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09/08/2018

Opinião – Três perguntas aos dirigentes

João Guilherme Vargas Netto*

 

Nesta situação angustiante dos trabalhadores e do movimento sindical quero fazer para os dirigentes três perguntas cujas respostas determinarão em grande medida nossa capacidade de resistência à crise, de sobrevivência e de superação.

 

  1. Qual foi a última vez que você desceu à sua base?
  2. Qual foi a última vez que você ajudou decisivamente um trabalhador a resolver um problema que o afligia?
  3. Qual foi a última vez que você distribuiu pessoalmente o jornal do sindicato?

Observem que me mantenho no âmbito do esforço e da responsabilidade individuais dos dirigentes e não perguntei qual foi a última vez que o dirigente comandou uma assembleia na base, qual foi a última vez que o dirigente fez uma greve ou uma negociação coletiva ou qual a última aparição do dirigente em uma reportagem da mídia grande. Nem cogitei, muito menos, de perguntar a ele seus candidatos nas próximas eleições e o que está fazendo para elegê-los.

 

Limitei-me nas minhas perguntas a três comportamentos básicos esperados dos dirigentes sem os quais não pode haver ação coletiva efetiva nem relevância da ação sindical e influência nas eleições.

 

Esta é a esfinge de três cabeças que nos desafia a todos.

 

Com as dificuldades existentes e para enfrentá-las é preciso antes de tudo uma atitude do dirigente. Esta atitude deve ser a descida junto às bases, junto aos trabalhadores representados (empregados, recém-demitidos, associados, não associados, homens e mulheres, jovens ou experientes).

 

Sem esta atitude, que contraria o desespero e o desânimo e que pressupõe confiança na força dos trabalhadores, nada pode ser feito, nada pode ser efetivo. Fica tudo no blá-blá- blá.

 

Não entendam as três perguntas como um ferrinho de dentista ou um desafio irrelevante; entendam-nas como a oportunidade para um exame de consciência capaz de reorientar nossas preocupações, iniciativas e responsabilidades com resistência, lucidez, empenho e unidade para enfrentar a crise e superá-la.

 

 

 

 

 

Joao boneco atual *Consultor sindical

 

 

 

 

 

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