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29/02/2016

Editorial - O pré-sal precisa continuar nosso

Murilo 01072015 bonecoA aprovação pelo Senado, com a decisiva anuência do Governo Dilma, do Projeto de Lei 131/2015, de autoria de José Serra (PSDB/SP), significa, na prática, a entrega da exploração das reservas na camada do pré-sal às petroleiras estrangeiras. A votação feita em 24 de fevereiro último acaba com a obrigatoriedade da participação mínima de 30% da Petrobras e passa a existir uma preferência à empresa que será submetida ao Conselho Nacional de Política Energética. Ou seja, deixamos de ter um projeto de Estado relativo a essa riqueza fabulosa do povo brasileiro.

É de se perguntar por qual motivo o Brasil abriria mão voluntariamente de um recurso que lhe pertence e que tem condições de explorar, pois, ao longo de décadas, a nossa engenharia desenvolveu a tecnologia necessária para tanto. Para se ter uma ideia da dimensão do que está em jogo, conforme divulgado pela Agência Brasil no ano passado, estudo do Instituto Nacional de Óleo e Gás da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) aponta para a existência de ao menos 176 bilhões de barris de recursos não descobertos e recuperáveis de petróleo e gás na área do pré-sal. Conforme a pesquisa, há 90% de chance de essa previsão se confirmar, podendo esse número ser ampliado, passando dos 200 bilhões.

Em sua edição de 2012 do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), entidade filiada à nossa confederação, chama a atenção para a importância do modelo de partilha proposto para a exploração do pré-sal, que ampliava a parcela da riqueza mineral que caberia ao Estado e à sociedade e fortalecia a Petrobras. Além disso, seria instituído um fundo de desenvolvimento para que os recursos oriundos das novas reservas fossem aplicados prioritariamente em educação, cultura, ciência & tecnologia e proteção ao ambiente. A partir das perspectivas que se abriam diante desse cenário, a FNE propunha ênfase no investimento em C, T & I no setor petrolífero e sua dinamização a partir de pequenas empresas de capital nacional. A mudança aprovada no Senado, sob um inexplicável regime de urgência e, portanto, sem o necessário debate público, joga por terra tais ambições.


Maringoni Petroleo

É inadmissível que se usem os casos de corrupção na Petrobras como pretexto para causar prejuízo muito maior ao Brasil que os desvios praticados por agentes públicos e executivos do setor privado. Mais do que nunca, é preciso fortalecer a nossa principal empresa e defender as nossas riquezas.
Apesar da derrota significativa, a luta não acabou. A matéria ainda será apreciada na Câmara e se aprovada, seguirá à sanção pela Presidência da República. É necessário que a sociedade brasileira, independentemente de sua preferência partidária, atente para a relevância desse tema e faça toda a pressão possível para reverter a decisão. Aqui estão em jogo o interesse nacional e o futuro do País.

 

 

Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente do SEESP

 

 

 

 

 

 

 

 

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Comentários  
# Pre Sal, uma visão diferenteClaudio B do Valle 08-03-2016 10:17
1- Não há entrega de potenciais recursos energéticos a ninguém e sim uma aceleração no acesso aos mesmos.
2- Os preços do petróleo decorrem da lei da oferta e procura e não são fixados pelo governo de plantão.
3- O pais tem carências que prioritariament e devem ser atingidas como infraestrutura, saneamento, educação e saúde.
4- A Petrobras é uma empresa com um quadro técnico incomparável e mesmo sendo administrativam ente dilacerada por asseclas, tem condições de se levantar e atuar, quando de seu interesse técnico, prioritariament e na regalia de ter direito a 30%. Olhem bem: de acordo com seus interesses.
5- Como defender um filão interno se a Petrobras atua como multinacional através da Braspetro? Na casa alheia tudo bem?
6- Energias alternativas cada vez mais adquirem importância na cesta de fontes hoje exploradas. Além de questões geopolíticas, tai uma das causas do baixo preço do petróleo mundial.
7- O petróleo é nosso se pudermos utiliza los.
8- O pré sal não é a salvação nacional e sim mais uma fonte de energia..
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# A LUTA DE TODOSuriel villas boas 03-03-2016 16:57
O controle estatal do petróleo sofre constantes ameaças. A mais recente tem a ver com a possibilidade de entrega da exploração do pré-sal para capital privado. Um projeto tramitando no Senado Federal de um projeto de iniciativa do Senador paulista José Serra exige do movimento sindical combativo uma atitude franca e objetiva. E manifestação de uma liderança como o Presidente do SEESP dá uns indicativos de ações que podem ser colocadas em prática. Começando pela pressão aos deputados federais em suas base4s, mostrando o inconformismo pela apresentação do projeto e exigindo a sua reprovação na votação.
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# eng civilubirajara botto da f 03-03-2016 12:01
Não posso concordar com o José Geraldo Paiva, acima, tem que haver o retorno para a sociedade, ela é a verdadeira dona desses recursos, não seus governos ou empresas. Esse retorno deve ser com destino certo, INSTRUÇÃO da camada social menos favorecida, só assim esse país sairá desse limbo.
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# Engenheiro EletricistaJosé Geraldo Paiva 03-03-2016 10:43
É importante a desvinculação da exploração versus retorno para sociedade de suas riquezas naturais. A exploração por várias empresas não irá retirar riquezas do Brasil, apenas direcionará investimentos distintos para exploração. A prefixação de uma remuneração adequada ao investimento e impostos justos sobre a exploração certamente trarão maior retorno, pois criarão uma estrutura sustentável de longo prazo.
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# Diretor da Delegacia de SJCamposEdmilson Saes 01-03-2016 21:33
Meus Parabéns ao Presidente do SEESP e da FNE, por este oportuno editorial. Realmente é inadmissível que usem qualquer tipo de situação relacionado a corrupção para abrir mão de tamanha riqueza. Já basta a paralisia de muitas obras, e a falta de cuidado ao punir corruptos e corruptores, sem tomar cuidado com as empresas.Parabé ns mais uma vez, e vamos em frente. Edmilson
Responder
# O pré-sal tem que ser nossoPaulo Guimarães Leit 29-02-2016 14:55
Parabéns ao editorial "O PRÉ-SAL PRECISA CONTINUAR NOSSO".
Nós, brasileiros, temos que defender o que é nosso.
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