Atividade nasce ligada à revolução da microeletrônica nos anos 1970.
Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia
A revolução da microeletrônica e o surgimento dos processadores, no início da década de 1970, tornou comum a integração de mecânica, eletrônica e programação no desenvolvimento de novos equipamentos ou soluções. Pouco antes, em 1969, surgiu, no Japão, o termo mechatronics para descrever esta nova área. Quem traz esses dados históricos é o professor Fernando Silveira Madani, coordenador do Curso de Engenharia de Controle e Automação, ou Mecatrônica, do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT). “Foi praticamente natural que também precisássemos de profissionais capacitados para atuar nessa integração. No Brasil, os primeiros cursos para formação destes profissionais surgiram no início dos anos 1990”, lembra Madani. Com os avanços tecnológicos atuais, é difícil imaginar o mundo sem essa integração sinergética, mas, há 61 anos, a ideia causou grande impacto à época.
Explicando
A palavra mecatrônica foi criada pela empresa japonesa Yaskawa, no final da década de 1960, para nomear um conceito inovador e revolucionário para a época, que sintetizava a comunhão entre a mecânica, a eletrônica e sistema de controle, e que mudaria para sempre o cenário industrial.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Yaskawa - 23/08/2007
O Brasil tem, segundo estatísticas dos conselhos federal e estaduais de engenharia (Sistema Confea-Creas), 18.566, destes, 17.561 são homens, e 1005, mulheres. Apesar de ser uma área relativamente nova, observa o docente, a evolução da tecnologia é muito rápida. “Hoje podemos destacar as aplicações no âmbito das tecnologias habilitadoras para implantação da Indústria 4.0, sendo o engenheiro de controle e automação o principal “motor” que permite a infraestrutura para que os conceitos da indústria 4.0 e fábricas digitais possam se tornar realidade”, aponta. Por isso, são profissionais capacitados para atuar com os equipamentos utilizados na indústria, projetando, operando, gerenciando e dando a manutenção adequada.
Nesse sentido, diz ele, é uma mão de obra cada vez mais demandada devido à necessidade do uso e integração das novas tecnologias e aplicações nas indústrias para garantir a sobrevivência e a competitividade em termos mundiais, destaca Madani. Além do saber técnico, o professor acredita que o profissional da área precisa estar atualizado no desenvolvimento de habilidades comportamentais, relacionando: visão holística, conhecimento multidisciplinar, capacidade de atuar em equipes e estar atento aos problemas e soluções no ambiente globalizado.
O profissional dessa área é responsável pela automação dos processos produtivos da empresa e pode tanto criar seu próprio sistema de automação quanto fazer manutenção e dar suporte para os sistemas já implantados. No mercado de trabalho, o profissional pode, de modo geral, atuar na indústria desenvolvendo, operando e dando manutenção a equipamentos e softwares para os processos industriais.
Com conhecimentos das áreas de engenharia elétrica, mecânica e de computação, o graduado desse curso terá espaço para modernizar equipamentos e aumentar a competitividade das empresas que trabalha. É a integração desses saberes técnicos que chamou a atenção do estudante Giovanni Razzante Kenez, que entrou na graduação do IMT aos 18 anos de idade, em 2018. “A possibilidade de poder trabalhar em diversas áreas e estar integrado e habilitado para tecnologias diferentes realmente se destacou para mim na hora de escolher a profissão”, lembra Kenez.
O discente, inclusive, já fez estágio na área na montadora Mercedes-Benz, na área de desenvolvimento de ônibus. “Tem sido uma experiência enriquecedora por me possibilitar ter contato com conceitos e desenvolvê-los com profundidade”, descreve. Em atividades extracurriculares, Kenez participa da Kimauánisso, da equipe de robótica da Mauá e também do Proalfa, um programa de educação de adultos da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, no ABC Paulista.
Os profissionais formados na área estão devidamente habilitados para planejar, desenvolver e operar equipamentos e sistemas com o objetivo de automatizar processos produtivos que antes eram realizados manualmente. É a área dentro da engenharia voltada ao controle de processos industriais e automação de processos de manufatura, utilizando-se para isso de elementos sensores, elementos atuadores, sistemas de controle, sistemas de supervisão e aquisição de dados e outros métodos que utilizam recursos e acompanham o desenvolvimento tecnológico atual.
Você sabia que o SEESP oferece:
I - Orientação à carreira
O SEESP mantém a área Oportunidades na Engenharia que atende estudantes e profissionais da área na parte de orientação à carreira, com diversas ações, entre elas: atendimento personalizado (serviço exclusivo para estudantes e profissionais associados ao SEESP) com análise de currículo, orientação de LinkedIn, simulação de entrevista, dicas atuais sobre processos seletivos online e presenciais, elaboração de trilha de carreira e de estudo etc. O setor mantém, ainda, plataforma de divulgação de vagas de estágio e outras oportunidades; cadastro de autônomos; conteúdos atualizados sobre mercado de trabalho; noções gerais de redação e português. Para auxiliar estudantes e engenheiros na hora de formatação do currículo, também tem o Mapa da profissão, com informações de legislação, mercado, palavras-chave para cada modalidade da engenharia etc..
II - Associação para os estudantes
O estudante de Engenharia também pode se associar ao SEESP e usufruir de diversos benefícios, inclusive de desconto na mensalidade da faculdade, caso esta seja conveniada ao sindicato. Saiba mais aqui.
III - Núcleo Jovem Engenheiro
Foi criado um espaço bem bacana para os estudantes e recém-formados na área para discutir questões específicas. É o Núcleo Jovem Engenheiro, saiba como participar, clicando aqui.
Raio X – Engenharia de Controle e Automação - Mecatrônica
O Bacharel em Engenharia de Controle e Automação ou Engenheiro de Controle e Automação atua no desenvolvimento e integração de processos, sistemas, equipamentos e dispositivos de controle e automação. Em sua atividade, otimiza, projeta, instala, mantém e opera sistemas de controle e automação de processos, de manufatura e acionamento de máquinas; de medição e instrumentação eletroeletrônica, de redes industriais e de aquisição de dados. Integra recursos físicos e lógicos, especificando e aplicando programas, materiais, componentes, dispositivos, equipamentos eletroeletrônicos e eletromecânicos utilizados na automação industrial, comercial e predial. Coordena e supervisiona equipes de trabalho; realiza pesquisa científica e tecnológica e estudos de viabilidade técnico-econômica; executa e fiscaliza obras e serviços técnicos; efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres. Em sua atuação, considera a ética, a segurança e os impactos socioambientais |
Carga mínima do curso – 3.600 horas |
Estágio – Obrigatório (Lei 11.788/2008) |
Temas abordados na formação - Eletricidade; Circuitos Elétricos; Sistemas e Dispositivos Eletrônicos Analógicos e Digitais; Instrumentação Eletroeletrônica; Materiais Elétricos; Eletrônica de Potência; Arquitetura e Organização de Computadores; Microprocessadores e Microcontroladores; Sistemas de Aquisição de Dados; Sistemas Embarcados; Algoritmos e Lógica de Programação; Linguagens de Programação; Máquinas Elétricas e Acionamentos; Controle e Automação de Processos; Comunicação de Dados; Redes de Computadores e Redes Industriais; Controladores Lógico-Programáveis; Sensores e Atuadores; Sistemas Supervisórios; Interfaces Homem-Máquina; Processos de Fabricação Mecânica; Análise, Modelagem e Simulação de Sistemas Eletroeletrônicos; Pneumática e Hidráulica; Robótica; Qualidade de Energia; Energias Renováveis; Matemática; Física; Química; Ética e Meio Ambiente; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Relações Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS). |
Áreas de atuação - O Engenheiro de Controle e Automação atua em empresas e indústrias que utilizam sistemas automatizados; em indústrias de máquinas, equipamentos e dispositivos de controle e automação industrial, comercial e predial; em concessionárias de energia, automatizando os setores de geração, transmissão e distribuição de energia; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria. |
Piso profissional – Lei 4.950-A/66. |
Legislação pertinente – Lei 5.194/1966 |
Fonte: Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação |