois o animal fica mais saudável, de acordo com a palestrante, e produz leite e carne com mais qualidade.