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04/09/2015

Opinião - Campanha salarial e crescimento

As adversidades do momento são enormes e complexas. Não há alternativas fáceis e a ausência de saída, por meio do crescimento econômico, poderá significar mais um longo período de letargia, semelhante àquele vivido nos anos 1990. Pela frente, há o risco de desemprego, queda dos salários, desestruturação do sistema de proteção social, informalidade, precarização, entre outras sequelas econômicas e sociais bem conhecidas. Como a sociedade reagirá a um retrocesso como esse? Quais as expectativas criadas pela inclusão social e expansão do consumo na última década?

Há dois vetores que deveriam orientar a luta pela transição rápida e pela sustentação duradoura do crescimento: o primeiro, manter o emprego e a renda para garantir e ampliar o mercado interno de consumo de massa; o segundo, mobilizar a máxima capacidade para recuperar o investimento público, de forma articulada com o investimento privado. Esses dois vetores estruturam a demanda e mobilizam a capacidade empreendedora para produzir e crescer. A trajetória de crescimento precisa vir acompanhada de um projeto de desenvolvimento focado em reformas estruturantes, que modernizem o Estado, com reforma tributária, simplificação institucional e administrativa, transparência e governança, reforma política e eleitoral, aperfeiçoamento do sistema de relações de trabalho (fortalecimento da negociação coletiva, solução ágil de conflitos, aumento da representatividade), entre tantas outras mudanças.

Em curto prazo, a ação sindical tem o desafio de conduzir as campanhas salariais em um contexto muito adverso. Uma pesquisa divulgada pelo Dieese(disponível no site www.dieese.org.br), com os resultados das negociações dos reajustes do 1º semestre, revela que há mudanças em curso. A inflação mais alta e a recessão têm colocado novos limites para os aumentos salariais. Ainda assim, o movimento sindical conseguiu resultados robustos diante da enorme adversidade: mais de dois terços das negociações foram concluídas com aumento salariais no período analisado.

Nessa frente de luta, há um desafio fundamental: desenvolver campanhas salariais que coloquem no debate, com o empresariado, a comunidade e os governos, a importância da manutenção dos empregos e dos salários para a constituição da massa salarial, que sustenta três quartos do mercado interno de consumo, parte essencial da formação da demanda que anima o investimento empresarial e incrementa o nível de atividade econômica.

É preciso disputar, para se formar, a opinião pública sobre o papel do emprego e dos salários na mobilização do crescimento do País, condição essencial para se superar as graves desigualdades sociais existentes na cidade e no campo brasileiro. Há um País a ser reconstruído. É preciso criar demanda para uma atividade produtiva que propicie condições para gerar o bem-estar social e a qualidade de vida. O tipo de crescimento, que é também uma oportunidade estratégica, pode e deve ser mobilizador da inovação que modifica, mas preserva o meio ambiente. Há, portanto, um enorme espaço para o crescimento com sustentabilidade ambiental. Isso exige aumento dos investimentos públicos e privados, que geram emprego e renda, melhoram a capacidade fiscal do Estado, enfim, abrem espaço para um movimento virtuoso de crescimento sustentado pelo investimento e pela capacidade distributiva do Estado e dos Sindicatos.

O movimento sindical tem o desafio de recolocar no centro da estratégia econômica de crescimento e de desenvolvimento o emprego e os salários como elementos dinamizadores de um grande mercado interno de consumo em permanente formação, expansão e disputa. As campanhas salariais são uma oportunidade ótima para promover essa agenda.

 

 

Imprensa SEESP
Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap)

 

 

 

 

 

 

 

 

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