Muitos especialistas em estratégia militar opinam que os russos não foram derrotados em 1812 e em 1941 porque não queriam ser derrotados.
Em 1812 o poderoso exército francês de Napoleão, experiente e formado em várias batalhas vitoriosas, atravessou quase toda a Europa e chegou a tomar Moscou.
Napoleão esperava uma rendição, mas os russos, resolvidos a não ceder, incendiaram a cidade e atacaram as linhas de suprimento do exército francês. Napoleão, perplexo, ordenou uma retirada catastrófica, em pleno e rigoroso inverno e acossado pelos russos, pelo frio e pelas doenças amargou uma grande derrota estratégica. Os russos não quiseram se render e venceram.
Em 1941 o então mais poderoso exército da Terra, o exército alemão, estimulado pelas estrondosas vitórias que vinha obtendo desde 1939, atacou de maneira traiçoeira a União Soviética, penetrando com força em três direções principais: norte, centro e sul.
Mas os soviéticos não se renderam e apesar das imensas perdas em combatentes, em população, em equipamentos e em territórios, não admitiram a derrota e depois de lutar na defensiva, passaram à ofensiva estratégica após a grande vitória militar em Stalingrado. Não quiseram perder e foram vitoriosos.
São várias as outras causas dessas vitórias: erros dos franceses e dos alemães, ideologia, demografia, geografia e até mesmo o clima. Mas, como reafirmam os estrategistas, os russos venceram porque não quiseram ser derrotados e souberam explorar, em seu favor, aqueles elementos mencionados acima.
Estas lições históricas de guerras, repasso-as aos dirigentes sindicais. Para não sermos vencidos nas difíceis situações que enfrentamos, precisamos mais que nunca da vontade de não sermos derrotados, da vontade de resistir, de aumentar a representatividade e de garantir a unidade de ação.
* João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical