Carlos Magno Corrêa Dias*

O mês de abril de 1945 foi decisivo para começar o fim da Segunda Guerra Mundial. As conquistas dos Pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) nas batalhas sangrentas travadas na Itália naquele período foram a porta de passagem para a vitória final dos aliados. Montese, Zocca, Enza, Colecchio e Fornovo di Taro, dentre outros confrontos vencidos pelos FEBianos em abril de 1945 foram determinantes para proporcionar o fim daquele conflito miserável que foi a Segunda Guerra Mundial.

Assim, todo abril é época especial de lembrarmos com reverência e júbilo os nossos heróis ex-combatentes da FEB que fizeram “A cobra fumar”.

Todavia, este abril de 2021 é um mês mais triste haja vista que perdemos para a Galeria dos Imortais dois bravos ex-combatentes da FEB, duas lendas internacionais brasileiras que enfrentaram as atrocidades da Segunda Guerra Mundial para defender o mundo e a liberdade.

No dia 12 de abril de 2021 faleceu o guerreiro FEBiano Justino Alfredo com seus 101 anos de idade e no dia 26 de abril de 2021 tombou, também, o ex-combatente Tenente Coronel Leonel Junqueira com seus 106 anos de idade. Dois homens memoráveis que a história haverá sempre de reverenciar.

Justino Alfredo que nasceu em Campinas-SP em 24 de setembro de 1919 e foi o último ex-combatente brasileiro da FEB que vivia em Campinas-SP.

Justino Alfredo recebeu seu treinamento militar inicial no Tiro de Guerra 176 de Campinas, em 1940. Convocado para a Guerra em 1942, com seus 23 anos de idade, incorporou o 6º Regimento de Infantaria, em Caçapava, para realizar o treinamento e de lá prosseguir para os gelados campos de combate da Itália como integrante do Primeiro Escalão da FEB em julho de 1943.

Depois da guerra Justino Alfredo foi servidor público municipal na área da Saúde e se dedicou fortemente para que o atendimento ambulatorial municipal de Campinas evoluísse para atingir a referência que é atualmente o Hospital Municipal Público Dr. Mário Gatti. Efetivamente, contam os familiares e amigos, Justino Alfredo ajudou na construção daquele importante hospital.

Apaixonado pelo seu time de coração a Ponte Preta, Justino Alfredo deixou “um legado de exemplo, trabalho e de dedicação à família", ajudando, também, a construir o Estádio de Futebol da Ponte Preta (o Majestoso).

Já o ex-combatente Tenente Coronel Leonel Junqueira, que nasceu em São Paulo em 18 de dezembro de 1914, dedicou sua vida ao Exército Brasileiro e desenvolveu uma folha de serviço exemplar invejável. Em 1933 ingressou no Exército Brasileiro e foi Pracinha entre 1939 e 1945.

Após a guerra Leonel Junqueira foi para a reserva e seguiu sua vida civil a serviço da população de São Lourenço (cidade que adotou para viver). Foi membro Conselho Curador do Hospital de São Lourenço de 1969 até 2003. A ala número 8 do Hospital de São Lourenço recebe o nome do Tenente Coronel Leonel Junqueira como reconhecimento pelos seus serviços prestados.

O Tenente Coronel Leonel Junqueira, homem determinado que preservava os valores tradicionais, foi vereador em São Lourenço, recebeu o título de Cidadão Honorário de São Lourenço e atuou muito em favor dos menos favorecidos da cidade de São Lourenço.

No livro “Força Expedicionária Brasileira: FRAGMENTOS DE HISTÓRIA” o FEBiano Tenente Coronel Leonel Junqueira conta como os Pracinhas fizeram a “COBRA FUMAR” durante a Segunda Guerra Mundial.

Dentre as várias condecorações com as quais foi agraciado o Tenente Coronel Leonel Junqueira recebeu a Medalha da Vitória em agosto de 2017, do Ministério da Defesa do Brasil.

Sempre nossos agradecimentos aos FEBiano Justino Alfredo e Leonel Junqueira, imortais ex-combatentes aos quais devemos incondicionalmente nossa lembrança e sempre reverências.

Hurra! Hurra! Hurra! Salve Salve Justino Alfredo.

Hurra! Hurra! Hurra! Salve Salve Tenente Coronel Leonel Junqueira.

Aproveite-se para parabenizar, também, todos os bravos Pracinhas da FEB que no dia 29 de abril de 1945, há 76 anos passados, obtiveram uma das mais importantes conquistas para o fim da guerra. Naquele dia os FEBianos tomaram Fornovo di Taro.

“Ou os soldados brasileiros são loucos ou são os melhores soldados do mundo”. Assim proclamou um importante comandante alemão dada a forma como os Pracinhas marcharam contra o inimigo.

Embora até se tenha tentado evitar o confronto em Fornovo di Taro, o confronto foi inevitável. A FEB em conjunto com Partisans italianos (Membros da Resistência Italiana) e unidades de duas divisões do exército dos Estados Unidos se enfrentaram com as tropas da Wehrmacht (Força de Defesa da Alemanha) e da República Social Italiana.

Na madrugada do dia 29 de abril de 1945 os valorosos Pracinhas tomaram de forma vigorosa a cidade de Fornovo di Taro. A ação contou com cerca de 200 brasileiros, com 13 carros blindados e o apoio do 6º Regimento de Infantaria. Na vitória foram aprisionados 14.779 militares de três divisões alemães que compunham a especial 148a. Divisão Alemã, a 90a. Panzergrenadier e a Divisão Bersaglieri Itália; bem como cerca de 4.000 animais e em torno de 2.500 viaturas.

A conquista de Fornovo di Taro foi notável em operações de guerra, pois os Solados Brasileiros conseguiram a rendição de uma Divisão Alemã inteira a uma única Divisão Aliada. A Primeira Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª. DEP) fez história.

É importante enfatizar que antes do fim da Segunda Guerra Mundial a unidade alemã em referência foi a única a render-se integralmente durante as Operações no Norte da Itália dada a força da ofensiva. Fantástico!

Sempre parabéns para os Pracinhas que efetivamente abriram as portas para o desfecho final da Segunda Guerra Mundial.

Hurra! Hurra! Hurra!

Salve Salve os Pracinhas do Brasil!

* é professor, pesquisador, conselheiro efetivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI), líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC), personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).