“Água e energia não são mercadorias!” Sob esse mote, aconteceu na manhã desta terça-feira (14/2), em frente à Bolsa de Valores do Estado de São Paulo (Bovespa), no centro da Capital, ato público unificado contra a privatização da Sabesp. Somando-se a essa luta, o SEESP esteve presente.
Leia aqui a Palavra do Murilo sobre o tema
Chamada por diversas organizações, a manifestação foi organizada pelas confederações nacionais dos Urbanitários (CNU/FNU) e dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), pelas federações nacionais dos Urbanitários (FNU) e dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente (Fenatema), além do Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento (Ondas).
Bastante representativo, o ato público reuniu centenas de pessoas, entre as quais lideranças dos movimentos social e sindical. Não só entidades dos trabalhadores da empresa, mas também de outras categorias, como metroviários de São Paulo, marcaram presença. Também participaram vereadores e deputados da Frente Parlamentar contra a Privatização da Sabesp – como seu coordenador, Emídio de Souza (PT), além dos eleitos que serão empossados na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) no dia 15 de março, já se incorporando à batalha para impedir a entrega do “patrimônio do povo paulista” à iniciativa privada. Todos os parlamentares colocaram suas bancadas e mandatos à disposição dessa luta, que, entendem, é de toda a sociedade paulista.
Caso a venda da Sabesp se concretize, o serviço essencial de saneamento piorará – com aumento de tarifas e queda na qualidade. É o que aconteceu na privatização da Companhia de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), após ter sido desmembrada e leiloada em lotes no ano de 2021, como revelou durante o ato Humberto Lemos, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Saneamento e Meio Ambiente do Rio de Janeiro e Região (Sintsama-RJ).
Os cidadãos mais vulneráveis, das periferias, pobres e negros é que mais sofrerão com a perda do controle da Sabesp pelo Estado de São Paulo, justamente os que mais precisam de avanços nos investimentos em água e esgoto, bem como dependem da garantia da tarifa social, expressaram ainda falas de sindicalistas e parlamentares durante a manifestação. Isso porque o subsídio cruzado – que assegura o repasse de arrecadação das cidades mais rentáveis aos municípios menores, que não dão lucro, para as inversões necessárias à universalização – está ameaçado com a pretensão de privatização pelo governo.
Vice-presidente do SEESP, João Carlos Gonçalves Bibbo deu o recado ao microfone: “Estamos nesse evento contra a privatização da Sabesp, mas saímos daqui com uma pauta maior, contra a privatização do saneamento no Brasil e de todas as empresas estatais que precisam ser preservadas. A privatização só está sendo feita no País porque tem se baseado em mentiras. Temos que mostrar para a população esse engodo. As tarifas não vão diminuir, é uma falácia. Nós estamos aqui com uma luta muito forte, e todos juntos vamos vencer. Não à privatização.”
Confira o ato contra a privatização da Sabesp na íntegra:
Está na hora de acabar com esta falta de respostas e achar que podem fazer qualquer coisa pois não é punida e se for quem paga é o contribuinte.
A SABESP tem que ser mais responsável uma vez que tem o monopólio da tubulação na cidade.