logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 69

11/11/2016

Crise exige fortalecimento da ação sindical, aponta Sérgio Scuotto

A Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC enfrentou muitos problemas também por conta da crise econômica por que passa o País, com reflexos diretos no emprego nas grandes montadoras instaladas na região, principalmente. O destaque é do presidente interino da regional Sérgio Scuotto. Os desafios, todavia, como aponta nessa entrevista, não desanimaram a ação sindical, mas redobraram o debate de como atrair o profissional para estar no sindicato e se engajar nas lutas em defesa do emprego, da valorização profissional e da retomada do desenvolvimento brasileiro.


Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Scuotto 2 
Scuotto: "Além das montadoras, seus fornecedores, que já foram chamados de indústrias satélites,
também foram afetados pela crise e demitiram muitos trabalhadores, incluindo os nossos profissionais."
 

Como foi o ano de 2016 para a Delegacia Sindical do Grande ABC?
Sérgio Scuotto – Tivemos uma séria questão com a General Motors. A empresa está prejudicando os engenheiros nas negociações sobre atualização de direitos e salários. A montadora entendia que os nossos profissionais eram representados pelo sindicato dos metalúrgicos da região. Mas o SEESP conseguiu, com a participação importante do nosso Jurídico, fazer com que a categoria passasse a ser representada por nós.

Ainda neste ano reativamos a nossa participação no Conselho Sindical, da Gerência Regional do Trabalho e Emprego de Santo André e participamos de manifestações contra a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 241 e o PL (Projeto de Lei) 257, ambas matérias deste ano. Também foi importante a realização de palestras pelo Núcleo Jovem sobre legislação aos alunos da Fundação Santo André.

A Delegacia participou ativamente da VI Conferência Municipal de Santo André e lideramos, como fazemos todo ano, a homenagem ao Engenheiro do Ano, eleito conjuntamente por todas as associações de engenheiros e pelo SEESP. Tal evento ocorre por força de lei municipal em Santo André e a homenagem é feita na Câmara Municipal daquela cidade, em sessão solene.

Assim, o balanço feito é que a Delegacia procurou participar de todas as questões relevantes da região, mas a ação sindical ainda tem um longo caminho a percorrer, para estimular o interesse dos profissionais nas lutas da categoria. Esse é o grande desafio do sindicato na região.

O ano também não foi bom para os profissionais?
Scuotto – Foi péssimo. A região tem cinco grandes montadoras de automóveis. A diminuição do consumo de um bem (que no caso é o automóvel) reduziu muito por causa da crise econômica. Daí, essas grandes empresas iniciaram cortes de empregos em grande escala e os engenheiros também foram afetados. Além das montadoras, seus fornecedores, que já foram chamados de indústrias satélites, também foram afetados pela crise e demitiram muitos trabalhadores, incluindo os nossos profissionais.

Com reflexos tão intensos na região, qual a perspectiva para 2017?
Scuotto – A Delegacia sofre com o descaso que a base tem pelo sindicalismo. Há anos estamos procurando renovar nossos quadros. Essa diretoria, por exemplo, já perdeu em seus poucos anos de vida três diretores por falecimento e quatro por mudança de cidade de outras regiões. Esses últimos foram em busca de melhores oportunidades. Assim, para o ano de 2017 estamos focados em ampliar nosso quadro de diretores em primeiro lugar.
Há outro ponto importante: nossa regional, desde que nasceu, procurou e procura uma união cada vez maior com as associações de engenheiros da região. Aliás, a nossa Delegacia teve sua fundação feita numa reunião que ocorreu numa associação de engenheiros de Santo André. Esses esforços pela unidade visam o fortalecimento da categoria na região. Já estamos obtendo alguns frutos, como a recente elevação substancial dos salários dos engenheiros da Prefeitura de Santo André. Por último, vamos promover uma ação sindical mais agressiva para o próximo ano, visto que o parque industrial da região é enorme: são sete cidades com grande ênfase econômica nas indústrias metal mecânica e química.

A inovação e a tecnologia são intensas no ABC paulista.
Scuotto – Tecnologia para o profissional de engenharia é matéria de banco de escola desde o primeiro ano da faculdade. Falar em tecnologia para nós é como falar em fisiologia para um médico. Portanto, o domínio da tecnologia moderna é fundamental para nossa categoria, qualquer que seja a modalidade. Evidentemente, a modernidade da tecnologia está intimamente ligada ao conceito de inovação, que também é "respirado" pelo engenheiro desde que se emprega pela primeira vez. O que se espera do recém-formado é justamente que ele modifique a "velocidade" da empresa em que foi trabalhar, tornando-a mais competitiva no mercado. E esse profissional somente conseguirá atender às expectativas se inovar, inovar, inovar e inovar. Não há, hoje, outro verbo que se possa usar para atingir esses objetivos.

Quantos profissionais e cidades a Delegacia Sindical abrange?
Scuotto – A região tem cerca de 20 mil profissionais e abrange as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Quando foi fundada a Delegacia Sindical.
Scuotto – Em 12 de novembro de 1991.

Como o senhor vê o movimento Engenharia Unida da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)?
Scuotto – Nossa delegacia busca isso na prática há muito tempo. A maior parte das associações de engenheiros da região tem algum vínculo de trabalho, de cursos, de congressos ou de palestras com nossa Delegacia.

 


Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

 

 

 

Lido 3352 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda