Foi diferente do 28 de abril, quando houve greve geral. Porém, os protestos deste 30 de junho também tiveram caráter nacional, mas sem a predominância da cena clássica - braços cruzados, máquinas paradas. “O saldo da jornada é positivo e amplia a resistência às reformas. Onde houve chamamento pelas direções, as bases responderam”, avalia Adílson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).
Foto: Mídia Ninja
A CTB apura fortes paralisações no Rio de Janeiro, no Rio Grande do Sul e em Salvador. “Brasília também amanheceu parada, porque o transporte aderiu”, informa o dirigente, que ainda contabiliza protestos em agências e centros bancários de São Paulo e outras cidades grandes.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos fez atos em quatro fábricas, com cerca de 1,2 mil trabalhadores. O diretor Pedro Pereira da Silva (Zoião) comenta: “Nas empresas onde falei, o pessoal mostrou muita inconformidade com as reformas trabalhista e da Previdência. Também se percebe que o trabalhador está mais atento quanto às denúncias de corrupção no governo e no Congresso. A indignação é crescente.”
Em contato com a Agência Sindical, José Maria Rangel, da coordenação geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), explicou que houve atos e paralisações em todo o complexo Petrobras, incluindo terminais, termoelétricas e plataformas. Todas as refinarias pararam a produção, por tempo indeterminado.
Nas regiões portuárias do País, Santos registrou forte paralisação, com fechamento de acessos ao complexo. No Rio de Janeiro e em Santa Catarina, prevaleceu o mesmo padrão de protesto.
Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), movimentos populares e de estudantes protestaram ao meio-dia em frente ao Ministério do Trabalho, em São Paulo. Houve ato, chamado pela UGT-SP, também na Praça Ramos, centro da Capital.
Na região do Vale do Paraíba, houve greve dos Correios, metalúrgicos, químicos e do transporte público. Cidades como Campinas e Limeira também tiveram forte adesão às manifestações.
Para Adilson Araújo, há dois desafios imediatos: “reforçar a unidade das centrais e massificar a atuação junto aos senadores, em Brasília e em suas bases eleitorais.” Nesta semana, as centrais sindicais devem ampliar a pressão e mobilização contra a reforma trabalhista, a ser apreciada agora pelo plenário do Senado.
Com informações da Agência Sindical
(publicado por Deborah Moreira)