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31/07/2017

Opinião - Dunkirk

João Guilherme Vargas Netto*

Os brasileiros já podem ver nos cinemas este filme sobre a retirada, em 1940, de 338 mil soldados (em sua maioria ingleses e franceses) do Porto de Dunquerque na França para Dover na Inglaterra atravessando o Passo de Calais. Eles haviam sido encurralados pela guerra relâmpago do exército alemão que invadiu a Bélgica (como havia invadido a Dinamarca, a Noruega e a Holanda) e fizera a França capitular.

Embora o recém-empossado primeiro ministro inglês, Churchill, ao discursar no parlamento ironizasse que “com retiradas não se ganham guerras”, é inegável que a retirada de Dunquerque, conduzida com êxito, foi um episódio importante na resistência inglesa e teve seu peso na vitória final dos aliados contra o nazismo e o militarismo japonês cinco anos depois.

Não vi o filme e não sei se a história real terá sido bem contada como procurei fazer na sinopse acima.

Mas quero considerar o filme (ou pelo menos os fatos da história) como exemplos daquilo que recomendo para o movimento sindical brasileiro em sua resistência hoje, depois da derrota que sofremos com a deforma trabalhista.

Em Dunquerque houve a determinação de não se dar por vencido e buscar uma saída. O dirigente sindical que resiste acredita na resistência e na possibilidade de também derrotar as forças, mesmo avassaladoras, dos adversários.

Os estrategistas ingleses aproveitaram-se das vacilações do exército alemão, confuso e desorientado, pelas manobras diplomáticas de Hitler que tentava uma ilusória acomodação com os ingleses. Na resistência é preciso estar atento às falhas dos adversários e explorar suas contradições e fraquezas.

As tropas foram agrupadas com a maior celeridade e com um objetivo muito preciso – escapar! – utilizando-se milhares de embarcações de todo o porte e calado para a operação de salvamento. Os ingleses salvaram os soldados e deixaram para trás milhares de carros, armas, bagagens e suprimentos. Salvaram o essencial, como deve agir o dirigente sindical que sabe precisamente quais devem ser seus objetivos prioritários e o que é importante e deve ser salvo.

E, por fim, o planejamento da ação evasiva procurou recuperar para combates futuros todos os soldados e não apenas os oficiais e os estados maiores. Os interesses da tropa foram prioritários, como devem ser os interesses dos trabalhadores nas preocupações dos dirigentes.

Recomendo a todo ativista sindical que vai assistir o filme, que o faça comparando seus episódios e suas lições com as tarefas de hoje e a melhor maneira de executá-las.

 

 

João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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