Após o desgaste semana passada, na primeira tentativa de votar a reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o governo recuou e adotou postura mais cautelosa nesta terça (30/05).
Outra batalha era esperada, quando havia tendência de os governistas tentarem votar a matéria na base do trator. Porém, o líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), anunciou pouco antes do início da reunião que havia acordo com a oposição e o relator, Ricardo Ferraço (PSDB-ES), para encerrar a discussão do PLC 38/2017 e adiar a votação para o próximo dia 6 de junho.
Coincidentemente, na mesma data acontece no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o início do julgamento que pode levar à cassação da chapa Dilma-Temer, acusada de abuso de poder econômico e político na eleição de 2014. Pode ser o fim do governo Temer.
O assessor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Marcos Verlaine, disse à Agência Sindical que essa poderia ser uma novidade no processo legislativo, com poder de paralisar as atividades do Congresso Nacional. "Caso o TSE derrube Temer, esse fato novo pode frear a correria no Senado, colocando mais um entrave no calendário do mercado para a aprovação das reformas", avalia.
Ele adverte, no entanto, que um pedido de vistas no TSE pode atrasar o julgamento. "O Executivo tem pressa na aprovação da reforma trabalhista. O mercado pressiona os dois Poderes pra acelerar a chancela do projeto de lei pelo Legislativo", comenta.
Reforçar resistência
Após o sucesso do Ocupa Brasília, no dia 24 de maio, o sindicalismo busca elevar o patamar de organização e reforçar a resistência às reformas neoliberais. Na segunda (29), dirigentes elevaram o tom das críticas a mudanças na legislação trabalhista e previdenciária, durante audiência na Comissão de Direitos Humanos do Senado.
Publicado por Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP
Notícia da Agência Sindical