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15/12/2021

Gerenciamento de sistemas que envolvem pessoas, materiais, equipamentos e ambiente

Versatilidade que esteve em alta na pandemia do novo coronavírus.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

A engenharia de produção surge, no Brasil, como uma derivação do curso de engenharia mecânica. É uma modalidade que projeta e gerencia processos produtivos ligados às organizações dos mais diversos setores, seja de manufatura, de transformação, de serviços hospitalares, serviços financeiros, o varejo no que se refere à logística e o setor de alimentos entre outros tantos. A explicação é do professor David Garcia Penof, coordenador do curso de Engenharia de Produção, Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). Em 17 de dezembro é celebrado o Dia da Engenharia de Produção que, de acordo com estatísticas dos conselhos federal e regionais da categoria (Sistema Confea-Creas), reúne 34.085 profissionais em todo o País, sendo 26.041 homens, e 8.044, mulheres.

 

David Penof IMTprofessor David Garcia Penof, coordenador do curso de Engenharia de Produção, do IMT. Crédito: Acervo pessoal.A versatilidade e o protagonismo do engenheiro de produção estiveram em alta com a crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). “Foi um profissional que ajudou a reinventar processos garantindo a sobrevivência de diversos negócios”, garante Penof.

 

Essa capacidade técnica se dá, explica o docente, por meio de pensamento sistêmico que ajudar a perceber o todo e entender a necessidade de alteração e dimensionamento de sistemas, “seja com inserção de novas tecnologias, racionalizando o uso de recursos disponíveis, reduzindo ou realocando, fazendo sugestão de automação de diferentes processos para aumentar a eficiência operacional e reduzir custos”. Ou, como prossegue, avaliando novas formas de otimizar os recursos em uma determinada cadeia de suprimentos ou até mesmo por meio do tratamento de dados, “digitalizando e virtualizando os processos de forma a mitigar erros de desenvolvimento e reduzir custos de implantação de novos negócios”.

 

Na pandemia, lembra Penof, muitas empresas e instituições de ensino se uniram para fabricação de máscaras tipo face shield hospitalares. Foi uma equipe de engenheiros de produção que “estruturou os processos produtivos para essas organizações, considerando suas competências e recursos disponíveis e depois criaram um sistema adequado de distribuição considerando a demanda específica de cada região ao menor custo de transferência possível”.

 

Segundo ele, nos quase dois anos de pandemia, entre 2020 e 2021, “tivemos 98% dos nossos alunos empregados, o mercado de trabalho para o engenheiro de produção se mostrou muito promissor”.

 

Na linha de produção
Basicamente, toda empresa que possua uma linha de produção necessita de um profissional capaz de dimensionar e gerenciar os processos produtivos, diz Penof, porque o engenheiro de produção alia conhecimentos técnicos com conhecimentos de Gestão de Pessoas, Administração e um pouco de Economia. Ele está preparado, discorrer o docente, para controlar e evitar perdas de processos, produtos e serviços ao identificar, determinar e analisar causas de perdas, estabelecendo plano de ações preventivas e corretivas.

 

Para o coordenador do curso do IMT, o estudo garante ao profissional uma “sólida formação em exatas, assim como os demais, mas apresenta o diferencial de ter, na grade curricular, disciplinas ligadas à gestão (humanidades) e finanças. Forma um profissional de engenharia completo”, avalia ele, que completa que a graduação “prepara engenheiros criativos para conceber, projetar, implantar e gerir sistemas produtivos inteligentes, considerando não apenas sistemas mecânicos, mas outros também, como o químico, de alimentos, hospitalar e outros.

 

Rafael de Sordi Martão, 21 anos, está no quarto ano da graduação, no IMT, reforça que seu interesse pela profissão se deu pelo foco da modalidade “em otimização de processos, gestão de recursos, maximização de lucros. Saberes que se aplicam em qualquer área que eu decida seguir”. A previsão de conclusão do curso é em dezembro de 2022.

 

Rafael Martão IMTO estudante Rafael de Sordi Martão, do IMT: muito animado com a futura profissão. Crédito: Acervo pessoal.Martão atualmente estagia em operações de vendas numa empresa de serviços voltada à tecnologia, “tenho como função a otimização e criação de processos de todo o time de vendas, também trabalho junto com os gerentes de vendas, preparando gráficos e relatórios que auxiliam nas tomadas de decisão”. Em 2019, participou da Mauá Jr., projeto onde os alunos têm a oportunidade de ter um primeiro contato com o mercado de trabalho com o suporte dos professores que funcionam como mentores dos projetos.

 

O discente explica que a Mauá Jr. funciona como um estágio não remunerado, onde o estudante acompanha projetos nas mais diversas áreas das engenharias, administração e design. Ele conta uma experiência na empresa júnior: “Atuei num projeto de mapeamento de processo de uma empresa de seguros bancários.”

 

Atividades do engenheiro de produção
O coordenador Penof explica que a mão de obra do profissional “entra em cena” quando o produto está desenvolvido para elaborar o projeto do melhor sistema e escala de produção, considerando fábrica e layout, dimensionamento adequado de recursos, sejam eles humanos, tecnológicos ou materiais/físicos e o mais adequado modelo de gestão para toda essa estruturação. “Não é raro que engenheiros com oito ou 10 anos de formados assumam posições na gestão dos negócios. A visão sistêmica do engenheiro de produção, permitindo a ele entender o "negócio" e não apenas uma das áreas em que atua, lhe permite tomar decisões acertadas e destacar-se entre os demais”, exalta o docente. Outra área promissora para essa mão de obra, acrescente, é a de supply chain.

 

Numa indústria de transformação, ainda segundo Penof, é necessário dimensionar recursos produtivos, desde máquinas e equipamentos à mão de obra alocada para a produção. Ele relaciona a profissão em diversos setores: “Um hospital precisa dimensionar a compra de remédios de maneira que não faltem tampouco haja perda por obsolescência. Um hipermercado precisa dimensionar estoques. Um banco precisa de engenheiros para atuar na sua área de risco, análise de investimentos e de análise de dados dos processos financeiros. São exemplos que mostram o que pode fazer um engenheiro de produção tendo por base sua formação eclética.”

 

Tecnologias digitais
O professor arremata, indicando que o uso de softwares de simulação, digitalização e virtualização de processos faz do engenheiro de produção um profissional altamente capacitado para conduzir uma organização industrial na rota da indústria 4.0. “É claro que um engenheiro de produção não é um cientista de dados por natureza, mas sua preparação é muito forte. Os conceitos da indústria 4.0 nos obrigaram a realizar movimentações de conteúdo curricular no sentido de aprimorar essa importante competência de tratar dados e resolver problemas complexos”, aponta.

 

A engenharia de produção é a engenharia preocupada com a maturidade empresarial em termos de instalação de um processo para alcance da manufatura avançada ou indústria 4.0. Por isso, o professor informa que o uso de tecnologia Business Intelligence (BI), para tratamento de dados, é amplamente difundido durante o curso do IMT e intensificado na realização dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs) para os alunos da última série.

 

Na Mauá, Penof informa que se leciona com tecnologia voltada à digitalização e virtualização empresarial desde 2012. “Usamos uma plataforma francesa denominada 3D Experience da Dassault Systemes. Temos disciplinas no curso como Projeto de produto e Projeto de fábrica, quando nossos alunos aprendem como conceber, projetar, implantar e gerir lançamento de novos produtos ou instalação de novas plantas industriais. Sempre com recursos digitais para visualização virtual”, exemplifica.

 

Além de todo o saber técnico, o professor também faz questão de indicar algumas habilidades comportamentais importantes também para o engenheiro de produção: ser solucionador de problemas complexos, formular e conceber soluções desejáveis de engenharia; ter raciocínio lógico aprimorado, considerando tratamento de dados; supervisionar projetos de engenharia e conduzir grupos de trabalho; comunicar-se eficazmente em todos os níveis de atuação, inclusive com o mercado; trabalhar e liderar equipes multidisciplinares; entre outras.

 

Martão está antenado às exigências da futura profissão e já se vê “podendo migrar entre diversas áreas administrativas de uma empresa, como logística, vendas, compras, marketing, inteligência de mercado”.  

 

Você sabia que o SEESP oferece:

I - Orientação à carreira
O SEESP mantém a área Oportunidades na Engenharia que atende estudantes e profissionais da área na parte de orientação à carreira, com diversas ações, entre elas: atendimento personalizado (serviço exclusivo para estudantes e profissionais associados ao SEESP) com análise de currículo, orientação de LinkedIn, simulação de entrevista, dicas atuais sobre processos seletivos online e presenciais, elaboração de trilha de carreira e de estudo etc. O setor mantém, ainda, plataforma de divulgação de vagas de estágio e outras oportunidades; cadastro de autônomos; conteúdos atualizados sobre mercado de trabalho; noções gerais de redação e português.  Para auxiliar estudantes e engenheiros na hora de formatação do currículo, também tem o Mapa da profissão, com informações de legislação, mercado, palavras-chave para cada modalidade da engenharia etc..

II - Associação para os estudantes
O estudante de Engenharia também pode se associar ao SEESP e usufruir de diversos benefícios, inclusive de desconto na mensalidade da faculdade, caso esta seja conveniada ao sindicato. Saiba mais aqui.


III - Núcleo Jovem Engenheiro
Foi criado um espaço bem bacana para os estudantes e recém-formados na área para discutir questões específicas. É o Núcleo Jovem Engenheiro, saiba como participar, clicando aqui.

 

Raio X – Engenharia de Produção

Objetivo – O Bacharel em Engenharia de Produção ou Engenheiro de Produção atua no projeto, implantação, operação, otimização e manutenção de sistemas integrados de produção de bens e serviços. Em sua atividade, incorpora aos setores produtivos, conceitos, técnicas e ferramentas da qualidade administrativa. Coordena e supervisiona equipes de trabalho; realiza pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-econômica; executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, considera a ética, a segurança e os impactos socioambientais.

Carga mínima do curso – 3.600 horas

Estágio – Obrigatório (Lei 11.788/2008)

Temas abordados na formação - Eletricidade Aplicada; Mecânica Aplicada; Ciência dos Materiais; Engenharia do Produto; Estratégia e Organização; Gerência de Produção; Gestão Ambiental; Gestão Econômica; Gestão de Tecnologia; Materiais de Construção Mecânica; Métodos Numéricos; Modelagem, Análise e Simulação de Sistemas; Pesquisa Operacional; Processos de Fabricação; Qualidade; Sistemas de Informação; Transporte e Logística; Controle Estatístico do Processo; Ferramentas da Qualidade; Gerência de Projetos; Gestão do Conhecimento; Gestão Estratégica de Custos; Instalações Industriais; Planejamento do Processo; Planejamento e Controle da Produção; Matemática; Física; Química; Ética e Meio Ambiente; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Relações Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).

Áreas de atuação - O Engenheiro de Produção atua na produção industrial, nos seus mais diversos setores; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria.

Piso profissional – Lei 4.950-A/66.

Legislação pertinente – Lei 5.194/1966

Fonte: Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação

 

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