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05/10/2011

Projeto capacita mulheres do DF e Entorno para a construção civil

Em 1999, trabalhavam na construção civil (com carteira assinada) 83 mil mulheres, número que passou para 158 mil em 2009, segundo a Cbic.

       A Superintendência de Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) investirá R$ 1,3 milhão no projeto Mulheres na Construção que, na primeira etapa, vai promover a capacitação técnica de 440 pessoas - 75% mulheres - no Distrito Federal e Região do Entorno. Convênio com esse objetivo foi assinado nesta quarta-feira (4) entre a Sudeco, vinculada ao Ministério da Integração Nacional, o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília (IFB). O IFB será o responsável pela coordenação do treinamento, que já é feito em alguns estados no país.

       O curso, de 200 horas, vai durar de quatro a cinco meses e oferecerá bolsas de Iniciação ao Trabalho, de R$ 200 por mês para despesas de deslocamento e alimentação dos treinandos. Além de aprender a tecnologia da construção, as mulheres vão receber informações sobre economia solidária, cidadania e direitos da mulher, com instruções sobre a Lei Maria da Penha (que criminaliza a violência doméstica).

       Vão ser formadas turmas de ladrilhistas, azulejistas e pintoras As aulas começam em fevereiro de 2012 e as inscrições serão feitas pelo portal do IFB na internet. Quem se capacitar poderá entrar no mercado de trabalho por meio de contratos temporários de caráter experimental.

       De acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (Cbic), 4% da mão de obra na construção civil são formados por mulheres. No DF, a presença feminina chega a 6%. O presidente da entidade, Paulo Safady disse que o trabalho de acabamento (alvenaria leve) das obras, quando feito por mulheres, "mostra muito mais apuro técnico e perfeição do que o que é feito pela maioria dos homens".

       Com relação à imagem de que o trabalho nos canteiros de obra é pesado para as mulheres, Safady diz que isso não é mais problema. "A mulher, hoje, não teme mais trabalhar na construção civil pois não precisa pensar que vai carregar sacos de cimento, uma vez que isso é feito de forma mecanizada".

       Em 1999, trabalhavam na construção civil (com carteira assinada) 83 mil mulheres, número que passou para 158 mil em 2009, segundo a Cbic.

       A construção é uma atividade promissora no DF e Entorno, de acordo com o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF). Ele disse que, nos próximos 20 anos, deverão ser iniciadas na região 150 mil construções. "Isso abre mais oportunidades para as mulheres que se especializarem, assim como para os homens. As cidades do entorno do DF são muito pobres", destacou o senador. Essas cidades, em Goiás e Minas Gerais, diferentemente das cidades do DF, têm renda per capita de pouco mais de R$ 5 mil por ano, praticamente metade da renda per capita do Piauí, enquanto a renda anual média no DF é R$ 46 mil por pessoa.


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