Uma equipe formada por 45 técnicos, entre engenheiros experientes, recém formados e estudantes, esteve no Itaim Paulista, na manhã de sábado (7/05), zona leste da Capital. A visita técnica para reconhecimento de campo em um bairro que é constantemente assolado por alagamentos faz parte de uma iniciativa do Núcleo Jovem Engenheiro, do SEESP, que é um desdobramento do projeto "Cresce Brasil+Engenharia+Desenvolvimento" , da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE).
Foto: Beatriz Arruda/Imprensa SEESP
“Primeiro foi uma surpresa o número de pessoas que se interessaram em participar dessa visita técnica. Foram 45 pessoas, um numero expressivo o que tornou a coordenação desse grupo no local um pouco mais difícil e desafiador”, conta Marcellie Dessimoni, coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP, que reconhece que, apesar do trabalho, a iniciativa valeu muito a pena. “Os depoimentos foram muito ricos. Um pequeno detalhe é importante para que a gente possa analisar com mais exatidão. Como por exemplo, teve uma senhora que contou para a gente que os maiores alagamentos ocorrem de quatro em quatro anos. Isso é um dado importante”, completou.
Divididos em quatro vans, os técnicos chegaram no bairro por volta das 9h30, quando se dividiram em grupos menores de duas ou três pessoas. “Aprender assim conversando e estando onde o problema está é muito gratificante. Já temos alguma experiência de campo, mas nada comparado a isso que foi hoje”, reconheceu July Nicoli, estudante de Engenharia de Inovação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec).
Além do Isitec, também estiveram estudantes da UniNove, Unicid, FMU, Estácio, entre outras instituições.
Os diretores do SEESP Sergio Granato, da Delegacia Sindical de Sorocaba, Celso Renato de Souza, do Núcleo Jovem Engenheiro. “Esse trabalho nunca fiz como engenheiro. Quando era estudante fiz muito, mas já como engenheiro ainda não tinha tido a oportunidade de fazer um trabalho de base como esse. É uma oportunidade que estou abraçando e está muito gratuificante. Estou muito feliz de participar disso tudo”, declarou Celso Renato, instantes antes de deixar o bairro, após quase três horas de atuação direta com a população. “Precisamos cobrar os governantes alguma solução. Para isso, viemos conferir quais as demandas e quais as soluções viáveis. Os jovens têm muita força pra levar o projeto e vou com eles brigar por isso”, acrescentou.
No próximo dia 21 ocorrerá uma mesa redonda entre os técnicos que estiveram no local e profissionais convidados que atuam nas áreas de saneamento e recursos hídricos para confrontar dúvidas e indagações sobre a problemática. Depois, haverá uma fase de compartilhamento das informações entre todos os participantes e ai começa um processo de brainstorming (tempestade cerebral ou tempestade de ideias) – dinâmica de grupo que é usada como uma técnica para resolver problemas específicos, para desenvolver novas ideias ou projetos, para juntar informação e para estimular o pensamento criativo.
Dessimoni estima que tudo deverá estar pronto até o dia 15 de agosto, quando começa efetivamente a campanha 2016. “Queremos entregar um conjunto de propostas aos candidatos à prefeitura da cidade e ver quem se compromete a tocá-las”, salientou.
Histórico
Há anos os moradores do bairro sofrem com enchentes, que se repetem sempre no final e início de ano, período de festa e férias para a maioria. Neste ano, a situação se agravou com o transbordamento de córregos (como Lajeado, Rio Verde e Aricanduva).Em janeiro deste ano, nos 12 quilômetros quadrados do bairro, onde vivem cerca de 224 mil pessoas (dados da subprefeitura de 2010), o índice pluviométrico chegou a 104 milímetros, o correspondente a mais de 40% do previsto para todo o mês naquela região. Em toda a cidade, o Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) registrou média de 29 milímetros de índice pluviométrico, o que corresponde a mais de 10% da média esperada para o mês, no mesmo período.
O SEESP já vinha atuando em campanhas sociais no bairro com arrecadação de roupas e mantimentos para as vítimas das enchentes. “Precisamos de uma solução mais definitiva e por isso também estamos doando nossos talentos de engenharia”, concluiu a coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro.
A Subprefeitura de São Miguel afirma, em matérias publicadas na mídia, ter drenado todas as ruas alagadas e diz manter serviço de zeladoria no local, como limpeza de ruas, bueiros e galerias, além de limpar córregos da região.
* Confira fotos da visita aqui.
Deborah Moreira
Imprensa SEESP