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07/04/2020

O protagonismo da engenharia em tempos de Covid-19

 

Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

Em todos os equipamentos, avanços tecnológicos e estrutura para fazer frente à pandemia causada pelo novo coronavírus, inclusive para propiciar o trabalho em home office, tem a mão do engenheiro. E, neste cenário, mais do que nunca, é essencial fortalecer o sindicato, para assegurar direitos e serviços aos profissionais da categoria. É o que foi destacado em live com a participação do presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, nesta segunda-feira (6/4), que abordou o protagonismo da engenharia em tempos de Covid-19 e o futuro da profissão após a crise.

 

Transmitida pelo canal da entidade no instagram (oportunidades_na_engenharia), teve apresentação e condução de Marcellie Dessimoni, coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro do sindicato. Ela trouxe alguns exemplos dessa atuação fundamental, como na pesquisa e desenvolvimento de ventiladores pulmonares mais baratos, no uso de robôs e de inteligência artificial dentro dos estabelecimentos de saúde, na construção de tendas e hospitais. “A profissão não aparece, mas está a todo vapor ajudando a salvar vidas”, salientou, expressando o orgulho de ser engenheira.

 

Murilo Pinheiro, presidente do SEESP. (Foto: Beatriz Arruda) 

 

Murilo corroborou: “Cada pesquisa tem um engenheiro na equipe, nas universidades, no desenvolvimento tecnológico e científico, nas discussões, na montagem e construção de novos respiradores e UTIs. A engenharia está presente em tudo.”

 

Questão que foi trazida é a importância do saneamento básico. Propostas e garantia de investimentos à universalização do serviço essencial – que deve, portanto, ser assegurado pelo Estado – constam do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), também presidida por Murilo, à qual o SEESP é filiado. Reúne contribuições nessa e em diversas outras áreas fundamentais, como transporte, habitação, ciência e tecnologia.

 

Ele observou que os profissionais estão fazendo sua parte e que o governo também precisa atuar nessa direção, assegurando investimentos e mais inclusão. “Precisamos de um país mais forte. A empresa e os bancos podem ter menos lucros, o governo pode cobrar menos impostos delas para que o funcionário tenha oportunidade de atuar em home office e não haja demissão, preparar a retomada da economia brasileira [após a pandemia]. A conta tem que cair nas mãos de todos, temos que nos unir e ser solidários. A saúde da empresa é a saúde do engenheiro, e vice-versa. Não pode somente o trabalhador fazer sacrifícios.”

 

 

Em quarentena, mas atuante

 

Nesse âmbito, o presidente do SEESP recomendou aos engenheiros que procurem o sindicato caso sejam chamados para alguma negociação individual – ante a Medida Provisória 936/2020, relativa ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, que permite redução de salário ou suspensão contratual. “É necessário ter a presença da entidade de classe. O sindicato coloca todo o seu operativo à disposição para valorizar aquele trabalhador.”

 

Ele lembrou que o sindicato segue a determinação do governo estadual - que prorrogou a quarentena até o próximo dia 22 de abril - e a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). “Essa é uma questão de saúde pública, temos que pensar na sociedade, na solidariedade. Estamos, todos os cidadãos brasileiros, vivendo um momento de crise e devemos repensar nossa atuação. Estamos em quarentena, mas trabalhando ativamente. Temos feito assembleias, discussões com as empresas e negociações virtuais.”

 

Nessa direção, Murilo sugeriu que os profissionais aproveitem o momento para a requalificação. “Procurem a área de Oportunidades na Engenharia, o Núcleo Jovem Engenheiro. Façam suas sugestões de questões pontuais, cursos a distância que possam alavancar sua formação e vamos nos preparar e analisar para oferecer.” Ele lembrou ainda que o SEESP oferece benefícios aos associados, como planos de saúde e de previdência complementar.

 

Murilo trouxe a importância da engenharia unida, articulação das diversas organizações da área tecnológica ao enfrentamento da crise, chamada pela FNE com a adesão do SEESP.

 

Por exemplo, à realização de cursos a distância: “O sindicato ou qualquer outra entidade pode montar um custeado pelo Sistema Confea/Creas, que é nosso, não pode ser só arrecadador, cartorial. E já que tem verba bastante forte, deve utilizar para o bem”, salientou. E complementou: “Os Creas em todo o Brasil devem ter verba destinada à qualificação ou requalificação profissional.”

 

Ainda nessa linha, o presidente do SEESP lembrou que para o início de junho próximo estão programadas as eleições do Sistema. Na sua opinião, devem ser adiadas, já que não há votação pela internet e os candidatos não têm, neste momento, como fazer campanha, conversar diretamente com os profissionais e levar suas propostas.

 

“É o momento de repensar até o Sistema, que tem que ser diferente, inclusivo, atender 1 milhão de profissionais. Temos que fazer a mudança, isso representará um salto no protagonismo da categoria. Precisamos aprender solidariedade, a ser mais justos e lutar pelo bem de todos. Ter um país cada vez mais avançado tecnicamente, criar equipamentos para dar condições à saúde se desenvolver. Temos que trabalhar coletivamente.”

 

Para Murilo, sustentabilidade e qualidade de vida estão “gravados em nossa carteirinha de engenheiro”. “Hoje não se faz um projeto sem pensar no meio ambiente e na saúde.” O presidente do sindicato apontou uma das iniciativas do sindicato que aborda esse tema: o Encontro Ambiental do Meio Ambiente (EcoVale), que ocorreria neste semestre e será adiado. “Assim que passar a pandemia, vamos marcar nova data.”

 

Paulo Guimarães, diretor-geral licenciado da Mútua – Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea, que acompanhava a live, mandou mensagem em favor da engenharia unida e da necessária transformação do Sistema. “Estamos juntos, vamos em frente”, concluiu Murilo.

 

A próxima live ocorrerá nesta quarta-feira (8/4), às 19h, com a participação de Antonio Augusto de Queiroz, diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que abordará os impactos das medidas emergenciais previstas na MP 936 para os profissionais. Acompanhe no instagram do SEESP (oportunidades_na_engenharia).

 

 

Confira ainda a Palavra do Murilo aqui.

 

 

 

 

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