Profissionais universitários em defesa da educação, da ciência, tecnologia, inovação e da cultura
Estamos nas ruas neste 15 de maio apoiando as manifestações dos trabalhadores da educação e dos estudantes.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), em conjunto com as suas federações e 60 sindicatos filiados, representando 2 milhões de profissionais no País, declara seu apoio aos professores, estudantes e seus pais, movimento sindical, movimentos sociais, partidos políticos e demais forças democráticas neste emblemático 15 de maio, Dia Nacional em Defesa da Educação. Essa mobilização e manifestação crescentes neste país continente protestam contra os selvagens cortes de verbas de 42% na C,T&I , 30% na educação e a deterioração das condições de trabalho, pesquisa e extensão da universidade e da educação brasileiras. Os cortes orçamentários contra a educação pública em todos os níveis vieram junto com posturas obscurantistas por parte dos governantes, como a de rebaixar o nível da qualidade e de profundidade intelectual, eliminando e discriminando disciplinas fundamentais do conhecimento humanístico. Um dos objetivos nesse desmonte é a privatização do sistema universitário público e gratuito inicialmente e, em seguida, da educação básica e infantil. Por outro lado, combater o senso crítico do processo educacional, formando profissionais despreparados e acríticos para os desafios do processo produtivo e de serviços. Ou seja, criar um país para 20% dos brasileiros e não para o conjunto das suas crianças e dos seus jovens, inviabilizando o nosso desenvolvimento e futuro. Toda a cultura se ressente dessas ações provocativas, e é necessário que reajamos com o máximo de unidade às agressões e revertamos essas insanas medidas.
A situação de desvario na política e o aprofundamento da prolongada recessão, com permanentes retrocessos ao nosso desenvolvimento e soberania, à nossa democracia extremamente fragilizada e às agressões à Constituição de 1988, ganham agora contornos dramáticos. Devemos ter consciência do chamamento do presente. O que está em jogo é o sistema de ciência, tecnologia e inovação e de educação pública e gratuita, tão duramente construídos ao longo dos séculos XX e XXI. Ou seja, o que defendemos é o direito de termos um futuro soberano enquanto nação. A implantação e o desenvolvimento de universidades públicas, escolas técnicas, de ensino infantil e básico realizados nos últimos anos estão totalmente em xeque. Isso devido à insuficiência de vagas e a deterioração dos financiamentos para estudantes que desejam e precisam estudar com qualidade para participar da sociedade do conhecimento, marcada pelo avanço da ciência e do acelerado desenvolvimento tecnológico. Assim, todo o nosso esforço deve se concentrar em expandir e melhorar os nossos sistemas de educação, pesquisa e cultura. E não os atacar com medidas de descontinuidade e desmoralização dos seus agentes. Pelo contrário, devemos tratar estudantes, professores, pesquisadores, artistas, produtores culturais e demais trabalhadores desses sistemas de civilização como agentes de promessa de pensamento crítico, liberdade, igualdade, justiça e progresso social.
Dia 15 de maio estaremos mobilizados nos espaços públicos de todo o País nos manifestando solidariamente em defesa da educação, da ciência, da tecnologia e da cultura, honrando nossa herança de luta das gerações que nos antecederam. Este dia 15 de maio prepara um processo que os movimentos sindical e social planejam dia 14 de junho: uma greve geral contra o projeto em trâmite no Congresso Nacional que visa o fim da previdência pública, o fim na prática da aposentadoria. Se precisamos economizar recursos financeiros, vamos decidir de forma democrática e transparente como e onde economizar, mas jamais destruindo nossas inteligências e mãos criativas nem os nossos sistemas de proteção social.