Rosângela Ribeiro Gil
Ela se formou em Engenharia Civil em 2017, mas antes tinha formação superior em Humanas. Aos 34 anos de idade, Juliane Debetio está satisfeita com a nova opção e estuda constantemente em busca de aperfeiçoamento profissional. “As decisões e funções de liderança são rotineiras na engenharia. Gosto de estar à frente nas decisões e com o objetivo maior de sempre respeitar os recursos da natureza”, salienta a nossa profissional.
A mudança de Humanas e Ciências Sociais, como ela mesma diz, se deu pela vontade de “potencializar meu perfil analítico e habilidades em gestão”.
Juliane gosta do que faz e quer crescer na carreira. Foto: Arquivo pessoal.
Atualmente, ela trabalha como engenheira de Controle de Qualidade. “Atuo no controle de processos, produtos e serviços ao identificar, determinar e analisar causas de perdas, estabelecendo plano de ações preventivas e corretivas. Acompanho processos e métodos produtivos, gerenciando atividades de segurança no trabalho e do meio ambiente. Também elaboro laudos e estudos técnicos.”
Juliane se diz “de bem” com o novo perfil profissional e acredita que hoje “a mulher engenheira já saiu dos escritórios e está brilhando de botinas e capacetes nos canteiros de obras com profissionalismo e dedicação”. Todavia, ela observa que o preconceito ainda existe, mas que as mulheres resistem bravamente e o futuro é ocupar mais a área.
Ela gosta de citar mulheres de sucesso em tempos ainda mais difíceis. “Veridiana Victoria Rossetti foi a primeira mulher a graduar-se em engenharia agronômica no Brasil, na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), em 1937; e Enedina Alves Marques, natural do estado do Paraná, onde formou-se em engenharia civil em 1945. Juliane faz questão de destacar: “Enedina foi a primeira mulher negra no País a se formar engenheira.”
Juliane sabe muito bem a força da história, e como é importante lembrá-la sempre. Por isso, faz questão de dizer que as duas mulheres pioneiras em nosso País “foram reconhecidas na profissão após muitos obstáculos e determinação”. E ensina: “Nós, mulheres, podemos unir nossas qualidades para agregar sustentabilidade e respeito ao meio ambiente transformando a engenharia e demais áreas na prática do desenvolvimento sustentável.”
Para ela, a engenharia está consolidada como uma das mais importantes ciências do século XXI, que participa do esforço em buscar alternativas sustentáveis, "sempre atuando com respeito e responsabilidade".