Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia é uma especialização para graduandos da área.
Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia
A pós-graduação em Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia desenvolve nos profissionais habilidades e competências para executar laudos técnicos, fazer estudos de patologias e danos em bens móveis e imóveis. As avaliações e perícias investigam e analisam informações para apresentação de relatórios sobre as condições de um imóvel, de máquinas ou outros produtos relacionados à engenharia. Por exemplo, o profissional é requisitado quando uma pessoa ou empresa se interessa por um imóvel, principalmente quando se trata de transações de altos valores. Tanto o vendedor quanto a parte compradora podem contratar este profissional para avaliar o imóvel e elaborar um laudo sobre as reais condições técnicas dele.
O professor José Gasparim, coordenador do curso de Engenharia de Avaliações e Perícia de Engenharia, do Instituto Nacional de Educação Continuada (Inbec), informa que a atividade começa a aparecer, no País, no início do século XX. “Entre 1918 e 1919, foram publicados os primeiros trabalhos sobre a área em revistas técnicas de engenharia. Em 1941, o engenheiro Luiz Carlos Berrini publica o primeiro livro sobre o assunto “Avaliação de Terrenos”, na capital paulista”, relata.
Outras ações foram importantes para firmar a atividade, prossegue Gasparim, com a elaboração de norma de avaliação de imóveis da Caixa Econômica Federal, em 1952, e a proposta de projeto de norma brasileira de engenharia de avaliação à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), em 1957. A primeira norma de Avaliação de Imóveis Urbanos da ABNT foi publicada, em 1977, a NB-502/77.
Mas foi na década de 1960 que a profissão ganhou relevância, diz o docente. Ele explica: “É que houve um considerável aumento de desapropriações, fazendo com que a atividade de avaliação de imóveis ganhasse muita importância, ocasião em que passaram a ser feitos estudos, por comissões de profissionais dedicados a perícias e avaliações judiciais.” O primeiro curso da especialidade foi lançado em 1980, pelo professor Hélio de Caires, da Universidade de São Paulo (USP).
A especialização, diz Gasparim, é recomendado a profissionais graduados, principalmente, em Engenharia Civil, Arquitetura, Tecnologia da construção civil e similares. Ele reforça que o estudo capacita esses profissionais a exercerem atividades de avaliações imobiliárias e perícias de engenharia na construção civil, que tem uma demanda considerável, tanto no âmbito judicial como extrajudicial.
O dia dos Engenheiros de Avaliações e Perícias de Engenharia é celebrado em 13 de dezembro, conforme calendário do conselho federal da categoria (Confea).
Tecnologias da informação
Assim como outras modalidades, a engenharia de avaliações e perícias de engenharia vem sendo beneficiada pelos avanços verificados na área de tecnologia da informação, como no desenvolvimento de softwares e aplicativos, “e mesmo a rede mundial de computadores têm sido amplamente explorados como instrumentos adjutórios na prática de avaliações imobiliárias e perícias de engenharia”.
O curso do Inbec é composto por 20 módulos mensais de 20 horas cada um, oferecidos em finais de semana, informa o coordenador da pós do Inbec. Cada módulo abordará um assunto específico, englobando os diversos tipos de avaliações imobiliárias e outras perícias de engenharia, dentre elas, as perícias que envolvem patologia das construções e questões fundiárias, questões ambientais etc.
Gasparim, que tem 45 anos de atividade na Engenharia Civil e 33 anos atuante na área de Avaliações e Perícias de Engenharia, reforça que, além do saber técnico específico da modalidade, o profissional que está se especializando na área precisa ter muita responsabilidade, conduta ética, “para que o trabalho seja desenvolvido com idoneidade e correção”.
Esta é a mesma graduação em engenharia de Rubens José Ciasca que está fazendo a especialização do Inbec, e que é professor do ensino Técnico e Superior em Engenharia Civil e Arquitetura. Antes de falar como e porque resolveu fazer mais essa especialização, Ciasca lembra que atua, no hoje denominado Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) – antigo ETFSP e Cefet-SP –, desde 1978, mas também já participou de muitos projetos, obras, reformas e em assessoria ao Ministério da Educação. “Iniciei na docência em 1982. Por volta de 1998, numa das universidades em que lecionava, conheci um professor que já era perito judicial e solicitou meus trabalhos. Comecei na área de perícia desta forma”, relata.
Ciasca se sente confortável na área, pois sempre estudou processos, legislações e se aprofundou nas normas e técnicas na engenharia, inclusive por ser docente. O seu envolvimento na área de perícias, destaca, é muito forte. Por isso, decidiu fazer uma pós na área e iniciou o curso do Inbec em 2018. Mas, antes de optar por esse curso, fez uma pesquisa minuciosa sobre instituições, disciplinas, conteúdo programático, docentes e seus currículos.
Para o engenheiro e também estudante, é importante a devida capacitação técnica junto com competências comportamentais: “Quando desenvolvemos nossas funções temos de contribuir com a instituição pensando em implantar novos planos e metodologias, sendo proativo, mas tudo com a melhor qualidade e sempre de forma ética. Portanto o conhecimento técnico aliado à atuação comportamental, esse profissional terá destaque e será reconhecido.”
RAIO-X – Engenharia de Avaliações e Perícias de Engenharia |
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