Foi criada no dia 1º de junho último a Frente Parlamentar Acreana de Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento. A iniciativa do deputado estadual Lourival Marques (PT) mobilizou engenheiros, autoridades e representantes da categoria para uma agenda que começou às 10h, na Assembleia Legislativa do Acre. Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do SEESP, participou da mesa de abertura ao lado do presidente da Frente Parlamentar Mista de Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional do Congresso Nacional, deputado Ronaldo Lessa (PDT-AL), que foi homenageado em moção assinada pelo presidente da Casa, Ney Amorim. Junto com eles, os presidentes do Senge-AC, Sebastião Fonseca, do Crea-AC, Carminda Pinheiro, e o prefeito de Rio Branco, Marcos Alexandre, debateram os desafios da iniciativa para o estado. Nas palavras de Amorim, o lançamento da frente foi um dia importante do Poder Legislativo do Acre. Presitigiaram a iniciada secretários de Estado e integrantes da diretoria da FNE.
Fotos: Paula Bortolini
Murilo destaca em discurso do lançamento da frente, no Acre, o protagonismo da engenharia para a retomada do desenvolvimento do País.
Murilo enfatizou a importância da Frente acriana como mais um espaço para onde convergem as preocupações da engenharia, as questões do crescimento e desenvolvimento do País. Ele prevê que a iniciativa vai se repetir em outros estados que ainda não formaram sua frente parlamentar e seguir a mesma tendência do movimento Engenharia Unida, que tem ampliado seu alcance, discutindo propostas de incremento econômico, geração de empregos e busca de melhorias para a sociedade brasileira. Esse protagonismo, na visão de Murilo, vai ajudar a mostrar que o Brasil é maior do que a crise. Já o deputado Marques salientou que a criação da frente é um ato de reconhecimento que a engenharia é indispensável à sociedade.
A engenharia em casa no Acre
Estar no Acre é particularmente significativo para a luta dos engenheiros por valorização profissional. Trata-se do único estado a aplicar, com a Lei Cartaxo, o salário mínimo profissional dos engenheiros em todo o estado, além da carreira de Estado, que ainda não é uma conquista no País. Marques falou da engenharia no cotidiano de Rio Branco, na Cidade do Povo, as 3.340 habitações, creches e equipamentos para os moradores. Afirmou que é preciso "acompanhar as obras, como parlamentares e fiscais do povo, fazer parte das discussões da engenharia no estado".
Para o presidente do Senge-AC, a responsabilidade da engenharia no momento difícil pelo qual passa o País é de
atuar pela retomada do crescimento, geração de empregos e melhores condições de vida. São desafios que dependem de grande articulação e mobilização - papéis da frente e do movimento Engenharia Unida. O sindicalista cumprimentou o presidente da FNE, também por ser um "conterrâneo riobranquense que sempre apoiou a engenharia acriana". Sob seu incentivo, "a Engenharia Unida tornou-se um movimento concreto", acrescentou Carminda Pinheiro.Proteger a engenharia e o emprego
O homenageado do dia, Ronaldo Lessa, também agradeceu o apoio da FNE à Frente Parlamentar do Congresso Nacional e disse que o Acre tem dado exemplo de organização e trabalho e que alguns estados já instalaram a frente em suas assembleias. Além da luta pelo reconhecimento da influência da engenharia na vida das pessoas e de sua valorização profissional - como a conquista da carreira de Estado do Acre e a luta pela aprovação no Congresso Nacional -, Lessa elencou vários desafios da sociedade que também são da frente nacional: resistência à imposição dos banqueiros e das privatizações; necessidade do fortalecimento da soberania nacional; defesa do conteúdo local; retomada das obras paralisadas, entre outros. Ele defendeu o combate à corrupção, com punição dos culpados, mas sem confundir os problemas com a engenharia, os empregos e a indústria nacional. Os jovens que se formam na área tecnológica, segundo ele, devem trazer um novo olhar para o mundo.
O prefeito de Rio Branco reconheceu que a Engenharia Unida tomou o País e se colocou no centro do debate nacional da retomada do crescimento e desenvolvimento. Ele testemunhou o quanto a engenharia foi desafiada com as terríveis enchentes dos rios Acre e Madeira nos últimos anos, precisando encontrar soluções de recuperação das cidades, com projetos desenvolvidos que possibilitaram a busca de recursos e a implementação bem-sucedida. Para ele, o movimento e as frentes parlamentares precisarão apontar agora os caminhos do planejamento nacional do setor.
Reunião com o governador
O lançamento da Frente da Engenharia do Acre incluiu audiência da delegação com o governador Tião Viana, em que Murilo lembrou que o movimento Engenharia Unida nasceu e tem se fortalecido no estado. A visita foi ocasião para um breve balanço do governador sobre avanços e iniciativas no estado e na capital que envolveram esforços da engenharia: o projeto Cidade do Povo e o Complexo de Piscicultura foram dois exemplos. Outro tema do seu interesse foi a educação - o Estado prepara o anúncio do fim do analfabetismo até fevereiro de 2018 - e a formação profissional, para que os jovens possam adaptar a engenharia às constantes mudanças do mundo, que impactam o futuro das profissões.
Além dos compromissos político-institucionais e de um encontro com o Senge Jovem, a agenda do presidente da FNE incluiu a participação em um programa da TV Rio Branco/SBT no qual o lançamento da frente local foi tema de debate.
Redação FNE
Com informações de Paula Bortolini