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22/07/2021

Engenheiros defendem retomada de obras paradas

Jéssica Silva – Comunicação SEESP

 

Na terça-feira (20/7), o SEESP colocou em debate a retomada das obras paralisadas no País como forma de impulsionar a economia no webinar “Obras já!”. A atividade, transmitida pela página no Facebook, Linkedin e canal no Youtube da entidade, foi coordenada por Marcellie Dessimoni, coordenadora-geral do Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP, e Artur Araújo, consultor do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”.

 

Expuseram sobre o tema o coordenador técnico do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, Carlos Monte, seguido de Marcos Garcia, secretário adjunto de Infraestrutura Urbana e Obras do Município de São Paulo; Ricardo Pereira, consultor de Obras Públicas e ex-diretor de Projetos e Obras da Secretaria de Obras do Município de São Paulo, e Celso Atienza, engenheiro de Segurança do Trabalho e vice-presidente do SEESP.

 

 

Webinar Obras 200721 siteWebinar do SEESP realizado em 20 de julho, com transmissão pelo Facebook, Linkedin e Youtube.

 

 

[A retomada das obras] é uma forma de ampliarmos tanto a oferta de emprego quanto de qualidade de vida, em especial para a categoria que representamos, os engenheiros”, pontuou Fernando Palmezan, diretor do SEESP, à abertura do evento. Ele recordou que o assunto está presente no projeto Cresce Brasil, em que atua também como coordenador, produzido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e sindicatos filiados.

 

A última edição do estudo, de outubro de 2020, apontava a continuidade das obras interrompidas como caminho concreto para a recuperação econômica pós-pandemia, num momento em que o Brasil registrava recorde no desemprego com mais de 13 milhões de pessoas desocupadas.

 

 

Inscreva-se no canal do SEESP no Youtube e acompanhe as atividades online.

 

Confira os principais trechos do webinar:

 

Brasil – O levantamento mais recente no âmbito nacional, ainda no governo Temer, mapeou 7.439 obras paralisadas no valor de R$ 76 bilhões, conforme apresentou Monte. “Eu entendo que hoje, não tendo em vista um número mais exato sobre obras municipais e até mesmo estaduais, nós devemos ter no Brasil talvez de 15 a 20 mil obras paralisadas num valor certamente superior a R$ 100 bilhões”, computou o engenheiro.

 

Os motivos para a interrupção são muitos, segundo elucidou Monte, desde falência da empresa contratada ou falta de projeto pronto da empresa contratante, além de diversidades relacionadas ao local, condições meteorológicas, judiciais. Em sua visão, a retomada não envolve apenas a engenharia, mas esta será protagonista.

 

“A primeira coisa que tem que ser feita é uma análise judiciosa da situação legal de cada projeto, se tem contrato ainda existente, se foi cancelado. Em seguida, perícia para ver o estado dos materiais que já foram colocados na obra em questão [...] mas, finalmente, precisa ser dito que para continuação das obras paradas você tem que ter uma comissão atuante qualitativamente escolhida, senão simplesmente isso não funciona”, ele afirmou.

 

São Paulo – Segundo o secretário adjunto, a Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana e Obras possui núcleo para estudo de viabilidade técnica, financeira, ambiental e social para dar sequência aos projetos de São Paulo. Um mapeamento identificou gargalos como termos de referências fracos em contratações para obras pequenas, projetos ineficientes e deficiência jurídica para cobrar os atrasos. Todas as ferramentas de gestão, afirmou Garcia, estão sendo adotadas “para que a gente não tenha mais nenhuma obra interrompida”.

 

Obras estrada pavimentoPara Pereira, a situação é recorrente em todo País porque há um atraso histórico de investimentos, falta de planejamento e desperdícios de recursos públicos. Ele relembrou de quando, no final da gestão Kassab (2021), foram realizadas licitações que previam mais de 100 quilômetros de corredor de ônibus na cidade.

 

A gestão seguinte, com ele à frente da secretaria, conseguiu dar andamento em algumas das obras, como os corredores Inajar de Souza, Binário Santo Amaro, a primeira fase do M’Boi Mirim. Mas nos últimos anos o programa foi interrompido, conforme contou. “Para a população é uma tristeza [...] eles continuam se movendo em ônibus cheios, precários, com o grande agravante da pandemia”, disse Pereira.

 

E concluiu ressaltando a importância de mobilização para a retomada das obras e promoção de emprego, “se não total, mas prioritárias a partir de uma triagem com setores da educação e meio ambiente, mobilidade entre outros [...] se não nossos engenheiros que estão se formando serão motoristas de uber”.

 

Segurança e saúde – O vice-presidente do SEESP Celso Atienza levantou importante ponto ao debate: pensar no retorno das obras atualmente exige considerar a pandemia e as necessidades oriundas. “Hoje, temos que nos preocupar em fazer testes periodicamente, porque será um tipo de aglomeração durante a obra”, comentou em relação a quantidade de trabalhadores.

 

Em sua visão, o gerenciamento de riscos das atividades deve contar com medidas de proteção à Covid-19. “Nós precisamos ter um estudo permanente dessas situações, não podemos abrir a guarda, é uma mudança cultural”, afirmou.

 

Fatos e dados – Segundo Artur Araújo, é imprescindível que se saiba quantas obras paradas existem hoje no País. “Não existe um número seguro sobre e, ao não saber quantas e quais, somos incapazes de estabelecer um critério de prioridade. Como os governos nos três níveis não têm um inventário sobre o problema? A busca dessa informação é um trabalho essencial”, avaliou o consultor.

 

Outro dado importante que Araújo cobrou dos órgãos públicos é avaliação de quanto custa não fazer, ou seja, manter a obra parada. Em sua visão, cortar gastos inicialmente pode ser uma economia, mas que sai cara no final. “A ideia de simplesmente cortar o dinheiro público sem considerar a arrecadação futura é um suicídio, mata a lógica de investimento”.

 

 

Assista ao webinar na íntegra:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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