No quarto debate do ciclo “A engenharia e a cidade”, o SEESP recebeu a candidata Marta, pela coligação União por São Paulo, formada pelos partidos PMDB e PSD, na noite de segunda-feira (19/09), na sua sede, na Capital paulista. O presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, agradeceu a participação da proponente, o que possibilita, segundo ele, conhecer com mais profundidade suas propostas para a cidade e trocar ideias com os profissionais e o eleitorado. Para Marta, essa proximidade é salutar e ajuda muito o candidato a melhorar seu plano de governo.
A candidata iniciou sua apresentação informando que está “andando” muito pelas ruas e bairros e, infelizmente, se deparando com uma cidade suja, cheia de buracos e com muitos problemas nas áreas de saúde, segurança, educação e mobilidade. “Estou chocada. Visitei o Córrego do Bispo, na Zona Norte, e encontrei uma realidade terrível. Vivem lá quase sete mil famílias entre palafitas e ratazanas. As crianças brincam no meio dos bichos.” Para ela, tal cenário precisa mudar urgente: “Essa e outras áreas precisam ter regularização fundiária. Não tenho nenhuma dúvida que essa é uma prioridade para o meu governo.” E completou: “Na sequência, passaremos à urbanização desses locais. Precisamos dar dignidade a essas famílias.”
Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Marta quer revitalizar região central e garantir dignidade a moradores de áreas de risco.
Marta fez duras críticas ao que ela classificou como “total abandono” da região central. “Todo centro é quase um cartão postal de uma cidade. O nosso centro é o retrato de uma cidade abandonada.” E se comprometeu: “Em seis meses, vocês não vão reconhecer esse centro, porque ele passará por uma limpeza profunda.”
Outro ponto que a candidata diz que vai atuar de forma enfática é o problema das drogas. Para ela, a questão deve ser tratada de forma diferente ao que ocorre hoje e propõe o “Programa de abstinência”, que terá como base e aproveitará a experiência de diversas religiões. “A questão não é cheirar pouco, mas não cheirar mais. Vejo que os programas dessas entidade religiosas se mantêm na espiritualidade e têm resultados mais permanentes”, observou.
Ainda sobre a questão, Marta defendeu medidas que recuperem a autoestima da pessoa, que “deve se pensar e se ver um cidadão, merecedor de atenção e carinho”. Nesse sentido, estão nos planos da prefeiturável vários programas de qualificação e requalificação profissional.
Valorização dos servidores
Marta lembrou uma de suas ações quando foi prefeita de São Paulo, no período de 2001 a 2005. “O Ceu [Centro Educacional Unificado] foi uma maravilha da minha administração, planejado e realizado pelos profissionais do Edif [Departamento de Edificações].” Ela salientou, por isso, que os profissionais da área técnica precisam ser valorizados nas ações do governo. “Teremos mais Ceus para fazer e será com a nossa mão de obra”, avisou. Da mesma forma, garantiu que vai dar prosseguimento a obras paralisadas ou inacabadas, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Tiradentes e Parelheiros.
Público participou ativamente do debate, fazendo diversas perguntas e reivindicações.
Ainda sobre o seu primeiro mandato à frente da prefeitura paulistana, Marta disse que trabalhou com um orçamento de R$ 13 bilhões e foi uma ótima gestora, comparando com o recurso atual de mais de R$ 50 bilhões. Com o propósito de melhorar a cidade e seus serviços, a candidata do PMDB criticou o total abandono da saúde municipal, dizendo que vai, inclusive, resgatar o hospital municipal para os servidores públicos da administração. Atenção também terá a mobilidade, com mais calçadas adequadas para atender, segundo ela, um contingente de 32% das pessoas que andam a pé, com sistema de integração entre os modais de transporte e a construção de mais seis terminais de ônibus.
A área de educação é outro ponto que precisa de maior atenção do administrador municipal, apontou Marta. “Hoje o que existe, com essas creches conveniadas, é um “depósito” de crianças, sem programas educacionais de qualidade para oferecer.” Para tanto, acredita que deve-se investir na qualificação e valorização do professor. “Precisamos de um profissional diferenciado que entenda as necessidades das crianças.”
Após a explanação de suas propostas de governo, Marta interagiu com o público presente que lhe fez várias perguntas. Em especial, os engenheiros da Prefeitura de São Paulo reivindicaram reajuste para repor o poder de compra dos salários, defasados em mais de 58%, segundo o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC/Fipe). Ainda foram feitas indagações sobre plano diretor arbóreo com programas de poda e fitossanitário, modernização da central de bilhetagem da São Paulo Transporte (SPTrans) para evitar fraudes na concessão de cartões de transporte, regularização fundiária sustentável, IPTU verde, como ficará o sistema funerário da cidade, construção de moradias e equipar as subprefeituras com quadro técnico próprio, para tanto se colocou a necessidade de realização de concurso público para engenheiros, arquitetos e geólogos.
Marta estava acompanhada do vice-prefeito, o candidato Andrea Matarazzo, e também do seu marido, o empresário Marcio Toledo, ex-presidente do Jockey Club de São Paulo.
Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP