Agência Sindical
A atual crise, agravada duramente pela pandemia, mostra o mercado impotente para resolver problemas coletivos. Portanto, é preciso Estado forte. Diz o artigo 3º da Constituição: “Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: “I) Construir uma sociedade livre, justa e solidária - III) Erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais.”
Quem lembra é Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho, consultor político e diretor licenciado do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), que participou na sexta-feira (5/6) da live diária da Agência Sindical. Ele vê Bolsonaro em desgaste e aponta protagonismo do Legislativo. “Os
R$ 600,00 do auxílio emergencial para milhões de brasileiros vieram do Congresso. Por Bolsonaro, seriam R$ 200,00, quando muito.”
Para Toninho, a pandemia também fez a classe média reencontrar o Sistema Único de Saúde (SUS), que se mostra indispensável aos brasileiros. Para o consultor, sem o SUS, o número de mortes seria muito maior. Ele adverte: “Está provado que essa ideia de comprar saúde no mercado não funciona. A classe média precisa apoiar o Sistema Único.”
Economia
A soma de recessão, crise política e pandemia bate duro na vida real. “A queda no PIB pode chegar a 13%. É um panorama muito preocupante, porque haverá perda de receita pelo Estado, pessoas sem trabalho e muitas empresas paralisadas. Outras vão acelerar a automação e a digitalização”, comenta Toninho. Ou seja, mais desemprego e informalidade. Ele defende crédito para as empresas e também um programa de renda básica universal.
Golpe
Inevitável perguntar a quem vive Brasília por dentro: Bolsonaro vai tentar o golpe de Estado? Toninho responde: “Havia uma trajetória acelerada nessa direção, mas ela foi interrompida pela pandemia e o isolamento social, quando ficou evidente que o governo não tem um projeto de País, mas de poder. Na minha avaliação, o golpe está suspenso.”
Diap
O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar, fundado em 1983 e ativo nas matérias de interesse dos trabalhadores junto aos poderes da República, sofre a crise que também abala o sindicalismo. Toninho conta: “O Diap perdeu dois terços da receita. Nosso site sofreu ataque de hackers e ficou 20 dias fora do ar”.