Agência Sindical
A manhã de sexta-feira (14/2) foi marcada por protestos em todo o Brasil nas agências do Instituto Nacional do Seguro Social. O "Dia Nacional de Mobilização Contra o Desmonte do INSS [Instituto Nacional do Seguro Social]" levou milhares de pessoas às ruas. Em todo o País, entidades de servidores e trabalhadores do setor privado, convocados pelas Centrais Sindicais, denunciaram a demora excessiva das agências e postos de atendimento da Previdência para realizar o atendimento aos segurados e conceder benefícios.
Foto: Agência Sindical
Mesmo com uma situação dramática, medidas para agilizar a análise de processos atrasados ainda não foram colocadas em prática pelo governo. O acúmulo de pedidos sem resposta leva transtorno a segurados. “Quem mais sofre com toda esta precariedade são os trabalhadores adoecidos e os mais pobres”, critica o presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
A imprensa escancara o desespero da população. Esse é o caso da vendedora Thalita Magalhães, de 26 anos. Reportagem do G1, relata que ela entrou com pedido de auxílio-doença por depressão em dezembro do ano passado.
“Estou grávida de 8 meses, sem salário, afastada por depressão e dependendo da ajuda de terceiros para comer e alimentar minhas duas filhas de 3 e 10 anos”, diz a segurada. Seu último dia de trabalho foi em 27 de novembro. A empresa pagou os primeiros 15 dias de afastamento, e depois ela não recebeu mais nada.
Caos
O desmonte do INSS começou com o governo de Michel Temer e se agravou com a eleição de Bolsonaro. Entre 2016 e 2019, o quadro de servidores caiu de 33 mil para 23 mil. Pedro Luís Totti, presidente de um Sindicato da categoria em São Paulo, denuncia que a falta de concursos públicos (não ocorrem desde 2013) gera sobrecarga nos trabalhadores do órgão.
Privatização
Para o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, não se trata apenas de má gestão, e sim que de um desmonte para colocar serviços privados no lugar. “Agora, o governo prepara uma reforma administrativa que, na verdade, é para demitir servidores e acabar com os concursos. Daqui a pouco o colapso que a gente está vendo no INSS vai chegar ao sistema de saúde, na educação”, alertou.
Protestos
O ato principal ocorreu na capital paulista, onde os manifestantes se concentraram na agência da Rua Cel. Xavier de Toledo, centro da capital paulista. De lá, partiram em caminhada até a Superintendência do INSS, no Viaduto Santa Ifigênia. “Queremos que o governo respeite o povo e acabe com as filas”, diz o presidente da CUT, Sérgio Nobre.
Guarulhos
O protesto aconteceu na agência da Vila Endres e reuniu inúmeras categorias. Entre elas, metalúrgicos, químicos, servidores, vigilantes, têxteis, trabalhadores da alimentação, dirigentes das Centrais da Força Sindical e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).
Enquanto o ato se desenrolava, mais de 250 pessoas aguardavam pelo atendimento, feito por apenas sete funcionários. Os manifestantes entregaram documento ao coordenador da agência, Henrique Toshiaki Nakamura, cobrando melhorias no atendimento.