Nota editada do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (Sinait)
A auditora-fiscal do Trabalho Fernanda Giannasi foi agraciada com o Prêmio Rachel Lee Jung-Lim 2017, em Seul, capital da Coreia do Sul, pelo seu trabalho em defesa do banimento do amianto. Em sua sexta edição, a homenagem é feita a uma pessoa por ano. A ativista não pôde comparecer à cerimônia de premiação, no dia 21 de dezembro último, mas foi representada por seus colegas, ativistas do movimento pelo banimento do amianto na Ásia.
De acordo com a ativista, o prêmio é muito importante, uma vez que a Ásia é o continente que mais usa amianto na atualidade e é grande cliente do Brasil. “Eles estão acompanhando o debate no Brasil e têm a esperança de que por lá o mineral também seja proibido em breve. Somos mais uma inspiração”, afirmou.
“Fico muito contente que o nosso trabalho possa ajudar outros povos que continuam expostos a essa fibra cancerígena. Além do reconhecimento pessoal, me dá orgulho saber que o trabalho ao longo de três décadas pode servir de inspiração para que eles façam algo semelhante”, declarou ainda.
Giannasi disse que sempre que é convidada para fazer conferência, uma das coisas que mais a deixam orgulhosa é constatar que a Auditoria-Fiscal do Trabalho no Brasil e o Ministério Público do Trabalho são referências para o mundo. “Lá eles não têm o modelo de atuação, o formato que temos aqui. A nossa metodologia à frente da inspeção do trabalho é realmente inovadora, exemplo a ser seguido nos outros países. Acho que nossos colegas do Ministério do Trabalho ainda não internalizaram que o nosso modus operandi serve de referência para o mundo”, ressaltou.
A ativista já foi premiada no Japão, Canadá, Estados Unidos, Itália e agora na Coreia do Sul. No Brasil recebeu a Ordem do Mérito Judiciário dos tribunais Superior do Trabalho (TST) e Regional (TRT) da 15ª Região. E em 2012 foi agraciada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) com o prêmio Personalidade Profissional da Engenharia. Também foi indicada ao Prêmio Personalidades do Ano de O Globo 2017.
Em junho ela será homenageada no Parlamento Britânico pela Câmara dos Comuns (House of Commons) e no Rio de Janeiro, num congresso de saúde coletiva.
Prêmio Rachel Lee Jung-Lim
A primeira edição do Prêmio Rachel Lee Jung-Lim ocorreu em 2012, quando completou um ano da morte da ativista sul-coreana. A data de entrega, 21 de dezembro, marca esse aniversário.
As exposições tóxicas que Rachel Lee experimentou como uma jovem que vivia perto de uma fábrica de amianto na Coreia do Sul levaram-na a contrair o mesotelioma, câncer de amianto, quando tinha apenas 39 anos. Ela dedicou sua vida a combater o mineral cancerígeno. Participou de eventos na Coreia, Japão, Canadá, Índia e Indonésia, entre outros países. Em cada ocasião, falava sobre como o amianto havia roubado sua vida. Seu mantra era "não mais amianto, nem mais vítimas de amianto". Assim, atuou junto aos consumidores, políticos e empresários pelo banimento do amianto no mundo.