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04/04/2017

Crise já é grave e pode piorar, aponta debate

A crise que não sai nos jornais foi tema de debate realizado na sexta-feira (31/3), na sede do Centro de Estudos da Mídia Barão de Itararé, em São Paulo. Participando do evento, o senador Roberto Requião (PMDB/PR) apontou esforço dos meios de comunicação para mostrarem um quadro mais positivo que o real. Para ele, contudo, o esforço é em vão: "A realidade entra pelas portas e janelas de nossas casas."

Segundo o parlamentar, o programa do governo de Michel Temer baseia-se na regressão e caminha para atirar o País de volta à economia agroindustrial, de produção de commodities. "A ponte para o futuro é uma agenda de funcionários de bancos que se dizem economistas. Acaba com a soberania nacional e o Estado social", criticou. "A história mostra que não dá para enfrentar recessão só com a cartilha dos bancos e do rentismo", criticou.


Foto: Beatriz Arruda
Murilo Pinheiro e senador Roberto Requião alertam sobre perigos da desvalorização da indústria brasileira.

Golpe na indústria nacional
O desmonte da indústria nacional foi abordado no debate pelo presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Murilo Pinheiro, que apontou as dificuldades do setor. "Para cada empresa grande, há cerca de 50 a 100 empresas menores que são afetadas pela crise", enumera. Murilo calcula na casa dos 50 mil o número de desempregados na área desde 2015. "Depois da Lava Jato, da discussão da Petrobras, as empresas de engenharia que exportavam tecnologia, trabalhavam em muitos países, praticamente acabaram. A corrupção tem que ser punida, não as empresas”, salientou, em tom crítico ao modus operandi da Operação Lava Jato.

Murilo afirmou ainda que a redução em 50% da exigência de contratação de conteúdo local pelas empresas participantes dos leilões de petróleo e gás trará mais desemprego e deve eliminar cinco mil postos de engenheiros entre os mais qualificados. Na prática, ressaltou a liderança, a alteração implementada pelo governo, exclui a indústria nacional dos negócios que serão gerados pelas petroleiras, já que é possível obedecer os novos requisitos apenas com o setor de serviços, sem que se compre um parafuso fabricado no Brasil. 

Representante da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Mario Bernardini, fez coro à crítica. "Dois setores saíram extremamente empoderados a partir do impeachment: o Judiciário e os banqueiros". Para ele, essa 'turma' vem causando sérios estragos. A forma como a Lava Jato investiga e pune as empreiteiras, por exemplo, já reduziu cerca de 300 mil empregos, salientou Bernardini.

Assim como Requião, que classificou a reforma previdenciária como a entrega da Seguridade Social à banca privatista nacional e internacional, Murilo também alertou para os danos que o ataque à aposentadoria e a reforma trabalhista devem causar. "Terceirização e as reformas trabalhista e da Previdência devem agravar ainda mais a crise não só para os engenheiros, mas para todas as categorias de trabalhadores."

Terrorismo midiático, um velho expediente
Professora da Universidade de São Paulo (USP) e ex-secretária municipal de Planejamento de São Paulo, Leda Paulani criticou o método do terrorismo econômico empregado pela mídia para atingir seus objetivos. De acordo com ela, desde a primeira eleição de Lula, em 2002, os meios de comunicação passaram a atuar como ferramenta de pressão. "No caso de Lula vencer, o ambiente criado ajudaria a forçar o presidente a adotar uma agenda conservadora, da política macroeconômica. Foi o que aconteceu", pontuou.

Em 2014, explicou Paulani, a economia nacional sofreu abalos do impacto da crise mundial e o modelo adotado pelos governos Lula e Dilma começou a se esgotar "Um crescimento puxado apenas pelo consumo, e esse assentado no crédito, tem pouca autonomia", frisou a economista. Com esse cenário, os setores conservadores 'deram de barato' que venceriam as eleições, mas perderam novamente. "A partir daí, o terrorismo econômico da mídia se intensifica", afirmou. 

 

Comunicação FNE
A partir de texto de Felipe Bianchi - Barão de Itararé

 

 

 

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