Em reunião com o diretor José Roberto Castilho Piqueira e a vice-diretora Liedi Légi Bariani Bernucci, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), em 23 de setembro último, na capital paulista, o diretor de Articulação Nacional da CNTU, Allen Habert, apresentou o Projeto Brasil 2022 e a proposta de se fazer uma iniciativa específica com a comunidade politécnica e seus formados para integrar a Rede Brasil 2022. Também na ocasião foi feito o convite para a posse dos dois dirigentes, em 2 de dezembro próximo, no Conselho das 1000 Cabeças da confederação. Piqueira gostou da proposta e disse que vai criar uma comissão para proceder à criação da “Poli Brasil 2022”. Segundo Habert, a CNTU está estimulando as entidades e instituições a criarem suas iniciativas dentro do objetivo das diretrizes da Rede Brasil 2022.
Foto: Divulgação CNTU
Dirigentes da CNTU ladeados pela vice-diretora (à esquerda) e diretor da Poli-USP, no dia 23 de setembro.
Em documento entregue aos diretores da Poli-USP, a entidade apresentou, em linhas gerais, o projeto “Brasil 2022: O País que Queremos para comemorar o Bicentenário da Independência do Brasil e os 100 anos da Semana de Arte Moderna”. Está colocado que “desde já apresenta-se como uma oportunidade para a realização de um movimento cívico, de gestão descentralizada de instituições das mais diversas naturezas, que se mobilizam para que o nosso país reafirme e aprofunde sua condição de nação livre, soberana, pacífica e em permanente processo de construção de seu desenvolvimento sustentável e da democracia”.
O projeto “O País que Queremos” foi criado pela CNTU e vem sendo debatido por ela desde 2013, buscando traçar indicações básicas que possam animar a sociedade brasileira a transformar a comemoração dos 200 anos de Independência do Brasil em manifestações dinâmicas, amplas e plurais que possam iluminar os caminhos como povo e estado-nação. Para tanto, foram traçadas três diretrizes que esboçam um método de trabalho com o objetivo de construir uma unidade mínima das forças sociais, culturais e políticas, que paulatinamente, construam um caminho com orientações básicas.
Diretriz 1
Debate do papel e os instrumentos dos profissionais universitários no projeto de futuro do País, especialmente nas seguintes questões: 1.1) Democratização do Estado e universalização dos serviços públicos: debater a reforma do Estado e da administração pública objetivando a profissionalização e a democratização dos serviços públicos, rompendo com as culturas de privilégio, partidarização, corrupção e descontinuidade das políticas públicas; 1.2) Democratização da economia e valorização do trabalho: diversificação e descentralização da economia brasileira, gerando mais oportunidades, melhores empregos, valorização das micro, pequenas e médias empresas e outras formas sociais e colaborativas de produção e inovação; 1.3) Prospecção da educação e do trabalho no futuro: contribuir com a juventude e as futuras gerações de profissionais universitários através da prospecção das transformações do trabalho e da educação; 1.4) Fortalecimento do sindicalismo: valorizar e fortalecer as entidades sindicais dos profissionais universitários para potencializar a defesa da democracia, do desenvolvimento socioeconômico, da justiça social, do emprego, das rendas do trabalho e da educação continuada.
Diretriz 2
Motivar a participação das diversas instituições democráticas (poder público, empresas, entidades, escolas etc.), cada uma com seu projeto, mas buscando-se unidade entre elas para o desenvolvimento de grandes ações cooperadas como: 2.1) Portal: um sítio comum na web para todos os projetos Brasil 2022; 2.2) Certificação e selo: para distribuir aos parceiros do projeto Brasil 2022; 2.3) Publicações: produzir livros, cartilhas, folhetos e outras publicações; 2.4) Curso Cidadania Brasil 2022; 2.5) Arte moderna e contemporânea: organizar e estimular atos culturais e artísticos.Estimular a economia da cultura, a economia criativa, auxiliando a valorizar e integrar as regiões do País.
Diretriz 3
Constituinte do Saber visa mobilizar a sociedade brasileira através de conferências municipais nas principais cidades do País, elegendo partícipes e propostas para uma Conferência Nacional do Brasil 2022 que aponte rumos e prioridades para o País nos mais importantes aspectos nacionais, como: 3.1) Estado e serviço público: desenvolver um Estado com ampliação da democracia e serviços públicos com crescente qualidade e gestão participativa; 3.2) Educação: desenvolver proposições para a educação brasileira, acolhendo suas expectativas de autonomia, liberdade e criatividade; 3.3) Ciência, tecnologia e inovação: propostas para o desenvolvimento científico, tecnológico e inovacional, rompendo com as abordagens elitistas, distanciadas da vida real e excludentes da produção e acesso de todos ao conhecimento mais avançado; 3.4) Economia e empreendedorismo: traçar propostas de políticas nacionais e regionais de fortalecimento da capacidade empreendedora da sociedade, de geração de emprego, trabalho e renda e de proteção da economia brasileira nas crises cíclicas do capitalismo. Investir na implantação de cidades inteligentes, reforçando a soberania cidadã; 3.5) Cultura e civilização: desenvolver a economia criativa. Propor formas de incremento do potencial criativo do País, musical, audiovisual, literário, plástico, teatral, arquitetônico, ambiental, urbano, agrário, científico e esportista.
Comunicação SEESP
Da Redação da CNTU