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18/06/2024

Mercado promissor com demanda em alta e carência de profissionais na Engenharia Elétrica

Soraya Misleh

 

Com 128.576 engenheiros eletricistas registrados no Sistema Confea/Crea, dos quais apenas 10.438 mulheres, a profissão está em alta. É o que garante um desses profissionais, Fernando Simoni Leamari.

 

Formado na área em 2012 pela Universidade Paulista (Unip) e pós-graduando em Energias Renováveis e Sistemas de Potência pelo Instituto Mauá, ele atua há 11 anos na área e garante: há boas perspectivas ao engenheiro eletricista.

 

Amplo e diversificado, o mercado, diz nesta entrevista, está aquecido e demandante. “Há necessidade de muitos profissionais e está faltando engenheiro eletricista para atender as vagas, em todos os ramos”, assevera.

 

Engenheiro eletricista Fernando Simoni Leamari: oportunidades para o profissional da área, principalmente em data center. Foto: Acervo pessoal

 

Conforme o Guia das Engenharias elaborado pela área de Oportunidades do SEESP, esse profissional pode atuar em “indústrias de transformação em geral, empresas e concessionárias de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica; indústrias de máquinas e equipamentos elétricos; empresas que atuam no projeto, instalação e manutenção de sistemas elétricos industriais; empresas que atuam nas áreas de planejamento e consultoria em eficiência energética, conservação de energia, fontes de energia renovável; órgãos reguladores do sistema elétrico nacional; empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria”.

 

Em meio à premência por sustentabilidade, o engenheiro eletricista é fundamental à integração no sistema de energias renováveis e garantia de eficiência energética nas instalações e equipamentos, como descreve Leamari.

 

O que o levou a escolher a profissão de engenheiro eletricista? Conte brevemente sobre sua trajetória profissional.

Fui influenciado pelos meus tios e meus pais a fazer engenharia, mas mesmo antes, desde pequeno, era muito curioso, montava rádios. Passei no processo seletivo da Fundap [Fundação de Desenvolvimento Administrativo do Estado de São Paulo] e fui fazer estágio no Metrô-SP, gostei da parte elétrica. Atuei lá por dois anos, na parte técnica, participando de obras. Terminei a faculdade de Engenharia Elétrica em 2012 e entrei numa empresa de engenharia, atuando em projetos, comissionamento, visita a obras, data center [instalações em centro de processamento de dados]. Trabalhei em várias empresas nessas funções e hoje sou engenheiro eletricista da Deerns Latam, fazendo consultoria de obras e projetos.

 

Como está o mercado de trabalho para o engenheiro eletricista?

Está bem aquecido, tem muita demanda na área, principalmente em data center. Tem vagas para atuar com energias renováveis, há necessidade de muitos profissionais e está faltando engenheiro eletricista para atender as vagas, em todos os ramos. É um mercado muito promissor. A inteligência artificial vai demandar muita gente, em transmissão, geração, data center. Com a introdução do carro elétrico e outras cargas, vamos precisar cada vez desse profissional para aprimorar o sistema. Existe uma carência dessa mão de obra e precisamos supri-la, inclusive para transmitir conhecimento acumulado.

 

Quais as áreas de atuação a esse profissional?

São bem amplas e variadas. Vão desde atuação em projetos, comissionamento, vendas e pós-vendas, até em manutenção e fabricação de equipamentos elétricos.

 

Quais as inovações na área?

A utilização de energia renovável em instalações e eficiência energética está em alta. Com o aquecimento global, a demanda por uso de ar-condicionado principalmente nas indústrias aumentou demais. Meses atrás tivemos que usar a matriz energética térmica, poluente e cara. Novas tecnologias estão surgindo para contribuir com a redução do consumo energético. A principal inovação para a elétrica é o free cooling [arrefecimento natural, a partir da utilização do ar externo para resfriar o ambiente e baixar a temperatura], economiza muita energia.

 

Que dicas você poderia dar a jovens que pretendem seguir a profissão?

Tem que ser curioso, querer entender o funcionamento das coisas, dos aparelhos e equipamentos. Também é importante fazer estágio em uma empresa boa para conhecer melhor a profissão e ver se se identifica.

 

Educação continuada e competências em humanidades são uma necessidade ao engenheiro eletricista hoje?

Com certeza. Tem que continuar estudando, há grande evolução tecnológica dos equipamentos e é preciso sempre buscar atualização, especialização, pós-graduação. E é bom ter competências em humanas, interpessoais, saber como lidar com a equipe e se comunicar.

 

 

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