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30/09/2016

Candidato da Rede defende modelo “waze” de governar a cidade

No último debate do ciclo “A engenharia e a cidade”, o SEESP recebeu o vereador Ricardo Young, candidato à Prefeitura de São Paulo pela Rede, em 28 de setembro último, na sede da capital paulista. O presidente do sindicato, Murilo Pinheiro, destacou a importância do espaço criado pelos engenheiros no sentido de discutir unicamente ideias e propostas para a cidade, levando em conta todos os vetores urbanos – transporte, mobilidade, saneamento, sustentabilidade, habitação, gestão etc. O dirigente destacou ao proponente que o sindicato compreendia uma grande estrutura de organização e trabalho, com 400 diretores, 800 delegados sindicais nas diversas empresas da base e representava um contingente profissional de mais de 200 mil pessoas em todo o Estado, além de 25 sedes regionais no interior paulista.


Fotos: Beatriz Arruda/SEESP
Young 2 
Candidato apresenta duas ideias para a cidade de São Paulo em debate no SEESP.
 

O candidato iniciou sua apresentação salientando que acompanhou de perto a luta da categoria por salário e carreira própria na prefeitura paulistana e falando sobre sua agremiação política, a Rede. Segundo ele, o partido pela qual concorre está imbuído em criar uma nova maneira de “fazer política”, com atenção especial ao público jovem. “Queremos um partido que consiga conciliar a defesa da sustentabilidade e a ética.” Ao mesmo tempo, disse que a “Rede não se autodenomina um partido porque se considera uma agremiação de pessoas que protagonizam a luta pela sustentabilidade”. Explicou ainda o candidato que o partido não tem um presidente, mas porta-vozes e que é vedado aos participantes se perpetuarem em cargos eletivos e institucionais.

Na sequência, em plano geral, falou sobre suas propostas para a administração municipal de São Paulo, explicando que o conjunto de ações pretendido tomava como base que “vivemos no século XXI numa civilização urbana, tecnológica, globalizada e em crise de modelo de desenvolvimento”. Nesse sentido, Young acredita que os engenheiros talvez sejam os profissionais mais desafiados por essas questões, já que os esforços mundiais são para a criação de novos modelos de desenvolvimento.

Uber, um fenômeno da cidade tecnológica
No Brasil, realçou o candidato da Rede, 87% das pessoas vivem nas cidades e, no mundo, são 50% residindo nos espaços urbanos. “Vivemos em megacidades e em rede, e com avanços tecnológicos”, apontou. Por isso, citou ele, fenômenos como o Uber surgem e criam desconfortos nas relações sociais e econômicas. “A inovação tecnológica muda a face das nossas cidades.” A sua candidatura, informou, se situa numa política antenada com essas transformações e que vai atrás de modelos de atuação que compatibilizem as estruturas públicas institucionais tradicionais – Executivo e Legislativo – e as demandas da população.

Ele quer mudar a estrutura atual de governo, que se caracteriza, segundo o candidato, por repartir cargos com aliados partidários numa verdadeira “loteria administrativa”. “Proponho uma mudança bem radical, uma espécie de modelo “waze” (aplicativo de navegação que indica as condições de trânsito em tempo real, baseado nas informações de uma comunidade), com descentralização profunda, com as subprefeituras de hoje virando coprefeituras. Quero o empoderamento da população no meu governo.”

Ao mesmo tempo em que haverá a descentralização, Young disse que criará um sistema centralizado de inteligência para avaliar as ações e indicar metas para as coprefeituras. Para ele, tal estrutura é oposta ao que se tem hoje nas administrações municipais. “Governos de coalização, onde os partidos coligados fatiam as secretarias e toda a estrutura de governo, criam uma estrutura vertical, onde as secretarias praticamente não conversam e são criados feudos”, criticou. Ele acredita que o modelo proposto pela Rede criará uma estrutura horizontal.

Young defendeu, ainda, que as estruturas administrativas da prefeitura sejam ocupadas por pessoas de ilibada reputação e competência técnica. “A população precisa voltar a confiar nos governos.” Nessa perspectiva de mudanças, o proponente disse que até o diálogo com a Câmara Municipal obedecerá outra dinâmica. “Quando o administrador se move estritamente pelos interesses públicos, com ética e transparência, outro canal de comunicação é aberto com a Câmara, o que lhe dará poder de negociação naquela Casa.”

Por fim, o candidato disse que as grandes mudanças no mundo terão como protagonista as cidades. “É a gestão das cidades que vai mudar o mundo.”

 

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP








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