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08/03/2018

Todas às ruas neste Oito de Março

Comunicação CNTU

Em diversas partes do mundo e do País as mulheres prometem fazer do Oito de Março mais um dia cheio de atos e manifestações públicas. A luta pela igualdade de gênero nunca esteve tão em alta. Na capital paulista, as mobilizações iniciaram desde às 10h e culminará com a marcha do movimento unificado por volta das 18h na região da Avenida Paulista.


Foto: Ravena Rosa / Agência Brasil
mulheres ni una menos ravena rosa ag brManifestação Ni Una Menos no vão livre do Masp, S. Paulo, em 2016


O direito ao voto. O direito ao divórcio ou o direito a ter a família que quiser. O direito a frequentar a mesma sala de aula. O direito a ocupar as mesmas profissões e cargos. Algumas dessas conquistas das mulheres nem são mais mencionadas. Mas é sempre bom lembrar e contar para as gerações que aí estão que para que elas possam hoje andar nas ruas com mais segurança e dignidade, muitas se sacrificaram.

Tambores, corpos pintados, peitos a mostra, incontáveis faixas, cartazes e muitas vozes. A repetição do ato de ir às ruas e marcharem juntas culminou em um movimento que não para nunca mais.

Algumas estudiosas afirmam que vivemos mais uma onda feminista – lembrando que a primeira veio com as reivindicações das sufragistas, nos séculos 19 e 20; a segunda contestou o ‘lugar’ da mulher e as obrigações impostas como o casamento, a maternidade, a submissão e a ausência de autonomia, com Simone de Beauvoir traduzindo bem essas ideias em seu livro O Segundo Sexo; a terceira foi a multiplicidade de feminismos tendo a filósofa Judith Butler como porta-voz da desconstrução cultural da identidade de gênero, indo além da divisão binária (homem e mulher).

Há quem defenda ainda uma quarta onda. A diretora-executiva da revista AzMina, Nana Queiroz, em seu livro Você já é feminista, lançado em 2016, explica que estamos vivendo a quarta onda, onde esses diversos femininos existem e convivem entre si.

O fato é que o movimento feminista vem ganhando novos ares e se estabeleceu como discurso político, intelectual e filosófico e extrapolou para grupos heterogêneos, formado por meninas e meninos que se misturam e tem horror aos rótulos.

Pregar pelo fim da opressão e romper com padrões tradicionais se tornou uma forma de ser. É verdade que nem todos adotam o estilo. Mas todos reconhecem que ele existe.

Das biografias invisíveis a voz estridente de Pablo Vittar, as gerações que convivem entre si testemunham uma profunda mudança no comportamento social e a popularização das bandeiras feministas. Ainda há muito o que avançar em um tema que poderia (e deveria) em algum momento ser resumido de forma mais simples como direitos humanos.


Atos nesta quinta

Em São Paulo três atos estão marcados: 10h em frente a Gazeta na Av. Paulista, às 15h em frente ao Teatro Municipal. Às 16h na praça Oswaldo Cruz, que manifestação em defesa da democracia, contra os retrocessos e para dizer não à reforma da Previdência. Às 18h, as mulheres sairão em marcha pela Avenida Paulista.
As professoras da rede estadual realizam assembleia às 15h no Masp e as da rede municipal às 14h em frente à Prefeitura e, depois, caminham até a Paulista.

Em Recife
Caminhada no centro do Recife, com concetração a partir das 13h, no Parque 13 de maio; onde haverá rodas de diálogos até às 15h. Depois, saem em caminhada às 16h30 pela avenida principal do centro do Recife - Avenida Conde da Boa Vista, em direção à Praça do Derby.

No Rio de Janeiro
Marcha está marcada para às 16h com concentração na Candelária, com intervenções culturais como oficinas de serigrafia e lambe-lambe.

Em Curtiba: Concentração será às 16h30 na Praça da Mulher Nua, às 18h o 1º Ato: Poder das/para as Mulheres! Depois, às 18h15 - Saída da marcha. Haverá às 18h30 o 2º Ato Soberania de nossos corpos e de nossas vidas, do Estado e da natureza, na: Catedral - Praça Tiradentes. O 3º Ato- Somos Muitas, Somos Diversas, Somos Plurais está marcado para às 18h45, na Praça Tiradentes. Depois, às 19h15 e às 19h40 acontecem outros dois atos: o primeiro na Rua Muricy esquina com o calçadão da XV e o segundo na Boca Maldita, onde ocorrerá encerramento, previsto para às 20h com o show Horrorosas Desprezíveis.

Em Porto Alegre
Às 7h, na saída da Ponte do Guaíba para a Prefeitura haverá protesto contra os desmontes. Depois, às 17h, na Esquina Democrática, ocorrerá um ato unificado.

No mundo
Movimentos espanhóis deflagram uma greve de 24 horas de mulheres em todo o país, que promete se espalhar outros 177. Em 2017, pouco mais de 55 países se somaram à mobilização internacional, que não teve apoio do movimento sindical. Agora, sindicatos se integraram e esse número promete ser bem maior efetivamente. A ideia é não realizar qualquer tipo de trabalho, nem em casa nem no escritório.

Segundo sindicatos do transporte ferroviário da Espanha, os trens funcionarão com capacidade reduzida, sendo 200 de um total de 568 trens não circularão.





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