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29/01/2021

Luíza de Araújo: “Faço engenharia ambiental para ajudar a geração atual e a futura.”

#EngenhariaDoDia - Estudante da Unifesp já participou de projeto ambiental em comunidade caiçara e hoje estagia no Porto de Santos

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia
Atualizado em 08/2/21

Em 5 de dezembro de 1994, o Ministério da Educação (MEC) publicou a Portaria 1.693, que criou o curso de Engenharia Ambiental no País. Ainda segundo o órgão ministerial, o engenheiro ambiental é aquele que “atua nos aspectos do relacionamento homem-meio ambiente e seus efeitos na cultura, no desenvolvimento socioeconômico e na qualidade de vida”. Para tanto, realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; e efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em suas atividades, aponta o MEC, o profissional deve considerar a ética, a segurança, a legislação e os impactos ambientais.


600 Luiza Araujo Usina hidrelétrica de Itatinga cidade de Bertioga é a usina da Santos Port Authority 22 de outubro de 2020Luiza de Araújo na usina hidrelétrica de Itatinga do Porto de Santos, em Bertioga, outubro de 2020. Foto: Arquivo pessoal

 

Neste ano, o SEESP entrevistará, nas datas comemorativas da Engenharia, os estudantes de cada uma das modalidades da profissão. Neste 31 de janeiro é o Dia do Engenheiro Ambiental, e iniciamos a série com Luíza de Araújo João Sobrinho, graduanda da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), campus Baixada Santista, no litoral paulista.

 

É com o foco em defesa e respeito ao meio ambiente que a área atraiu a estudante, ainda criança e engajada no movimento escoteiro. Ela entrou na faculdade em 2017. Hoje, aos 24 anos de idade, ela reafirma seus propósitos: “Criei um sentimento genuíno pela área, pois sei que por meio da minha profissão posso ajudar a geração atual e a futura.”

 

A preocupação da estudante realmente está contemplada na própria criação do curso na Unifesp, informa o professor Ronaldo José Torres, que, juntamente com o docente Akio Sakurai, é o coordenador da graduação na universidade. A criação do curso, informa Torres, teve como fortes bases as atividades portuárias e contaminação e passivo ambientais de empreendimentos na região, como o polo petroquímico de Cubatão. Por isso, salienta, o foco do curso é mostrar para os alunos como deverão agir profissionalmente, sabendo, por exemplo, se relacionar com os vários grupos de importância social. “Eu levo os alunos para conhecer, na prática, questões de sustentabilidade e ética profissional que trazem experiências  técnica, econômica, ambiental e social. Esse contato com a sociedade é um caminho para mostrar a importância da profissão tanto para os estudantes como para a própria sociedade”, ensina.

 

Estágio
Sobrinho já fez dois estágios. Ela conta: “O primeiro foi no Instituto de Pesca [de Santos]. Fui responsável pela criação de uma base cartográfica para manejo espacial nas regiões Sul e Sudeste do País. No Instituto, apliquei os conhecimentos adquiridos na faculdade e pude desenvolver habilidades como autonomia, auto liderança e capacidade de análise crítica.”

 

O segundo e atual estágio é desenvolvido na Autoridade Portuária do maior porto do País e da América Latina, na Santos Port Authority (SPA). No Porto de Santos, descreve ela, atua “em inspeções de obras, fiscalizações e atendimento a emergências ambientais, elaboração de relatórios e mapas, acompanhamento dos programas ambientais da licença de instalação e entre outros”. A experiência, como assinala, “vem sendo incrível”. “Tenho contato com diversos perfis de profissionais, desenvolvendo trabalho em equipe e comunicação. Aprendo na prática os conteúdos mencionados na graduação.”

 

Trabalhos extracurriculares
Na universidade, Sobrinho participou de empresa júnior durante três anos, o que lhe permitiu participar de diversos projetos ambientais. Ela destaca o de avaliação socioambiental e proposição de medidas mitigadoras para a comunidade caiçara da Ilha Diana – situada na área continental de Santos e que abriga em torno de 200 pessoas. O trabalho foi desenvolvido em parceria com os institutos de Pesquisa Tecnológica (IPT) e de Oceanográfico Júnior da Universidade de São Paulo (IOUSP). “Atuei nas atividades de análise de água e de bioacumulação [processo pelo qual substâncias ou compostos químicos são absorvidos pelos organismos] de metais, pesquisa socioeconômica e educação ambiental”, descreve. O trabalho, inclusive, foi publicado na Revista Brasileira de Geografia Médica e da Saúde (Higeya), com o nome Abordagem multidisciplinar para indicar as prováveis ameaças à saúde e à qualidade de vida da comunidade caiçara Ilha Diana, em dezembro de 2019. Sobrinho diz o que aprendeu com a experiência: “Além de desenvolver a pesquisa com diferentes profissionais, tive a experiência prática com a técnica fluorescência de raio x por reflexão total (TXRF).”

 

Outra atuação dentro dos bancos escolares foi participar do projeto de monitoria da própria Unifesp na área de cálculo básico ao avançado para os alunos da faculdade. “Ao mesmo tempo em que compartilhei meus conhecimentos adquiridos na faculdade, desenvolvi habilidades de comunicação”, comenta.

 

Futuro
300 Luiza Araujo OGMO Ponta da praia 04 de setembro de 2020Luiza de Araújo no Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo), em Santos, setembro de 2020. Foto: Arquivo pessoal.Sobrinho vai se formar em julho de 2022 e já terá, como pares, mais de 25 mil profissionais ativos em todo o País, segundo estatística do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Uma curiosidade para a futura profissional: a engenharia ambiental é uma das modalidade onde se alcança um equilíbrio maior entre os gêneros: 10.795 são engenheiras ambientais, e 14.718, engenheiros.

 

Apesar de ser uma modalidade criada há apenas 27 anos, a Engenharia Ambiental tem atraído a atenção de muitos jovens, que, pelo visto, estão preocupados com um desenvolvimento nacional sustentável. Sobrinho planeja exercer a profissão ligada à área de licenciamento ambiental e de sustentabilidade corporativa. Para tanto, avisa, pretende fazer pós-graduação em Segurança do Trabalho, “pois é um saber que está bastante relacionado à área ambiental no mercado de trabalho”.

 

A profissão por Luíza de Araújo João Sobrinho: “A Engenharia Ambiental visa promover o desenvolvimento de forma sustentável, por meio da integração de interesses diversos: econômico, social e ambiental. Ela é responsável pela busca de melhores metodologias a serem implementadas e preocupa-se com a qualidade de vida - tanto da população, como do ecossistema. Para o crescimento do País, é de extrema importância essa profissão, uma vez que a mesma certifica-se de melhorar o presente de forma inteligente com visões futuras a curto, médio e longo prazo, garantindo que todos possam usufruir de uma vida melhor.”

 

Você sabia que o SEESP oferece:

I - Orientação à carreira
O SEESP mantém a área Oportunidades na Engenharia que atende estudantes e profissionais da área na parte de orientação à carreira, com diversas ações, entre elas: atendimento personalizado (serviço exclusivo para estudantes e profissionais associados ao SEESP) com análise de currículo, orientação de LinkedIn, simulação de entrevista, dicas atuais sobre processos seletivos online e presenciais, elaboração de trilha de carreira e de estudo etc. O setor mantém, ainda, plataforma de divulgação de vagas de estágio e outras oportunidades; cadastro de autônomos; conteúdos atualizados sobre mercado de trabalho; noções gerais de redação e português.  Para auxiliar estudantes e engenheiros na hora de formatação do currículo, também tem o Mapa da profissão, com informações de legislação, mercado, palavras-chave para cada modalidade da engenharia etc..

 

II - Associação para os estudantes
O estudante de Engenharia também pode se associar ao SEESP e usufruir de diversos benefícios, inclusive de desconto na mensalidade da faculdade, caso esta seja conveniada ao sindicato. Saiba mais aqui.


III - Núcleo Jovem Engenheiro
Foi criado um espaço bem bacana para os estudantes e recém-formados na área para discutir questões específicas. É o Núcleo Jovem Engenheiro, saiba como participar, clicando aqui.

 

Engenharia ambiental - Raio-X

Objetivo – Formação de profissionais para atuar no planejamento, execução e gestão de projetos e programas ambientais nos setores público, privado e no terceiro setor. O aluno adquirirá a compreensão de questões ambientais, sociais, econômicas e institucionais que o habilite a trabalhar a partir de uma abordagem interdisciplinar, ética, crítica, interativa e ecossistêmica. No setor público o egresso será apto a atuar em órgãos de pesquisa, controle e saneamento ambiental. No setor privado terá competência para desenvolver projetos de engenharia e pesquisa com ênfase em tratamento de água, efluentes e resíduos, sistemas de gestão ambiental, análises de risco, qualidade e monitoramento ambiental.

Carga mínima do curso – 3.600 horas

Estágio – Obrigatório (Lei 11.788/2008)

Disciplinas específicas – Biologia, Geologia, Climatologia, Hidrologia, Ecologia Geral e Aplicada, Hidráulica, Cartografia, Recursos Naturais, Poluição Ambiental, Impactos Ambientais, Sistemas de Tratamento de Água e de Resíduos, Legislação e Direito Ambiental, Saúde Ambiental, Planejamento Ambiental, Sistemas Hidráulicos e Sanitários e Geomorfologia.

Temas abordados na formação – Atendidos os conteúdos do núcleo básico da Engenharia, os conteúdos profissionalizantes do curso são: Ecologia e Microbiologia; Climatologia; Geologia; Pedologia; Cartografia e Fotogrametria; Informática; Geoprocessamento; Mecânica dos Sólidos; Mecânica dos Fluídos; Gestão Ambiental; Planejamento Ambiental; Hidrologia; Hidráulica Ambiental e Recursos Hídricos; Poluição Ambiental; Avaliação de Impactos e Riscos Ambientais; Saneamento Ambiental; Saúde Ambiental; Caracterização e Tratamento de Resíduos Sólidos; Líquidos e Gasoso; Legislação e Direito Ambiental; Ciência dos Materiais; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Métodos Numéricos; Modelagem Ambiental; Análise e Simulação de Sistemas Ambientais; Sistemas de Informação.

Áreas de atuação – Empresas e órgãos públicos e privados; empresas de consultoria técnicas e organizações não-governamentais (ONGs).

Piso salarial – A engenharia, independente da modalidade, é uma profissão que tem piso salarial definido pela Lei 4.950-A/66.

Fonte: Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação

 

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