logo seesp ap 22

 

BannerAssocie se

×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 69

02/05/2017

VIII EcoSP debate apicultura e ruídos urbanos

Fechando as atividades do primeiro dia do VIII Encontro Ambiental de São Paulo (EcoSP), no dia 27 de abril último, foram colocados em pauta dois assuntos de relevante repercussão no meio ambiente: apicultura e a engenharia acústica.  “A abelha é um indicador se algo está certo ou errado na natureza, por isso sua importância”, introduziu o tema o diretor do SEESP Edilson Reis.

A professora Lídia Maria Ruv Carelli Barreto palestrou sobre o trabalho realizado pelo Departamento em Ciências Agrárias, na Universidade de Taubaté (Unitau), o Centro de Estudos Apícola (CEA). Desde 2012, contou Barreto, o projeto ajuda a comunidade dos criadores de abelhas da região e, indiretamente, das famílias e desenvolvimento econômico local. “A apicultura brasileira é composta por um número significativo de pequenos apicultores”, disse. Alunos de diversos cursos da universidade participam contribuindo desde a reforma dos entrepostos à divulgação das atividades realizadas.

O País tem hoje 350 mil apicultores e 184 mil entrepostos, área que gera 16 mil empregos na indústria e é um mercado avaliado em R$ 706 milhões, segundo dados apresentados pela palestrante. Conforme falou Barreto, apesar de ter o maior entreposto de mel da America Latina, localizado no Piauí, a apicultura brasileira carece de profissionalização na área para a devida proteção dos criadores e das abelhas. “Não temos um programa nacional, como um Plano Safra, por exemplo”, apontou a professora.

“A polinização feita pelas abelhas é ferramenta nas práticas agrícolas”, ressaltou Barreto sobre a importância dos insetos para o meio ambiente. “Se o agricultor quer um morango doce, ele precisa muito mais de uma manduri (abelha indígena) polinizando ao invés de químicas contra pragas”, explicou ela exemplificando. Em estudos feitos a partir de um microchip, é possível acompanhar a rotina da abelha e confirmar a polinização singular de cada espécie. “São estudos que trazem informações importantes ao apicultor, ao agricultor, a todo mundo”, disse.

Uma abelha faz 80 voos por dia, visitando 1200 flores em cada voo. Segundo Barreto, devido o alto uso de agrotóxicos nas plantações que matam as abelhas, hoje existem testes de polinização através de drones, para suprir tal demanda do setor agrícola. Mas os resultados “não têm a mesma eficácia”. Para ela, é preciso que se invista em produtos biológicos que causem menos impacto às abelhas, ao invés de uma tecnologia que as substitua. “Temos a necessidade de não matar as abelhas”, concluiu.

Engenharia de sons
“A poluição sonora impacta a todos, todos os dias”, disse o engenheiro Victor Bécard, iniciando a sua palestra sobre engenharia acústica e os malefícios dos ruídos à sociedade e ao meio ambiente. Poluição sonora é qualquer ruído indesejado no ambiente, que tem efeito danoso e não deixa resíduos ao ser exterminado, segundo Bécard. “A principal fonte de poluição sonora em São Paulo é o trânsito”, externou.

A organização que regulamenta as leis neste setor é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). “Mas falta a conscientização das pessoas de que a exposição ao barulho é prejudicial. E tende a piorar devido o crescimento constante dos centros urbanos”, disse Bécard. “As pessoas chegam em casa estressadas e muitas vezes não sabem que isso se dá por viver em um ambiente com muitos ruídos”, continuou.

Em dados apresentados por Bécard, 60% da população mundial é afetada por ruídos diariamente. Somente a noite, são 30%. Entre as crianças, 13% já apresentam perda de audição em todo o mundo. E 3% da população global já teve um Acidente Vascular Cerebral (AVC) por alta exposição a ruídos.

É papel da engenharia acústica, conforme falou o palestrante, monitorar e prevenir que números como estes permaneçam. “Temos softwares e equipamentos que auxiliam no acompanhamento e na solução das fontes de barulho”, disse o engenheiro. Um exemplo de monitoramento contínuo, conforme ele destacou, é a simulação computacional. “Se uma usina gera um ruído e a comunidade ao redor queixa-se deste, o engenheiro acústico pode simular as atividades da empresa e, através de gráficos em decibéis e hertz, descobrir a origem o ruído mais provocador”, exemplificou.

Para ele, há muito trabalho para os engenheiros neste cenário. “A engenharia acústica está com tecnologia e conhecimento apto a se empenhar em prol de melhoria”, finalizou Bécard.

 

Jéssica Silva
Comunicação SEESP

 

 

 

 

 

Lido 2483 vezes
Gostou deste conteúdo? Compartilhe e comente:
Adicionar comentário

Receba o SEESP Notícias *

agenda