Soraya Misleh/Comunicação SEESP
“Hoje a relação capital-trabalho se dá em uma conjuntura extremamente favorável.” A análise foi apresentada pelo cientista político e analista sindical João Guilherme Vargas Netto durante o XXIII Seminário sobre Campanhas Salariais.
Realizado pelo SEESP, em sua sede, na Capital, na tarde desta quarta-feira (24/4), o evento marca tradicionalmente a abertura das negociações que culminarão nos acordos e convenções coletivas de trabalho da categoria. Ao longo de 23 anos, tem pavimentado o caminho do diálogo nessa direção.
“Este seminário nasceu lá atrás quando pensávamos que seria superimportante o contato entre os negociadores do sindicato e os das empresas para entendermos como serão nossas campanhas, como conduzi-las e a visão do mundo do trabalho e da economia”, destacou Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, ao abrir o evento.
Vargas Netto frisou sua importância: “Este seminário se insere no ciclo longo da vida sindical. Um quarto do século XXI é preenchido por ele. O SEESP teve essa iniciativa e ela prosperou nas mais diversas conjunturas.”
O momento atual é favorável, como Vargas Netto observou, ao apresentar que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 90% das negociações resultaram em reajustes superiores à inflação, com ganho real.
O analista político Antonio Augusto de Queiroz (Toninho) atestou: “Comparativamente com outros países, estamos em um ambiente melhor, de prosperidade, possíveis investimentos, retomada de todas as obras paralisadas pelo governo, um esforço para reconstrução, geração de emprego e renda.”
Na sua ótica, o Brasil entra num período de normalização, com perspectivas para os próximos anos de um “salto de qualidade”. Nesse cenário, ele observou a importância de relação de civilidade entre trabalhadores e empregadores. “Esse seminário vai nessa linha”, frisou.
O evento contou com a presença de representantes dos sindicatos patronais – Sinaenco (engenharia consultiva), Fiesp (indústria) e Sindisider (produtos siderúrgicos) – e das empresas Comgás, CDHU, CET, EMTU, Sabesp, ISA-Cteep, Emae, CTG, Telefônica-Vivo, Boeing Brasil, Enel e CPFL, além do superintendente do Ministério do Trabalho em São Paulo, Marcus Alves de Mello, o qual lembrou a importância da mediação na relação capital-trabalho e da segurança e saúde do trabalho.
Confira o seminário na íntegra: