Em mais um debate do ciclo “A engenharia e a cidade”, o SEESP recebeu, na tarde de segunda-feira (12/09), em sua sede, na Capital paulista, o candidato Levy Fidelix, do PRTB, que estava acompanhado do seu vice Jairo Glikson. À abertura, o presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, falou da satisfação em receber o proponente e da importância em promover discussões diretas com o eleitorado, como forma de esclarecer propostas e até de agregar ideias aos programas de governo.
Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Fidelix (ao centro) apresentou seu plano de governo aos engenheiros, em 12 de setembro.
Fidelix lembrou aos presentes que participava de processos eleitorais desde 1996 e que se sentia recompensado na disputa por fazer uma campanha, segundo ele, que destoa da grande maioria dos candidatos que contam com muitos recursos financeiros e tempo de televisão. “Tentam de todas as formas desconstruir a minha candidatura”, reclamou, mas se considera um “vitorioso” nesse processo. “Não tenho estrutura de comunicação, mas tenho propostas sérias”, apontou. Nesse sentido, ele lamentou que os meios de comunicação do País não respeitem preceito constitucional (artigo 220) que garante “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição”. As empresas do setor, afirmou Fidelix, estariam violando o dispositivo legal quando “selecionam” os candidatos que vão participar dos seus debates.
Na sequência, o candidato apresentou, em linhas gerais, os principais pontos do seu plano de governo que, segundo ele, se baseia em seus 34 anos de residência na cidade. “Para querer o bem de um local precisamos conhecê-lo a fundo.” A canalização dos rios Tietê e Pinheiros no perímetro urbano da capital é uma das suas propostas. “Estamos cercados por dois rios mortos e fétidos. Gastamos muito dinheiro há várias gestões para limpá-lo, mas sem sucesso”, lamentou. Por isso, defendeu o “tampamento” das águas fluviais e a reubarnização no local com a construção de áreas de lazer, ginásio poliesportivo, minizoológico etc.. “Seria praticamente um novo “Parque Ibirapuera”, mas longitudinal, com quase 25km de extensão."
Novas linhas do aerotrem
Para o candidato à Prefeitura de São Paulo, a cidade precisa de transporte de qualidade e gestão eficiente contra o caos nas vias públicas. “Nesse sentido, vou criar a secretaria de mobilidade urbana”, avisou. Também na área, defendeu a construção de novas linhas do aerotrem em sistema de monotrilho, como uma entre os aeroportos de Congonhas e Cumbica (Guarulhos). “Reduziria o tempo de viagem entre esses destinos para 20 minutos, no máximo.”
Público participou com perguntas sobre vários temas, desde mobilidade a saneamento.
Na parte de finanças, Fidelix afirmou que o governo não pode se transformar em “empresário de imposto”. “Precisamos desonerar as passagens do transporte, por exemplo. E acabar com a bitributação, com imposto em cima de imposto, que é vedado pelo artigo 150 da Constituição Federal.” Para ele, o prefeito precisa ser criativo e considerar o povo como o seu vereador.
De acordo com Fidelix, a dívida da prefeitura paulistana só aumenta, estando perto, citou ele, atualmente, de R$ 50 bilhões. “Defendo mudar o perfil desse endividamento e criar um banco de poupança com a inclusão de todos os ativos da cidade nele.” Ele ainda tem propostas para melhorar os serviços de saúde – com a criação do Plano de Atendimento à Saúde do Paulistano, PASP – e de educação, começando, afirmou o candidato, com a valorização dos professores da rede de ensino do município.
O candidato respondeu, ainda, perguntas do público sobre mobilidade urbana, entrosamento dos poderes municipal e estadual para alavancar o transporte sobre trilhos na cidade, logística reversa para reduzir o lixo, saneamento básico e o serviço dos táxis e do Uber. “Debater com os engenheiros me ajuda a melhorar as propostas de governo, sem dúvida nenhuma", finalizou.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP