Em 2011, cerca de 87% dos reajustes salariais analisados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos e Estatística Socioeconômicos) resultaram em aumentos reais dos salários. Trata-se da terceira maior proporção de unidades de negociação com reajustes acima do INPC-IBGE desde 1996, quando o Departamento passou a publicar a série dos Balanços de Reajustes, e a segunda desde 2008, quando passou a registrar os resultados das negociações pertencentes a um mesmo painel de unidades de negociação. O resultado de 2011 ficou abaixo apenas do de 2010 (88,2% de reajustes com aumentos reais) e de 2007 (87,7% de reajustes com aumentos reais).
* Balanço das negociações dos reajustes salariais em 2011
Os resultados de 2011 ficaram muito próximos dos alcançados em 2010 e foram superiores aos observados em 2008 e 2009 – considerando os reajustes salariais das mesmas 702 unidades de negociação registradas em 2011. Contudo, a semelhança entre os resultados de 2010 e 2011 deve ser relativizada pela análise da magnitude dos aumentos reais. Em 2010, os aumentos reais foram, em geral, superiores aos observados em 2011. A título de exemplo, o aumento real médio em 2010 foi de 1,68%, e o de 2011, 1,38%.
Do ponto de vista setorial, verificou-se em 2011 um aumento na proporção de reajustes acima da inflação no Comércio e na Indústria, atingindo, em cada um destes setores, os maiores patamares nos últimos quatro anos. Além disso, verificou-se uma redução no Balanço das negociações dos reajustes salariais em 2011 proporção de reajustes acima da inflação no setor de Serviços, quando comparado com 2010.
No que se refere à magnitude dos aumentos reais, contudo, foi observada uma redução nos três setores econômicos em 2011.
Esse resultado pode ser explicado, em parte, pela elevação do patamar inflacionário em 2011 e, em certa medida, pela desaceleração do crescimento econômico, observado principalmente nos dois últimos trimestres do ano. Ainda assim, chama atenção o fato de os resultados não diferirem tanto do observado em 2010, o que revela a capacidade das entidades sindicais brasileiras em manter os patamares de ganhos mesmo em conjunturas menos favoráveis.
Em que pese o resultado positivo das negociações dos reajustes salariais em 2011, verifica-se que os ganhos reais conquistados pelas categorias acompanhadas pelo Dieese continuam, em regra, abaixo dos ganhos de produtividade da economia brasileira. De fato, poucas negociações lograram conquistar ganhos reais acima da variação do PIB e PIB per capita – aqui tomados ilustrativamente como indicadores dos ganhos de produtividade da economia – nos últimos quatro anos.
Imprensa - SEESP
* Informações do Dieese
Leia também
* Representante do Ministério do Trabalho elogia seminário