Agência Sindical
Milhares de pessoas se mobilizaram na segunda-feira (9/1) para defender a democracia, ameaçada por atos de terrorismo e vandalismo promovidos por bolsonaristas, em Brasília, no domingo (8/1).
Na parte da manhã, ato no salão nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), no Largo São Francisco, defendeu punição aos responsáveis, inclusive para os que financiaram os atentados e também para as autoridades que se omitiram para coibir os crimes ocorridos em Brasília. Eles reforçaram que, atentar contra a democracia é crime previsto na Constituição e deve ser punido.
O protesto foi realizado no mesmo local onde, no dia 11 de agosto do ano passado, a instituição promoveu a leitura de uma carta em defesa da democracia. Aquele ato foi considerado um marco da reação da sociedade civil às ameaças contra as eleições e as instituições brasileiras.
Ricardo Patah, presidente da UGT, falou em nome das Centrais Sindicais. “Os trabalhadores que representamos e que muitas vezes são invisíveis, hoje tem visibilidade, tem força, tem o poder, porque temos democracia. É o Brasil da democracia”, afirmou Patah, que leu a nota das centrais sindicais, que “exige ação enérgica do governo para garantir a soberania popular, o cumprimento da Constituição e o pleno exercício da democracia”.
No início da tarde, a mobilização ocorreu nas principais avenidas e praças brasileiras. Em São Paulo, trabalhadores, estudantes e a população em geral ocuparam a avenida Paulista para reivindicar que todos os envolvidos nos atos golpistas sejam processados e punidos, sem anistia.
As manifestações também pediram o devido enquadramento daqueles que, historicamente, têm promovido a narrativa política da intervenção militar no País, da derrubada de governos democraticamente eleitos, e da retomada de regimes autoritários. É o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), derrotado na disputa à reeleição.
Os atos, convocados pelas centrais sindicais, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, entre outros, teve participação das torcidas organizadas de Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo.
“O povo que votou na agenda da democracia deve exigir punição a todos esses golpistas. Devemos ainda pedir a prisão de Bolsonaro porque foi ele que estava mancomunado com as elites desse País para não permitir que a agenda que foi vitoriosa nas urnas seja sagrada vitoriosa e governe”, disse o secretário-geral da CTB, Ronaldo Leite, sobre o carro de som estacionado no vão do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp).
Na próxima semana, representantes das centrais estarão em Brasília para dialogar com representantes do governo e parlamentares sobre o movimento articulado por golpistas.