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15/08/2016

Boletim do Dieese aponta 'tragédia olímpica' com desemprego em alta

O Boletim Emprego em Pauta, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de agosto, compila dados de mercado de trabalho disponíveis deste ano. No primeiro semestre, o desemprego cresceu e o rendimento despencou.

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Para os trabalhadores brasileiros tem sido uma maratona enfrentar as condições do mercado de trabalho do  País. No primeiro  semestre, o desemprego cresceu e o rendimento despencou, como mostram os resultados das principais pesquisas e  o  Cadastro  Geral  de  Empregados  e  Desempregados (Caged), registro administrativo do Ministério do Trabalho que acompanha a movimentação do mercado de trabalho.

Segundo   Pesquisa   Nacional   por   Amostra   de Domicílio Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a junhode 2016, o número de desocupados no País teve  acréscimo de  2,5  milhões  de  pessoas.

A  estimativa  é  que  o número  de  pessoas  sem  ocupação  no  Brasil  tenha  atingido 11,6 milhões, no segundo trimestre, o que corresponde a 3,2 milhões de pessoas a mais do que no mesmo período de 2015. Do total de desocupados, quase metade (1,5 milhão) trabalhava antes com carteira assinada.

Outro  dado  da  Pnadc  mostra queda  do rendimento real médio habitualmente recebido pelo trabalhador brasileiro de -1,5% no segundo trimestre e de - 1,3% no acumulado do ano.

A  Pesquisa  de  Emprego  e  Desemprego,  realizada  pelo  DIEESE,  Fundação  Seade  e demais  parceiros,  também  indica  crescimento contínuo do  desemprego em  2016.  Das  localidades pesquisadas,  o  desemprego  não  aumentou  somente  na  Região  Metropolitana  de  Porto  Alegre.  Nas demais,  DF e regiões  metropolitanas  de  São  Paulo,  Salvador  e  Fortaleza, o desemprego  não  apenas subiu, como o crescimento registrado foi superior ao do início do ano anterior.

Pelos resultados da pesquisa, fica clara a diferença entre as taxas das regiões. Em junho de 2016, a taxa variou de 24,8%, em Salvador, a 10,3%, em Porto Alegre, onde se verificou o menor patamar de desemprego. Também destaca-se, nos resultados do semestre, a estabilização da taxa de desemprego, nas regiões de Porto Alegre e Fortaleza.

A PED também confirma redução do rendimento médio real dos ocupados em todas as regiões metropolitanas pesquisadas, entre maio de 2015 e maio de 2016. A maior queda ocorreu em Salvador (-11,1%) e a menor em Fortaleza (-3,0%).

A divulgação do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho (MTb) de junho indica a queima de cerca de meio milhão de postos de trabalho formais no primeiro  semestre  deste  ano.  Além  desse  resultado  negativo,  a  rotatividade  dos  trabalhadores  tem contribuído para a redução dos salários, já que o salário médio de admissão tem sido bem inferior ao dos trabalhadores desligados.

Os resultados mostrados revelam que, no segundo trimestre de 2016, o valor médio do  salário  de  admissão  correspondeu  a  aproximadamente  87%  do  valor  médio  dos  salários  dos desligados. Os dados desfavoráveis refletem a profunda crise política e econômica que se arrasta no país. É quase um desafio olímpico para os trabalhadores, que encaram uma maratona cotidiana para sobreviver.

Inúmeros outros obstáculos devem ser enfrentados no próximo período, pois um conjunto de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários também estão ameaçados no momento. Para responder a esses desafios, as Centrais Sindicais lançaram um documento apontando as principais lutas a serem travadas.

Pelo emprego e pela garantia de direitos
Em  julho,  as  centrais  sindicais  CUT,  Força  Sindical,  UGT, CTB, NCST e CSB se  reuniram  em assembleia e divulgaram um documento em que destacam como principais desafios da atualidade enfrentar o aumento do desemprego com redução dos salários e combater o desmonte das políticas sociais, especialmente da Previdência e da Seguridade Social.

Entre as medidas propostas pelas entidades estão:
Fortalecer as negociações coletivas;
Combater a flexibilização das relações trabalhistas
Reduzir a jornada de trabalho para 40 horas semanais;
Promover o fortalecimento do mercado interno;
Promover   o   crescimento   econômico   através   da   ampliação   do   financiamento   para investimentos  públicos  e  privados  em  infraestrutura, da  redução  da  taxa de  juros  e  de políticas públicas que deem sustentação ao setor produtivo.

As Centrais realizam na terça-feira (16/8), uma manifestação nacional, unificada, em defesa do emprego e das garantias de direitos da classe trabalhadora.




Fonte: Dieese




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