Os trabalhadores avulsos da capatazia no Porto de Santos, no litoral de São Paulo, seguem de braços cruzados, sem nenhum sinal de que as empresas voltarão a negociar as reivindicações. Os funcionários, em greve desde o dia 1º de novembro, são contra a vinculação de trabalhadores por duas empresas do Porto, a ADM e a Louis Dreyfus.
Foto: Divulgação Sintraport
Assembleia dos trabalhadores avulsos do Porto de Santos
São 1.600 avulsos no corredor de exportação em greve. Segundo o Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários em Geral nas Administrações dos Portos e Terminais Privativos e Retroportos (Sintraport), os embarques de cargas a granel sólidas que chegam ao Porto em vagões estão parados.
O presidente do Sindicato, Claudiomiro Machado (Miro), informa que a empresa ADM quer fazer a vinculação (contratação pela CLT) de 170 funcionários, o que prejudicaria os trabalhadores avulsos que atuam em sistema de rodízio. "As empresas oferecem um salário muito inferior. São R$ 1.400,00 contra R$ 3.500,00, que é a média", disse à Agência Sindical.
A paralisação do embarque está causando filas na área do Porto. "São dois navios parados no Porto e vários vagões de trens que ainda não foram descarregados. Tudo por causa da intransigência das empresas", afirma Miro.
A intransigência foi demonstrada em audiência de instrução e conciliação, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SP), na tarde de quinta-feira (10/11). De acordo com o sindicato, durante a audiência, as empresas não deram nenhum sinal de aceitar negociar com os trabalhadores nem mesmo os ganhos dos vinculados. Em assembleia, os trabalhadores mantiveram a continuidade da paralisação.
Benefícios
A ADM alega que a vinculação possibilita o oferecimento de benefícios trabalhistas, como plano de carreira, Programa de Participação nos Resultados (PPR), previdência privada e incentivo educacional custeado em parte pela empresa. Porém, Claudiomiro rebate: "Todos esses benefícios os trabalhadores já têm pelo Ogmo (Órgão Gestor de Mão de obra). Essas empresas querem mesmo é rebaixar salários".
Fonte: Agência Sindical