Comunicação SEESP
O professor da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), William Summerhill, fala da sua pesquisa que resultou no livro "As ferrovias no crescimento da economia brasileira de 1854 – 1913", em entrevista com o presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (FerroFrente), José Manoel Ferreira Gonçalves.
“A ferrovia está associada diretamente ao desenvolvimento, o Brasil se desenvolveu, São Paulo se desenvolveu com ferrovias”, frisa José Manoel. Na mesma linha de raciocínio, Summerhill afirma que o modal é importante também à economia. “A minha pesquisa mostra que, até 1913, aproximadamente 20% até 1/3 do PIB brasileiro era devido a redução de custo de transporte oferecidos pelas ferrovias que o Brasil construiu”, ele conta.
O professor afirma que a opção de substituir as ferrovias por rodovias após a época objeto de seu estudo, aproximadamente nos anos de 1930, foi contrária as decisões tomadas em todo o mundo, em que se investiu na multimodalidade, principalmente quanto ao transporte de cargas.
Em sua visão, a pesquisa abre caminhos para se pensar em possibilidades na mobilidade e em reforma econômica. Ele aponta que capitais para se investir em infraestruturas existem, o desafio, entretanto, seria de “como atraí-los ao Brasil”. Para tal, ele destaca ambiente macroeconômico estável e um marco regulatório do setor do transporte como principais passos. “Funcionam para comunicar ao investidor quais são as oportunidades, quais são os riscos”, explica o especialista.
Summerhill também aborda regulação nos Estados Unidos e as condições de direito de passagem, administrado pela empresa estatal americana Amtrak. Diversas empresas utilizam os mesmos trilhos, conforme ele conta, “mais ou menos parecido com o que se vê no setor aéreo”. Confira a entrevista completa:
O assunto abordado por Summerhill e José Manoel também foi tema de seminário realizado pelo SEESP e pela FerroFrente, em 4/12 último, chamado “Ferrovia essencial”. Clique aqui e assista.