Deborah Moreira
Comunicação SEESP
O SEESP realizou o webinar “Avanço socioambiental e desenvolvimento tecnológico”, com transmissão online pelo Facebook, Youtube e Linkedin, na quarta-feira (23/6), às 18h, sob a coordenação do diretor do sindicato, Cesar Augusto Mariano, e participação de especialistas no tema.
À abertura, Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, saudou a todos na abertura e agradeceu a participação de todos: “Quero agradecer a delicadeza de vocês com nosso sindicato, participando, discutindo questões de real importância para a engenharia, para o desenvolvimento do país e para a sociedade brasileira. É um evento bastante importante e no momento correto”.
Em seguida, foi dada a palavra a Rafael Silva Sarante, professor de Agronomia da Fundação Educacional de Andradina e sócio-proprietário da Sagih Ambiental Engenharia e Construção Civil. Ele destacou, entre outras coisas, a participação ativa do Veículos Aéreos Não Tripulado (Vants), os drone como são mais comumente conhecidos, que são uma das ferramentas utilizadas oo sensoriamento no campo. Outra mais comum há mais tempo são os satélites.
Ele explicou que as câmeras convencionais captam os espectros visíveis. Já as câmeras utilizadas como sensores capturam outras bandas, outros espectros: “O infravermelho é importante na composição para gerar o NDVI [Índice de Vegetação por Diferença Normalizada]”.
O NDVI mede a quantidade de refletância das folhas. Portanto, quanto mais verde a folha, maior sua refletância e através disso é possível analisar alguns parâmetros como nutrição e sanidade de plantas, déficits hídricos, entre outros.
Uma tendência no campo, apontada por ele, é o Big Data na construção de uma agricultura 4.0. A tomada de decisão será realizada pelas máquinas: “os padrões serão interpretados de forma muito precisa. A ponto em que eliminará a coleta de dados fisicamente e somente se municiará com as imagens do sensoriamento remoto”.
Segundo o especialista, é nesse caminho que seguirá a agricultura. “Quanto mais dados tiver, mais cruzamento de dados houver, mais precisas e confiáveis serão as informações. A tomada de decisão será baseada nas imagens, e Os computadores é que decidirão quanto de adubo por equitare será utilizado”.
Angel P. Garcia, diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade de Campinas (Unicamp) iniciou sua apresentação sobre as pesquisas na universidade sobre robótica na Agricultura levantando a seguinte questão: “O quão perto estamos do futuro do nosso passado?”, referindo-se ao uso de robôs em larga escala no cotidiano.
Toda a agricultura foi pensada na adaptação das culturas as maquinas para ganhar capacidade de plantio e colheita. Com a robotização, é possível adicional as características humanas como visão, tato e olfato, que contribuirão na colheita feita por essas máquinas.
“Posso ter um robô para coletar pimentão, que terá um tato que conseguirá distinguir o quanto aperta o pimentão para destaca-lo sem danificar o produto. Ou sistemas de nariz eletrônico que consegue observar diferenças de cheiros como reconhecer que alguns tipos de mosca que depositam ovos nas plantas que emitem um odor característico de uma espécie que está doente”, explicou.
Um dos projetos desenvolvidos é o robô jabuti que se parece mais com um roover espacial do que com um trator, por ser melhor adaptado para um ambiente agrícola.
Claudio Kiyoshi Umezu, pesquisador da Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e coordenador do Laboratório de Instrumentação e Controle da instituição, falou dos desafios enfrentados para desenvolver os robôs. “Primeira coisa é pensar na integração das engenharias. Nossa equipe é multidisciplinar, multiengenharia. Minha formação e engenharia elétrica, mas na equipe temos engenheiro de computação, de controle de automação, de alimentos, produção, mecânica, civil. Primeiro, vale notar que é preciso se integrar nossos pares para desenvolver soluções para os problemas, tornando essas ferramentas mais próximas da realidade”.
Ele contou que todas as máquinas possuem GPS, visão artificial que , com auxílio de câmeras, são capazes de identificar se um fruto está maduro ou não. Também há comunicação de dados para que as maquinas estejam interligadas entre elas. E também falou da implementação da inteligência artificial e redes neurais para desenvolver o reconhecimento dos elementos da agricultura.
Ele abordou as tendências nos equipamentos e processos agrícolas como a computação na borda, que consiste em colocar a inteligência nos dispositivos como computadores, sensores e a tomada de decisão no local. Também há a computação na nuvem, onde a coleta, processamento e tomada de decisão ocorre remotamente e as decisões são enviadas para os equipamentos. Também é possível usar as duas tecnologias combinadas.
Outras tendências citadas por ele: eletrificação das máquinas; internet das coisas com a implementação da agricultura 4.0, aproveitando conceitos da indústria 4.0; automação de máquinas; geração e armazenamento de energia com uso de placas solares e baterias de alta capacidade.
“Trabalhamos com pesquisa porque a solução ainda não está pronta. Temos vários desafios pela frente para tornar viável essas soluções, do ponto de vista comercial”, justificou.
Luíza Lemos Nogueira Martins, engenheira ambiental da Paranaíba Transmissora de Energia – PTE, que integra o Comitê Internacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica (Cigre), apresentou os programas ambientais e sociais realizados durante a pandemia, em 2020.
Um deles foi o Programa de Educação Ambiental realizado a partir de levantamento de informações realizado por um engenheiro agrônomo junto as populações das regiões, como pequenos produtores rurais, onde a linha de transmissão está instalada. Em seguida foi realizado um fórum com especialistas em pecuária sustentável que debateram as informações coletadas. Eles compartilharam seus conhecimentos técnicos, dando dicas e contribuições sobre técnicas e possibilidade de manejo , adubação e categorias para uso e conservação do solo, com aulas, que foram editadas e colocadas em um vídeo, que foi exibido in loco, para as comunidades, que não têm amplo acesso à internet.
“para complementar, um técnico agrícola foi colocado à disposição das comunidades por 30 dias para sanar dúvidas”, acrescentou a engenheira.
Outros programas apresentados foi o Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores, que teve como objetivo de esclarecer e conscientizar sobre a questão ambiental pertinentes aos possíveis impactos da linha de transmissão e também dar continuidade das ações de treinamento dos trabalhadores de operação e manutenção das linhas e das subestações associadas também.
Ao final, falou ainda do Programa de Comunicação Social, que tem viés a educação ambiental, e visa garantir o acesso à informação aos interessados no projeto, fortalecendo a comunicação entre a empresa e a comunidade.