Soraya Misleh/Comunicação SEESP
A mesa que encerrou o seminário “Como estabelecer uma indústria de semicondutores no Brasil”, na tarde desta terça-feira (28/11), reuniu acadêmicos, representantes de empresas e do governo que apontaram o potencial nacional no mercado. O evento foi promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) como parte do seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. A atividade contou com patrocínio do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea) e da caixa de assistência Mútua.
Ao abrir o painel, que abordou o tema “Desenvolvimento de tecnologia e qualificação de mão de obra”, o coordenador do painel e vice-presidente da entidade, Antonio Florentino de Souza Filho, observou o protagonismo da engenharia na discussão de temas fundamentais ao desenvolvimento nacional sustentável.
Diretor do Centro de Inovação da Universidade de São Paulo (InovaUSP), Marcelo Zuffo observou que o Brasil dispõe de um “bom legado” para dar salto tecnológico e aproveitar a oportunidade para desenvolver sua indústria de semicondutores em meio ao que denominou “guerra fria 2.0” – disputa geopolítica que tem como países centrais os Estados Unidos e a China.
“O País começou cedo nessa corrida, com um projeto do meu pai [o engenheiro eletricista João Antônio Zuffo]. O BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social] investiu na USP para montar o primeiro laboratório de microeletrônica. Em abril de 1971 foi criado o primeiro chip brasileiro. Até a crise do petróleo o País tinha empresas de semicondutores.”
Ele observou que a despeito das “políticas erráticas de não continuidade” e da desconsideração quanto ao papel da universidade na questão da indústria de semicondutores, o Brasil pode aproveitar seu potencial. “É preciso uma grande aliança, uma pentahélice, que abranja também o empreendedorismo e o capital privado [somados à chamada ‘hélice tríplice’, que engloba academia, indústria e governo]. As políticas têm que ser de Estado”, destacou.
Além de Zuffo, discorreram sobre o tema Henrique Miguel, secretário de Ciência e Tecnologia para a Transformação Digital do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI); Israel Guratti, gerente do Departamento de Tecnologia e Política Industrial da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee); Gilberto Medeiros Ribeiro. professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); Augusto Cesar Gadelha Vieira, presidente do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec); e Adão Villaverde, professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
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