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03/06/2019

BIM, a mais importante inovação para a indústria da construção

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia
Texto atualizado no dia 08/10/2019

O engenheiro civil Wilton Catelani, autor da coletânea de Guias BIM (sigla em inglês para Modelagem de Informação da Construção), publicada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), assumiu, em fevereiro último, a Coordenação-Geral de Economia Digital e Produtividade Industrial no Ministério da Economia. No cargo, ele está à frente da Estratégia Nacional BIM BR que, entre outras ações, definiu um calendário, de 2021 até 2028, de programas pilotos em órgãos públicos federais para desenvolvimento de projetos, gestão de obras e de ativos com o uso da nova ferramenta.

 

O BIM, explica, se refere a um conjunto de tecnologias, processos e políticas, que permite que várias partes interessadas possam, de maneira colaborativa, projetar, construir e operar qualquer tipo de edificação ou instalação no espaço virtual. Catelani observa que o BIM “sempre nos provoca a considerar o ciclo de vida completo de um empreendimento desde a concepção inicial da ideia”.

 

Catelani ArquivoPessoalWIlton Catelani: BIM é inexorável, veio para ficar. Foto: Arquivo pessoal.

 

No que se constitui a Estratégia Nacional de Disseminação do BIM, do Ministério da Economia?

A Estratégia BIM BR foi desenvolvida de junho de 2017 a maio de 2018, quando foi publicado o Decreto Presidencial nº 9.337, que instituiu a Estratégia e criou o CG-BIM, o Comitê Gestor Interministerial. (Decreto revogado com a assinatura do Decreto 9.983, sobre o mesmo tema)

 

Foram definidos nove objetivos: difusão do BIM e seus benefícios; coordenar a estruturação do setor público para adoção da ferramenta; criar condições favoráveis para o investimento público e privado; estimular a capacitação; propor atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e contratações públicas com o uso do BIM; desenvolver Normas Técnicas, guias e protocolos específicos; desenvolver a plataforma e a biblioteca nacional BIM; estimular o desenvolvimento e a aplicação de novas tecnologias relacionadas à ferramenta; e incentivar a concorrência no mercado por meio de padrões neutros de interoperabilidade BIM.

 

Mas como está sendo a capacitação e ensino do BIM no País?

A capacitação de profissionais é um dos itens prioritários da Estratégia BIM BR. Certamente existirão esforços do Governo Federal para remover barreiras e facilitar o aprendizado do BIM. O principal problema é o profissional fazer um curso para aprender a operar um determinado software BIM. Isso não é o bastante tampouco suficiente para significar uma real capacitação. É necessário o desenvolvimento de habilidades e disciplinas diversas.

 

Como essa nova ferramenta sendo adotada no País?

Ainda não dispomos de resultados de pesquisas realmente abrangentes e bem estruturadas. O que posso dizer é que já tem muitas empresas e profissionais realizando processos BIM bastante complexos e avançados.

 

A própria existência da Estratégia BIM BR define uma exigibilidade escalonada em fases e diferentes níveis de complexidade nas obras públicas federais, e isso já constitui um sinal de relativa maturidade do País.

 

O Brasil faz parte da "Rede BIM de Governos Latinoamericanos" que, no momento, congrega oito países: Argentina, Chile, México, Uruguai, Colômbia, Costa Rica e Peru. Ela foi criada com o objetivo de construir uma visão compartilhada sobre o uso e adoção do BIM, desenvolvendo um grupo de colaboração que permita a exploração de objetivos comuns e inclua o intercâmbio de experiências, uma convergência regulatória e a construção de alianças.

 

E como está em outros países?

Os países nórdicos (Finlândia, Suécia, Noruega etc.), Reino Unido, França e Estados Unidos são líderes na utilização de BIM no mundo. Também é preciso destacar a França, especialmente em BIM para infraestruturas, Coreia e China, dentre outros. É correto dizer que há uma tendência global da exigibilidade do BIM pelos governos, porque já perceberam que as vantagens são muitas. Ele é inexorável. Veio para ficar.

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