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12/10/2022

Homenagem à profissão fundamental a uma agricultura mais sustentável

Soraya Misleh – Comunicação SEESP

 

Nesta quarta-feira (12/10) é o Dia do Engenheiro Agrônomo. A data marca a regulamentação através do Decreto 23.196/1933 da profissão que conta atualmente 120.352 registrados no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), sendo 96.406 homens e 23.946 mulheres em todo o Brasil. No Estado de São Paulo, são 18.348 do gênero masculino e 3.790, feminino.

 

Ensaio de cultivares de soja na estação de pesquisa da Semear Engenharia Agronômica. Foto: Facebook Semear 

Conforme o Mapa da Profissão, serviço oferecido pelo SEESP aos profissionais e estudantes da categoria por meio de sua área de Oportunidades na Engenharia, o engenheiro agrônomo é responsável pelo planejamento, coordenação e execução de atividades agrossilvipecuárias e do uso de recursos naturais renováveis e ambientais. E ainda pela fiscalização dessas atividades e promoção da extensão rural, orientando produtores e elaborando documentação técnica e científica. Pode prestar assistência e consultoria técnicas.

 

Clique aqui e confira mais no Mapa da Profissão.

 

Em homenagem a esse profissional imprescindível para se garantir uma agricultura mais sustentável, o SEESP conversou com o engenheiro agrônomo Marco Antônio da Silva, 44 anos, diretor técnico da Semear Engenharia Agronômica. Natural de Minas Gerais e vivendo há 18 anos em Goiás, ele conta sobre sua trajetória, aborda a importância da profissão e perspectivas. Confira a seguir a entrevista:

 

O que o levou a escolher a profissão de engenheiro agrônomo?

Na época que saí do ensino fundamental havia duas escolhas de escola técnica na minha cidade: agrícola ou elétrica. Já tinha começado o boom do agronegócio, e resolvi ir para a Escola Agrotécnica Federal de Barbacena, hoje Instituto Federal, que oferece o curso de Agronomia também. Quando concluí [o ensino médio], dei continuidade. Eu me formei em Agronomia na Universidade Federal de Lavras. Eu achava que a área estava crescendo mais do que as outras, e isso se confirmou. Hoje tenho a empresa Semear com mais dois sócios, Leonardo de Moura Borges e Kellen Peres [também profissionais da área], e em torno de 100 colaboradores. Um terço é agrônomo, e contratamos todo ano. A agronomia é muito dinâmica, é preciso sempre atualização profissional, sobretudo em relação à evolução tecnológica. Já estou na quarta pós-graduação.

 

Engenheiro agrônomo Marco Antônio da Silva em cultura de feijão irrigado com pivô central. Foto: Acervo pessoal 

Aliado ao potencial de mercado, você se sente realizado na profissão?

Sim, me encontrei na profissão, principalmente ao ingressar na Semear em 2011. Fundada em 1994 pelo meu sócio, a empresa presta consultoria a produtores e atua com agricultura de precisão, que é muito ligada à preservação do meio ambiente, por garantir a aplicação de agroquímicos somente na quantidade necessária para se produzir, sem excessos. A agricultura de precisão gera muitos dados, e é preciso ter conhecimento para interpretá-los e fazer a aplicação da melhor maneira possível. O profissional que faz isso é o agrônomo. [Na consultoria], tem o papel de prestar serviços diretamente ao produtor, orientando-o tanto sobre a legislação a cumprir quanto em relação à consciência ambiental, para evitar embargos que podem vir de outros países, pensar a obtenção de crédito de carbono para produtores. A sustentabilidade é intrínseca à formação hoje.

 

Além de atuar em consultoria e agricultura de precisão, quais outras possibilidades ao agrônomo?

Pode atuar também na área comercial, junto a revendas e multinacionais de produtos agrícolas, como fertilizantes, agroquímicos, biológicos e de adubação foliar. A parte de tecnologia digital está em ascensão. Máquinas conseguem aplicar fertilizantes de acordo com o que se necessita em cada ponto, tratando o solo como heterogêneo. Cabe ao engenheiro agrônomo gerar os arquivos para que a indústria desenvolva as máquinas mais modernas com tecnologia embarcada. O profissional também pode seguir carreira acadêmica e trabalhar na fiscalização, em institutos públicos como o Ibama, nos ministérios do Meio Ambiente e Agricultura, bem como na extensão do conhecimento, junto à Embrapa e órgãos estaduais. Por exemplo, há hoje uma pressão muito grande sobre o agronegócio para ser mais sustentável. Em vez de fertilizantes convencionais, está sendo analisado e testado pela Embrapa o uso rejeitos de outra indústria, como o pó de rocha das mineradoras. [O profissional] analisa a composição mineralógica e química e verifica se serve ao uso agronômico, o que resolveria dois problemas ambientais – resíduos da mineração e utilização de agrotóxicos, inclusive com redução da dependência da importação de fertilizantes –, com custo mais baixo de implantação e eficácia muito parecida ou até superior. A substituição de defensivos agrícolas químicos por biológicos tem crescimento exponencial. Já tem produtores fazendo isso, mas ainda é muito incipiente. Além disso, atualmente a questão da segurança alimentar é o que mais se discute no planeta. São quase 8 bilhões de habitantes no mundo e poucas áreas de crescimento agrícola, as maiores no Brasil e na África. Nosso país usa 7% a 8% do território nacional para produção agrícola, há possibilidade de crescimento muito grande em pastagens degradadas que hoje cobrem uns 20% do País. O Brasil poderia aumentar dez vezes sua produção fazendo uma agricultura mais sustentável. O agrônomo é o profissional com conhecimento para que se use menos espaço aumentando a produção.

 

As perspectivas a um estudante que optar pela profissão então são positivas?

Sim. A demanda por agrônomos é muito maior que a oferta. O profissional sai da faculdade e tem emprego garantido.

 

Saiba mais sobre a profissão nas páginas 50 a 53 do Guia das Engenharias.

 

 

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