A CNTU está realizando uma série de encontros regionais na preparação do seu 1º Encontro Nacional. O 3º. Encontro Regional vai acontecer em Goiânia, GO, dia 23 de setembro e tem como tema central “O desenvolvimento e a infraestrutura”, contando com quatro palestrantes muito preparados para apresentar e debater propostas para o desenvolvimento e a ampliação e adequação das redes físicas e dos serviços de infraestrutura do País. Nessa cartografia da infraestutura nacional, seria muito positivo, e devemos tentar, traçar também o desenvolvimento e a infraestrutura regional, situando, assim, o tema no contexto local. O Centro-Oeste é o meio do Brasil, tendo papel importantíssimo na integração e desenvolvimento do território nacional bem como da América do Sul. Para o desenvolvimento dessa visão regional é muito importante a presença e a participação de todos e de cada um, enriquecendo o repertório das palestras com as realidades e perspectivas locais.
Após duas décadas de baixo crescimento da economia brasileira, caracterizado pelo baixo investimento na manutenção e ampliação das redes de infraestrutura, nos últimos anos vimos mudando esse curso, felizmente, tentando recuperar o tempo perdido e dar contas das necessidades atuais e futuras do País em setores fundamentais como energia, transporte e logística, telecomunicações, saneamento ambiental, recursos hídricos, habitação etc. O Brasil dará um grande salto nesse sentido nos próximos anos, alcançando condições bem superiores de produtividade e competitividade econômica e de qualidade de vida social. Temos tradição em crescimento, pois durante quase 80 anos, a economia brasileira cresceu a taxas bem superiores às atuais. Portanto, sabemos dar saltos e resolver grandes problemas em prazos relativamente curtos de tempo. Se JK fez 50 em 5, nós também podemos fazer o Brasil ser um país bem melhor em 2022, quando comemoraremos 200 anos de independência.
Instalar sistemas de engenharia no território nacional demanda por altos investimentos, numa conta paga por toda a sociedade. É preciso, portanto, que esses investimentos sejam planejados, programados e orientados para promoverem, juntamente, a eficiência econômica, a equidade social, a sustentabilidade ambiental e a diminuição das desigualdades espaciais, afirmando o papel de destaque do Brasil enquanto potência energética, capaz de produzir soluções sustentáveis para o seu desenvolvimento interno, além de colaborador decisivo para o desenho de uma nova ordem mundial.
A palestra do professor Marcio Pochman e as intervenções dos participantes nos possibilitarão traçar a cartografia atual e futura da base física do país, bem como dos serviços que a operam, apontando os principais projetos em andamento e previstos, bem como os gargalos e desafios a serem vencidos. Em seguida, iremos nos deter em algumas questões eleitas para orientar os debates ao longo do dia: o saneamento ambiental, com palestra do engenheiro Edson Filizzola; a indústria contemporânea e as tecnologias digitais, com palestra do engenheiro Marcelo Zuffo; e o desafio das megacidades frente às mudanças climáticas, com palestra do físico Oswaldo Massambani. Com um time dessa grandeza e com temas tão candentes sendo debatidos no coração do Brasil e do continente sul-americano, os profissionais reunidos em Goiânia estarão cumprindo o decisivo papel de exercício pleno da cidadania, condição básica para o planejamento do território e do desenvolvimento sustentável. Ao final dos debates, será aclamada a Carta de Goiânia com a síntese das propostas desse encontro a ser encaminhada ao nosso grande encontro nacional que vai acontecer em 18 de novembro, em São Paulo quando os profissionais universitários, representados pela CNTU, vão se expressar sobre o desenvolvimento do País e a política.
Allen Habert é engenheiro de produção, diretor da CNTU e coordenador do I Encontro Nacional da entidade.
Autor: Allen Habert*
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