Mesmo cada vez mais qualificada profissionalmente, a mulher ainda enfrenta preconceitos e diferenças no mercado de trabalho, como por exemplo nas áreas da ciência e tecnologia. Foi para debater essa questão que o Instituto Superior de Tecnologia e Inovação (Isitec) promoveu nesta quarta-feira (8) em sua sede, na capital paulista, uma roda de conversa sobre a mulher na engenharia, comemorando o Dia Internacional da Mulher.
O evento contou com a presença de Juliana Yukimitsu, estudante do instituto no terceiro ano de Engenharia de Inovação; Fabiane Becari Ferraz, engenheira agrônoma da empresa WF Ambiental, Engenharia, Estudos e Projetos; e a professora livre-docente do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Roseli de Deus Lopes. A gerente de Comunicação do SEESP, jornalista Rita Casaro, mediou a atividade. Na plateia, os alunos do Isitec participaram ativamente do debate.
Foto: Beatriz Arruda
Roseli de Deus Lopes, Fabiane Becari Ferraz, Juliana Yukimitsu e Rita Casaro, à frente do debate realizado no Isitec
“Essa discussão é de interesse de todos nós, engenheiros, profissionais, cidadãos”, saudou à abertura o presidente do sindicato, Murilo Pinheiro. Também ressaltando a importância do debate, o diretor-geral do Isitec, Saulo Krichanã Rodrigues, informou que as alunas são 23% do total de estudantes do instituto, mas a turma de Engenharia de Inovação deste ano “é 50% composta por mulheres”.
Fabiane Becari contou sua experiência em 20 anos de formação. A engenheira mencionou diversos casos em que foi destratada por funcionários quando estava em cargos de liderança, somente por ser mulher. “Eles preferiam se dirigir ao engenheiro homem, que nem era o responsável pelo projeto”, disse.
Para a professora Roseli de Deus, agravante é quando essas situações são vistas como normais, “sendo que sabemos que não deveriam acontecer”. “Hoje é um dia de luta das mulheres, que recebem salários inferiores fazendo as mesmas coisas que o homem, são discriminadas”, ressaltou. Idealizadora de um dos maiores eventos de ciências do País, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), ela acredita que para aumentar a participação feminina nas áreas tecnológica e científica ainda são necessárias campanhas “para dizer à mulher que ela pode fazer o que quiser”.
A futura engenheira de Inovação Juliana Yukimitsu garantiu que sempre teve incentivo da família e nunca sofreu tratamento desigual. “Mas não é porque eu não sofri preconceito que eu viro as costas para as tantas mulheres que sofrem, temos que combater essas situações”, salientou.
O calouro Pedro Luiz Mendes Silveira contribuiu com o debate: “Esse quadro de desigualdade não muda de um dia para o outro, é uma mudança gradual, e a melhor forma de acontecer é através da educação.”
Confira as fotos da roda de conversa na Fanpage do SEESP.
Jéssica Silva
Comunicação SEESP